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sábado, janeiro 11, 2014

O Que Está Por Trás da Crise Global da Dívida?

Os Mestres do Dinheiro — O Que Está Por Trás da Crise Global da Dívida?


Autor: Adrian Salbuchi

Nos EUA, vemos atualmente milhões sofrendo com o desemprego e o impacto da retomada em massa dos imóveis por atraso no pagamento das prestações de suas hipotecas; na Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda e Itália, medidas severas de austeridade foram impostas sobre toda a população; tudo isto está acoplado com grandes colapsos bancários na Islândia, na Grã-Bretanha, nos EUA e socorros financeiros indecentes para os banqueiros "grandes demais para quebrar" (o que é uma novilíngua para dizer "poderosos demais para quebrar").

Sem dúvida, a maior parte da responsabilidade por esse fiasco está sobre os ombros das autoridades dos governos desses países, que estão subordinadas aos interesses e objetivos do Poder do Dinheiro. Em um país após o outro, isto ocorre junto com a corrupção intrínseca, que é particularmente evidente hoje na Grã-Bretanha, na Itália e nos EUA.

À medida que avaliarmos neste artigo alguns dos componentes-chaves das Finanças Globais e dos Modelos Monetário e Bancário, os leitores terão, espero, uma melhor compreensão sobre os fundamentos de um esquema que é fraudulento e falho.

Ocultando-se atrás da máscara de falsas "leis" que alegadamente governam os mercados e economias globalizados, esse Modelo Financeiro permitiu que um grupo pequeno amealhasse um imenso e massacrante poder sobre os mercados, grandes empresas, indústrias, governos e a mídia global. As consequências irresponsáveis e criminosas das ações deles estão agora claras para todos verem.

O modelo que descreveremos em seguida está dentro da estrutura de um Sistema de Poder Global muito mais vasto, que é extremamente injusto e que foi concebido e projetado nos altos escalões dos centros de planejamento geopolíticos e geoeconômicos [1] que funcionam para promoverem a agenda da Elite do Poder Global à medida que essa elite prepara sua Nova Ordem Mundial — novamente, outra novilíngua para dizer "Vindouro Governo Mundial". [2].

Especificamente, estamos falando sobre os mais importantes centros de estudos e debates, como o Conselho das Relações Internacionais (www.CFR.org), a Comissão Trilateral (www.Trilateral.org), o Grupo Bilderberg, e outras entidades similares, como o Instituto Cato (questões monetárias), American Enterprise Institute (www.AEI.org) e o Projeto para um Novo Século Americano (www.NewAmericanCentury.org) que se conformam a uma intrincada, sólida, rígida e muito poderosa rede, planejando e gerenciando os interesses e objetivos da N. O. M.

Escrevendo a partir da perspectiva de um cidadão argentino, admito que tenho algumas vantagens sobre os cidadãos dos países industrializados, como os EUA, Grã-Bretanha, União Europeia, Japão ou Austrália, pois nas últimas décadas tivemos aqui neste país uma experiência direta de sucessivas crises de catástrofes nacionais decorrentes da inflação, hiperinflação, colapso bancário sistêmico, adoção de novas moedas, mega-substituições dos títulos da dívida soberana, golpes militares e guerras perdidas...

Finanças Versus Economia


Sistema Financeiro (isto é, um mundo parasitário, simbólico, basicamente irreal e virtual) funciona cada vez mais em uma direção que é contrária aos interesses da Economia Real (isto é, o mundo real e concreto do trabalho, produção, fabricação, criatividade, esforços e sacrifícios feitos pelas pessoas reais). Ao longo das últimas décadas, as Finanças e a Economia seguiram seus caminhos totalmente separados e antagônicos, e não mais funcionam em um relacionamento saudável e equilibrado que priorize o bem comum de "Nós, o Povo". Este imenso conflito entre as duas pode ser visto, entre outros lugares, no Sistema Econômico e Financeiro Atual, cujo principal suporte está no Paradigma da Dívida, isto é, que nada pode ser feito sem que primeiro você obtenha crédito, financiamento e empréstimos para fazer aquilo que quer fazer. Assim, a Economia Real se torna dependente e é distorcida pelos objetivos, interesses e flutuações das Finanças Virtuais. [3].

Um Sistema Baseado em Dívidas


A Economia Real deveria ser financiada com fundos genuínos; entretanto, com o tempo, a Elite Bancária Global conseguiu fazer com que uma nação soberana após a outra abrisse mão de sua função inalienável de fornecer a quantidade correta de Moeda Nacional como instrumento financeiro principal para financiar a Economia Real. Isto requer ação firme por meio de políticas centradas em promover o bem comum de "Nós, o Povo" em cada país, para garantir o interesse nacional contra os perigos representados pelos adversários internos e externos.

Assim, podemos melhor compreender por que a "lei" financeira que requer bancos centrais sempre totalmente "independentes" do governo e do Estado tem se tornado um verdadeiro dogma. Isto é apenas outro modo de garantir que os bancos centrais estejam sempre subordinados aos interesses dos grandes bancos privados — tanto localmente em cada país, como também globalmente.

Vemos que isto prevalece em todos os países: Argentina, Brasil, Japão, México, a União Europeia e em todo outro país que adote a assim chamada prática financeira "ocidental". Talvez os EUA sejam o melhor (ou, pior) exemplo disso, pois o Sistema da Reserva Federal é uma instituição privada e cerca de 97% de suas ações pertencem aos próprios bancos-membros (admitidamente, eles têm um esquema de participação acionária muito especial), embora os banqueiros que administram o Fed façam todo o possível para dar a impressão que o banco é uma entidade "pública" operada pelo governo, algo que definitivamente ele não é.

Um dos objetivos permanentes do Bancos Globais é manter total controle sobre os bancos centrais de cada país, de modo a poder controlar suas moedas nacionais. [4]. Isto, por sua vez, permite que eles imponham uma condição fundamental (para eles) por meio da qual nunca haja a quantidade certa de moeda pública para satisfazer a verdadeira demanda e necessidades da Economia Real. É aqui que esses mesmos bancos privados que controlam o Banco Central entram em cena para "satisfazer a demanda por dinheiro" da Economia Real, gerando artificialmente dinheiro dos bancos privados a partir do nada. Eles chamam isto de "créditos e empréstimos" e se oferecerm para fornecê-los para a Economia Real, mas com um "valor adicionado" (para eles): a) a cobrança de juros, frequentemente em nível de usura e; b) eles criam a maior parte desse dinheiro a partir do nada, por meio do sistema fracionário de empréstimos.

No nível geoeconômico, isto também tem servido para gerar imensas e desnecessárias dívidas públicas soberanas em todos os países do mundo. A Argentina é um bom exemplo, pois as autoridades de seu governo são sistematicamente ignorantes e estão indispostas a usarem um dos poderes fundamentais de um Estado soberano: a altamente poderosa emissão de Dinheiro Público sem a incidência de juros (uma definição mais detalhada é dada a seguir). Em vez disso, a Argentina tem permitido que as assim chamadas "receitas" do FMI (Fundo Monetário Internacional), que refletem os próprios interesses do cartel bancário global, sejam impostas sobre o país em questões fundamentais, como as funções apropriadas de seu Banco Central, dívida soberana, política fiscal e outros mecanismos financeiros, bancários e monetários, que são assim sistematicamente usados contra o bem comum do povo argentino e contra os interesses nacionais.

Este sistema e seus resultados pavorosos, agora e no passado, são tão similares em tantos outros países — Brasil, México, Grécia, Irlanda, Islândia, Grã-Bretanha, Portugal, Espanha, Itália, Indonesia, Hungria, Rússia, Ucrânia... que somente podem refletir um plano muito bem elaborado, produzido nos mais altos escalões de planejamento da Elite do Poder Global.

Empréstimos Bancários Fracionários


Este conceito está em uso em todos os mercados financeiros mundiais e permite que os bancos privados criem dinheiro "virtual" a partir do nada (isto é, anotações em seus livros contábeis e registros eletrônicos em contas correntes e de poupança, e um vasto conjunto de linhas de crédito), em uma relação que é 8, 10, 30, 50 vezes, ou mais, maiores do que a quantia real de dinheiro (isto é dinheiro público) mantido pelos bancos em seus cofres. Como remuneração por emprestarem esse "dinheiro" privado, criado a partir do nada, os banqueiros cobram juros, exigem garantias com valor intrínseco e, se o devedor se tornar inadimplente, pode perder suas propriedades e outros ativos reais.

A relação que existe entre a quantidade de dólares, ou pesos, em seus cofres e a quantidade de crédito que os bancos privados geram é determinada pela autoridade bancária central, que fixa o nível de alavancagem fracionária para os empréstimos. Portanto, controlar o Banco Central é estrategicamente vital para os cartéis bancários privados. Esse nível de alavancagem é uma reserva estatística baseada em cálculos atuariais da porção das contas que os correntistas, em tempos normais, vão aos bancos e terminais de caixa automáticos para retirar dinheiro em notas (isto é, notas do dinheiro público). O fator-chave aqui é que isto funciona bem em tempos "normais"; entretanto, "normal" é basicamente um conceito psicológico coletivo intimamente vinculado com aquilo que os correntistas e a população em geral, julgam com relação ao sistema financeiro em geral e a cada banco em particular.

Portanto, quando por alguma razão qualquer, os tempos "anormais" aparecem — isto é, toda vez que existem crises periódicas (sutilmente previsíveis), corridas bancárias, colapsos e pânicos, que parecem explodir subitamente, como aconteceu na Argentina em 2001, e como está acontecendo agora nos EUA, Grã-Bretanha, Irlanda, Grécia, Islândia, Espanha, Itália e um número crescente de países — vemos todos os correntistas correrem até seus bancos para tentarem sacar dinheiro em notas. Neste momento, eles descobrem que não existe dinheiro suficiente em notas para sacar, exceto para uma pequena fração dos correntistas (normalmente aqueles que têm informações privilegiadas, ou os "amigos dos banqueiros").

Para o restantes dos mortais, "não sobrou mais dinheiro", o que significa que eles precisarão recorrer a qualquer esquema de seguro público que possa ou não existir (por exemplo, nos EUA, existe um seguro gerido pela Federal Deposit Insurance Corporation, que garante até 250 mil dólares para cada correntista, com dinheiro dos impostos). Entretanto, em países como a Argentina, não existe opção alguma, exceto sair às ruas e bater tampas e panelas diante daquelas ominosas, sólidas e firmemente fechadas portas de bronze dos bancos. Tudo graças ao fraudulento sistema de empréstimos bancários fracionários.

Os Bancos de Investimento


Nos EUA, os assim chamados "bancos comerciais" são aqueles que têm grandes carteiras de poupança e contas correntes para pessoas e empresas (isto é, nomes bem-conhecidos, como CitiBank, Bank of America, JPMorganChase, etc; na Argentina existem o Standard Bank, BBVA, Galícia, HSBC e outros). Os bancos comerciais operam com níveis de alavancagem fracionária para empréstimos que lhes permitem emprestar dinheiro virtual em quantias de 6, 8, ou 10 vezes mais do que o dinheiro existente em seus cofres; esses bancos são normalmente supervisionados mais de perto pelas autoridades monetárias de cada país.

Entretanto, uma diferente história ocorre nos EUA (e também em outros países) com os assim chamados "Bancos de Investimento" globais (aqueles que fazem os vultuosos empréstimos para as grandes empresas, grandes clientes e nações soberanas); sobre os quais há muito menos controle, de forma que suas relações de alavancagem para empréstimos fracionários são muitíssimo maiores. Essa maior flexibilidade é que permitiu que os bancos de investimento nos EUA façam empréstimos e, por exemplo, criem do nada 26 dólares "virtuais" para cada dólar em dinheiro que tenham em seus cofres (caso do Goldman Sachs), ou 30 dólares virtuais (Morgan Stanley), ou mais de 60 dólares virtuais (Merrill Lynch imediatamente antes de quebrar, em 15 de setembro de 2008), ou mais de 100 dólares virtuais nos casos dos bancos Bear Stearns e Lehman Brother, que também entraram em colapso. [5].

Dinheiro Privado Versus Dinheiro Público


Neste ponto em nossa análise, é essencial distinguir muito claramente entre dois tipos de dinheiro, ou moeda:

Dinheiro Privado — É o Dinheiro "Virtual" criado a partir do nada pelo sistema bancário privado. Ele gera juros nos empréstimos, o que aumenta a quantidade do dinheiro privado em circulação (eletrônica) e se propaga e expande por toda a economia. Em seguida, vemos o resultado disso na forma de inflação. O fato real é que a causa principal de inflação na economia é estrutural para o sistema bancário de empréstimos fracionários e geradores de juros, mesmo entre os países industrializados. A causa da inflação hoje em dia não é tanto a emissão excessiva de Dinheiro Público pelo governo, como todos os assim chamados especialistas em bancos querem nos fazer acreditar, mas o efeito combinado do empréstimo fracionário e juros sobre o dinheiro dos bancos privados.

Dinheiro Público — Este é o único Dinheiro Real que existe. São as notas reais emitidas pela entidade monetária nacional que detém um monopólio (isto é, o Banco Central ou alguma outra agência do governo) e, como Dinheiro Público, não gera juros, e não deve ser criado por ninguém mais, exceto o Estado. Qualquer outro que faça isso é um falsificador e deve ser colocado na cadeia, pois falsificar o Dinheiro Público é equivalente a roubar a Economia Real (isto é, "Nós, o Povo") de seu trabalho, esforços e capacidade produtiva sem contribuir em nada em termos de trabalho socialmente produtivo. O mesmo deve se aplicar aos banqueiros privados sob o presente sistema de empréstimos fracionários: falsificar dinheiro (isto é, criá-lo a partir do nada como anotações em um livro contábil, ou dados eletrônicos na memória de um computador) é equivalente a roubar a Economia Real de seu trabalho e capacidade produtiva sem contribuir em nada em termos de trabalho.

Por Que Temos as Crises Financeiras?


Um conceito fundamental que está no cerne do presente Modelo Financeiro pode ser encontrado no modo como imensos lucros parasitas por um lado e perdas sistêmicas catastróficas do outro, são efetivamente transferidos para setores específicos da economia, por todo o sistema, além das fronteiras e fora do controle público.

Como em todos os modelos, aquele que temos hoje possui sua própria lógica interna que, uma vez corretamente compreendida, torna esse modelo previsível. As pessoas que projetaram o modelo sabem muito bem que ele é governado por grandes ciclos que têm estágios específicos de expansão e contração, e cronogramas específicos. Assim, eles podem garantir que em tempos de mercados em expansão e lucros gigantescos (isto é, enquanto o sistema cresce, é relativamente estável e gera toneladas de dinheiro a partir do nada), todos os lucros são privatizados, fazendo-os fluir para instituições específicas, setores econômicos, acionistas, especuladores, bônus para executivos e alta gerência, para os corretores, "investidores", etc. que operam a máquina e mantêm todo o sistema corretamente ajustado e operacional.

Entretanto, eles também sabem que — como todos os carrinhos em uma montanha russa — quando você atinge o topo, o sistema inicia uma tendência de queda que desestabiliza, sai fora do controle, se contrai e entra irremediavelmente em colapso, como aconteceu na Argentina em 2001 e em grande parte do mundo desde 2008. Neste momento, todas as perdas são socializadas, fazendo os governos absorvê-las por meio de variados mecanismos de transferência que lançam essas perdas imensas sobre a população em geral (seja na forma de inflação generalizada, hiperinflação catastrófica, colapsos bancários, socorros financeiros, aumento dos impostos, calotes nas dívidas, estatizações forçadas, medidas extremas de austeridade, etc.).

O Esquema de Pirâmide de Ponzi Global de Quatro Lados


Como sabemos, todas as boas pirâmides têm quatro lados e, como o Sistema Financeiro Global está baseado em um esquema de pirâmide de Ponzi, não há razão por que essa pirâmide em particular não tenha também quatro lados.

A seguir está um resumo do Esquema de Pirâmide de Ponzi Global de Quatro Lados, que está no centro do Modelo Financeiro atual, indicando como esses quatro lados funcionam em uma maneira sequencial, consistente e coordenada:

Lado 1 — Criar a Insuficiência do Dinheiro Público. Isto é alcançado, como explicamos anteriormente, controlando-se a entidade Nacional Pública que emite o dinheiro público. O objetivo é desmonetizar a Economia Real para que ela seja forçada a buscar "financiamento alternativo" para suas necessidades (isto é, para que ela não tenha alternativa, senão a de recorrer aos empréstimos dos bancos privados).

Lado 2 — Impor os Empréstimos Fracionários dos Bancos Privados. Isto, como mencionado anteriormente, é dinheiro virtual privado, criado a partir do nada e sobre o qual os banqueiros cobram juros — frequentemente no nível de usura — gerando assim enormes lucros para os "investidores", credores e todos os tipos de entidades e indivíduos que operam como parasitas e que vivem à custa do trabalho dos outros. Isto nunca aconteceria se cada Banco Central gerasse flexivelmente a quantidade correta de Dinheiro Público adequada para satisfazer às necessidades da Economia Real em cada país e região.

Lado 3 — Promover um Sistema Econômico Baseado no Endividamento. Na verdade, todo o modelo da pirâmide está baseado em ser capaz de promover esse paradigma generalizado que declara falsamente que o que realmente "movimenta" a economia privada e a pública não é tanto o trabalho, a criatividade, o suor e os esforços dos trabalhadores, mas, ao contrário, os "investidores privados", "os empréstimos bancários" e o "crédito" — isto é, o endividamento. Com o tempo, esse paradigma substituiu o conceito infinitamente mais sábio, mais sólido e mais equilibrado dos lucros empresariais serem reinvestidos e as genuínas poupanças pessoais serem o fundamento para a prosperidade e segurança futuras — o conceito que o velho Henry Ford usou para fazer sua companhia ser bem-sucedida e prosperar.

Hoje, entretanto, o endividamento reina supremo e esse paradigma ficou entrincheirado e incorporado na mentalidade das pessoas, graças à grande mídia e aos jornais e publicações especializados, combinados com os Departamentos de Economia das universidades de primeira linha, que conseguiram impor esse pensamento politicamente correto com relação às questões financeiras, especialmente aquelas relacionadas com a natureza e a função apropriada do Dinheiro Público.

O fato é que esse modelo gera empréstimos desnecessários para que os credores bancários possam obter imensos lucros, e inclui a promoção do consumismo descontrolado, sem planejamento e até patológico, o que também anda de mãos dadas com o abandono cada vez maior do valor tradicional de "poupar para os dias maus".

Essas dívidas têm objetivos políticos e estratégicos, e não meramente financeiros; elas normalmente recebem uma fina camada de "legalidade" para que possam ser impostas pelos credores sobre os devedores (isto é, no caso de O Mercador de Veneza, o contrato dava ao agiota Shylock o direito legal a uma libra (453 gramas) de carne de Antônio; no caso dos países cronicamente endividados, como a Argentina, essa "legalidade" é alcançada por meio de um complexo mecanismo de lavagem da dívida pública [6] realizado pelas autoridades dos sucessivos governos formalmente "democráticos" até o dia de hoje.).

Lado 4 — Privatização dos Lucros e Socialização dos Prejuízos. Finalmente, e sabendo muito bem que no longo prazo, os números do ciclo inteiro deste modelo nunca fecham, e que todo o sistema inevitavelmente entra em colapso, o modelo impõe uma altamente complexa e frequentemente sutil engenharia financeira, jurídica e de mídia que permite privatizar os lucros e socializar os prejuízos. Na Argentina, esse ciclo tornou-se cada vez mais visível para aqueles que querem ver, pois o Ciclo da Pirâmide de Ponzi no país dura uma média de 15 a 17 anos; a Argentina teve sucessivos colapsos envolvendo depreciações brutais da moeda (1975), hiperinflação (1989) e colapso bancário sistêmico (2001). No mundo industrializado, porém, esse ciclo foi feito para durar quase 80 anos (isto é, três gerações, indo de 1929 até 2008).

Conclusões


A causa fundamental do colapso financeiro global que está em curso e que cria imensas distorções na Economia Real — e os consequentes problemas sociais, sofrimento e violência é clara: As Finanças Virtuais usurparam um pedestal de supremacia sobre a Economia Real, que não lhes pertence legitimamente. As finanças precisam sempre estar subordinadas e colocadas ao serviço da Economia Real, exatamente como a economia precisa seguir a lei e a necessidade social do Modelo Político executado por um Estado-nação soberano. Quando fazemos a engenharia reversa de todo este sistema, compreendemos por que é necessário para a Elite Global do Poder erodir a soberania das nações e eventualmente eliminá-la por completo, de modo a alcançar seus objetivos monetários, financeiros e políticos.

Na verdade, se olharmos as questões em sua perspectiva correta, veremos que a maioria das economias nacionais está praticamente intacta, apesar de terem sido terrivelmente afetadas pelo colapso financeiro. São as finanças que estão no meio de um gigantesco colapso global, à medida que esse Modelo Financeiro de Pirâmide de Ponzi cresceu e se transformou em um tipo de tumor canceroso maligno, que agora entrou em metástase e ameaça matar toda a economia e o corpo político e social, em cada país do mundo, incluindo os países industrializados.

Esta comparação do sistema financeiro atual com um tumor maligno é mais do que uma simples metáfora. Se olharmos os números, veremos imediatamente sinais dessa metástase financeira. Por exemplo, em sua edição de 22 de setembro de 2008, o jornal The New York Times explicou que o principal gatilho do colapso financeiro que tinha explodido na semana anterior, em 15 de setembro, foi, como todos sabemos, a má administração e a falta de supervisão sobre o mercado de derivativos. O jornal explicou que vinte anos antes, em 1988, o mercado de derivativos não existia; em 2002, porém, os derivativos tinham crescido e se tornado um mercado global de 102 trilhões de dólares (isto é cerca de 150% o Produto Interno Bruto de todos os países do mundo, incluindo os EUA, UE, Japão e os BRICs). Por volta de setembro de 2008, os derivativos tinham inflado ainda mais e se transformado em um mercado de 531 trilhões de dólares — isto é mais do que oito vezes o PIB do planeta inteiro!! Isto é "metástase financeira" no pior sentido da expressão! Desde então, alguns estimam que esse mercado global de derivativos possa estar na faixa de um quatrilhão de dólares...

Naturalmente, quando esse colapso começou, os governantes nos EUA, União Europeia e em todo os países, começaram a entrar em ação e implementaram a "Operação Socorro Financeiro" de todos os grandes bancos, companhias seguradoras, Bolsas de Valores, mercados especulativos e seus respectivos operadores, controladores e "amigos". Assim, trilhões e trilhões de dólares, euros e libras foram dados ao Goldman Sachs, Citicorp, Morgan Stanley, AIG, HSBC e outras instituições financeiras "grandes demais para quebrar", que é uma novilíngua para "poderosos demais para quebrar", pois controlam os políticos, partidos políticos e governos com seus punhos de aço.

Tudo isto foi pago com o dinheiro dos contribuintes ou, pior ainda, com emissão irresponsável e descontrolada de notas bancárias do Dinheiro Público e títulos do Tesouro, especialmente pelo Banco da Reserva Federal, o que, na prática, tecnicamente hiperinflacionou o dólar americano. Essa emissão irresponsável de dinheiro foi chamada de "Flexibilização Quantitativa", mas isto é novilíngua para hiperinflação.

Entretanto, até aqui, como no proverbial conto A Roupa Nova do Imperador, ninguém se atreve a declarar isto publicamente. Pelo menos não até que algum evento "não controlado" dispare ou desmascare o que agora deve ser óbvio para todos: O Imperador Dólar está totalmente nu. [7]. Quando isto acontecer, veremos então sangrentas guerras civis e sociais em todo o mundo, e não apenas na Grécia e na Argentina.

Entretanto, nesse momento, como sempre acontece, os círculos de poderosos "banquêsteres" e seus bem-remunerados operadores financeiros e analistas da mídia estarão assistindo a todo o espetáculo medonho, empoleirados com toda a segurança e conforto em seus escritórios, nos andares mais altos dos arranha-céus em Nova York, Londres, Frankfurt, Buenos Aires e São Paulo...

Notas de Rodapé

1. O conceito de "Geoeconomia" foi criado pelo Conselho das Relações Internacionais, um centro de estudos e debates sediado em Nova York, por um grupo de estudos que honrava Maurice Greenberg, o financista que foi durante décadas presidente-executivo da seguradora AIG (American International Group), que entrou em colapso em 2008 e que tinha fortes laços de conflito de interesses com a grande seguradora e resseguradora Marsh Group, cujo presidente-executivo era seu filho Jeffrey. Tanto pai e filho foram indiciados por fraude pelo então promotor-geral de Nova York, Elliot Spitzer. Mais tarde, Spitzer pagou um alto preço por isso, pois quando se tornou governador de Nova York, alguém "descobriu" suas escapadas sexuais, que foram rapidamente transformadas em um grande escândalo pelo jornal The New York Times...

2. Descrevemos a estrutura básica, modelo e objetivos da Elite Global do Poder em nosso livro eletrônico The Coming World Government: Tragedy & Hope?, que pode ser adquirido em www.asalbuchi.com.

3. Para maiores informações, veja o Terceiro Pilar do Projeto Segunda República, "Rejeitar a Economia Baseada no Endividamento", em www.secondrepublicproject.com.

4. Algumas notáveis exceções: Hoje: Líbia, Irã, Síria, China; no passado: a Argentina nos tempos de Perón, a Alemanha e a Itália nos anos 1930s e 1940s... Estamos vendo um padrão aqui?

5. Veja The New York Times, 22 de setembro de 2008.

6. Veja o trabalho que compara os mecanismos de lavagem da dívida com os mecanismos de lavagem de dinheiro, dentro do Pilar 3, "Rejeitar a Economia Baseada no Endividamento", do Projeto Segunda República, em www.secondrepublicproject.com.

7. Isto é melhor descrito no livro deste autor, The Coming World Government: Tragedy & Hope?, no capítulo "Death & Resurrection of the US Dollar". Detalhes em www.asalbuchi.com.

Sobre o autor: Adrian Salbuchi é um analista político, escritor, conferencista e apresentador de um programa de rádio na Argentina. Ele já publicou diversos livros sobre geopolítica e economia em espanhol e, recentemente, publicou seu primeiro livro eletrônico em inglês: The Coming World Government: Tragedy & Hope?, que pode ser adquirido em seu site pessoal, em www.asalbuchi.com. Salbuchi tem 58 anos de idade, é casado, pai de quatro filhos adultos e trabalha como consultor estratégico para empresas nacionais e internacionais. Ele também é o fundador do Projeto Segunda República na Argentina, que está se expandindo internacionalmente. (visite secondrepublicproject.com).

quarta-feira, junho 05, 2013

O Princípio de José e a Crise Econômica

Autor: Carl Teichrib, Forcing Change.

Reina a confusão. A perplexidade na economia parece ser a marca registrada dos tempos atuais.
Os bancos parecem não saber o que fazer; os governos oferecem pacotes de estímulo que não produzem os resultados esperados; por toda a parte planejadores e consultores financeiros proclamam que "as coisas vão melhorar", mas a cada semana que passa a situação piora. No fundo todos sabem que se os mercados se desorganizarem e as moedas se enfraquecerem na confusão, um monstro brutal — o caos — aparecerá e crescerá de forma desmedida enquanto a casa financeira pega fogo.


Observando os mercados e pensando nas possibilidades, duas frases entrelaçadas imediatamente vêm à mente: "Ordo ab Chao" e "Crise Equivale a uma Oportunidade".

Ordo ab Chao é a frase em latim que é a divisa do Grau 33 na Maçonaria. [1]. A frase significa "Ordem a Partir do Caos". Essa frase retrata uma mensagem simples. A partir do caos da crise extrema virá um tempo em que tudo será refeito e a ordem será restaurada. Mas, o que você precisa compreender é que o fato de a ordem ser reestabelecida não significa que o mundo será o mesmo que era antes da catástrofe. Não será e nem pode ser.

Quem já perdeu sua casa em um incêndio sabe que eventualmente a ordem retorna à sua vida. Entretanto, seu mundo muda para sempre; ele não será mais como era antes daquele dia fatídico. Da mesma forma, à medida que nossa casa financeira global começa a pegar fogo de forma bem lenta (em minha estimativa estamos apenas nos estágios iniciais), um novo edifício será criado após a conflagração terminar. Mas, não será a mesma estrutura.

Algo mais precisa ser considerado: a casa não precisa ser totalmente destruída. Em algum ponto durante o fogo, a casa pode ser fechada por um breve período de tempo. Depois, enquanto o mundo aguarda com a respiração suspensa, um novo edifício pode ser apresentado atrás da fumaça. Em seu desejo por segurança, o mundo abandonará a casa antiga e fugirá para a nova estrutura, que tem o aspecto de ser mais segura.

Isto é possível? Lembre-se, "Crise Equivale a uma Oportunidade" e "A Ordem Aparecerá Após o Caos".

Sem dúvida, esta atual crise econômica — e o caos que virá — apresentarão aos indivíduos e organizações oportunidades que de outra forma nunca seriam procuradas em tempos de normalidade. É difícil não esperar qualquer coisa diferente. Afinal, os bombeiros, que estão agora tentando extinguir as chamas são os mesmos homens que iniciaram o incêndio.

A manipulação das calamidades, sejam elas naturais ou criadas pelo próprio homem, para recriar uma sociedade ou nação não é algo novo. Esse tipo de ação pode ser rastreada até os tempos bíblicos.

Antes de prosseguir, quero observar o seguinte: reconheço que para muitos, o personagem bíblico que usarei como exemplo é frequentemente visto como um homem íntegro. De fato, ele tem historicamente sido reconhecido como um homem honrado e até como uma prefiguração do Messias. Entretanto, dois fatos precisam ser considerados. Primeiro, a Bíblia não aprova nem condena as táticas usadas por esse indivíduo; ela apenas descreve a situação que aconteceu. Segundo, o indivíduo em questão era humano em todos os sentidos. Isto é, ele fez coisas em sua vida que foram louváveis e profanas, admiráveis e desprezíveis, benevolentes e dúbias.

Como sei isto, tendo em vista que a Bíblia nunca menciona diretamente qualquer uma de suas imperfeições? Simples: ele era um homem.

José, o herói da última seção do Gênesis, fornece um exemplo impressionante do uso da "economia da crise" para transformar toda uma nação. É interessante que os estudantes da Bíblia sempre negligenciaram as táticas políticas de alavancagem da moeda utilizadas por José — um instrumento utilizado para alterar uma cultura e, ao mesmo tempo, consolidar a riqueza nas mãos de uma elite governante. Como este é o exemplo mais antigo que já encontrei sobre a manipulação monetária para a obtenção do poder, chamei isto de "O Princípio de José". Vejamos a passagem em Gênesis 47:13-26:

13. E não havia pão em toda a terra, porque a fome era muito grave; de modo que a terra do Egito e a terra de Canaã desfaleciam por causa da fome.

14. Então José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do Egito, e na terra de Canaã, pelo trigo que compravam; e José trouxe o dinheiro à casa de Faraó.

15. Acabando-se, pois, o dinheiro da terra do Egito, e da terra de Canaã, vieram todos os egípcios a José, dizendo: Dá-nos pão; por que morreremos em tua presença? porquanto o dinheiro nos falta.

16. E José disse: Dai o vosso gado, e eu vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro.

17. Então trouxeram o seu gado a José; e José deu-lhes pão em troca de cavalos, e das ovelhas, e das vacas e dos jumentos; e os sustentou de pão aquele ano por todo o seu gado.

18. E acabado aquele ano, vieram a ele no segundo ano e disseram-lhe: Não ocultaremos ao meu senhor que o dinheiro acabou; e meu senhor possui os animais, e nenhuma outra coisa nos ficou diante de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa terra;

19. Por que morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra? Compra-nos a nós e a nossa terra por pão, e nós e a nossa terra seremos servos de Faraó; e dá-nos semente, para que vivamos, e não morramos, e a terra não se desole.

20. Assim José comprou toda a terra do Egito para Faraó, porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome prevaleceu sobre eles; e a terra ficou sendo de Faraó.

21. E, quanto ao povo, fê-lo passar às cidades, desde uma extremidade da terra do Egito até a outra extremidade.

22. Somente a terra dos sacerdotes não a comprou, porquanto os sacerdotes tinham porção de Faraó, e eles comiam a sua porção que Faraó lhes tinha dado; por isso não venderam a sua terra.

23. Então disse José ao povo: Eis que hoje tenho comprado a vós e a vossa terra para Faraó; eis aí tendes semente para vós, para que semeeis a terra.

24. Há de ser, porém, que das colheitas dareis o quinto a Faraó, e as quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o vosso mantimento, e dos que estão nas vossas casas, e para que comam vossos filhos.

25. E disseram: A vida nos tens dado; achemos graça aos olhos de meu senhor, e seremos servos de Faraó.

26. José, pois, estabeleceu isto por estatuto, até ao dia de hoje, sobre a terra do Egito, que Faraó tirasse o quinto; só a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó.

José, o segundo em comando no Egito dos Faraós, advertido a respeito de uma fome vindoura, preparou estoques de grãos para alimentar o povo durante a crise. Quando a fome chegou ao país, o povo foi até José para comprar mantimento. Uma transação simples foi efetuada: os cidadãos usaram a moeda nacional para comprar o trigo.

Nos versos 14 e 15 vemos um acontecimento incomum. Após vender o trigo, José intencionalmente reteve o dinheiro, evitando que ele entrasse em circulação novamente na economia nacional. O resultado foi a catástrofe previsível para a população: crise econômica.

De acordo com a versão Corrigida e Fiel da tradução de João Ferreira de Almeida, "acabou o dinheiro", o Egito experimentou uma deflação intencional, patrocinada pelo governo no meio de uma calamidade natural. O dinheiro sumiu.

Precisando comer para viver, o que os cidadãos fizeram? Eles trouxeram o gado que tinham em troca dos grãos (versos 16-17). Como uma sociedade agrária, o gado representava a base industrial daquele povo. Portanto, colocando esse poder nas mãos do governo, a atividade comercial da população foi efetivamente abolida.

Ao relatar esta série de eventos, algumas pessoas já me perguntaram: "— Por que o povo não abateu e comeu os animais em vez de trocá-los pelos grãos?"

Naquele tempo não existia a refrigeração. Provavelmente, eles poderiam produzir carne de sol e consumi-la durante um período longo de tempo, mas os grãos eram considerados alimentos mais valiosos e estáveis durante um tempo de seca. Agora, o povo não tinha mais dinheiro nem gado e um ano mais tarde a comida comprada também acabou.

Retornando a José, que obviamente tinha o controle dos estoques de grãos, o povo implorou que o líder (Faraó) tomasse suas terras e eles mesmos em troca de mantimentos (versos 18-19). Portanto, a partir de agora a propriedade ficou consolidada sob o poder do Estado e os cidadãos literalmente se transformaram em escravos em seu próprio país (versos 20-21). Na tradução de João Ferreira de Almeida, a linguagem diz que José despovoou as áreas rurais e transportou a população para as cidades. Esta foi uma estratégia magistral de controle da população. (Houve uma migração forçada do campo para as cidades.)

Uma vez que a riqueza da nação ficou consolidada sob o estandarte do Faraó por meio das ações de José — a riqueza monetária, a base industrial, a terra e a produtividade, e o povo como ativo econômico — então José instituiu novos sistemas de produção agrícola e tributário (versos 20-24). Como o povo reagiu? Eles alegremente abriram mão do controle de suas riquezas, de suas propriedades e de si mesmos (abriram mão de suas liberdades) em troca da promessa de segurança oferecida pelo governo.

Tenha em mente que tudo isto teve início com a depreciação do sistema monetário. A manipulação da moeda é considerada o método mais poderoso — depois da guerra — que pode ser usado para reorganizar o fulcro de uma sociedade.

Estou sugerindo que a crise atual será usada como uma alavanca para reestruturar nosso mundo ocidental? Sim, existe uma grande probabilidade a favor disto. Considere o que John Maynard Keynes, considerado o pai da Economia moderna, teve a dizer em 1919:

"Não há um modo mais sutil e mais seguro de derrubar a base existente de uma sociedade do que corroer o valor de sua moeda." – John Maynard Keynes, The Economic Consequences of the Peace, pág. 236.

O modelo econômico de Keynes é o que tem sido usado desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Falando em termos gerais, é a ideia que os governos podem estimular a economia por meio da administração da taxa de juros — o aspecto mais importante do crédito e das dívidas -, dos modelos de tributação e de outros programas de incentivo instituídos pelo Estado. A citação anterior refere-se principalmente às ações inflacionárias, mas a mesma conclusão poderia ser feita com relação à alavancagem deflacionária.Três outras citações vêm à lembrança:

"A grande luta da história tem sido pelo controle sobre o dinheiro. É quase tautológico afirmar que controlar a produção e distribuição de dinheiro é controlar a riqueza, os recursos e a população do mundo." — Jack Weatherford, The History of Money (Crown Publishers, 1997), pág. 246.
"O controle do dinheiro e do crédito atinge o próprio coração da soberania nacional." — A. W. Clausen [então presidente do Bank of America], em uma entrevista em 1979 para o Freeman Digest, "Bancos Internacionais", pág. 21.
"... novos sistemas políticos e econômicos abrangentes envolvendo duas ou mais nações sempre aparecem em consequência de uma conquista ou de uma crise comum..." – A. W. Clausen, Freeman Digest, "Bancos Internacionais", pág. 23.

Os vínculos entre crise econômica e transformação não podem ser ignorados.

Em meados dos anos 1970s, uma "nova ordem econômica internacional" [2] foi proposta à luz dos crescentes custos da energia, dos desequilíbrios cambiais mundiais e outros abalos na economia global. O objetivo deste movimento — que teve origem na Argélia e encontrou suporte no Grupo dos Países Não Alinhados [3] — era transformar o sistema financeiro mundial, de orientação ocidental e capitalista, para um modelo de estilo mais socialista.

O Clube de Roma, um grupo de elite formado por líderes eminentes, também apoiou esse esforço. Em 1976, ele descreveu como seria essa "nova ordem econômica internacional". De acordo com o Clube de Roma, a composição social, política, cultural e econômica do mundo precisava ser realinhada sob um abrangente sistema de gestão internacional. Isto incluía a promoção da integração monetária regional, a criação de uma agência do Tesouro Mundial, e poderes de tributação mundial — tudo com o objetivo de progredir "rumo a um sistema monetário em escala global". [4].

Como os cidadãos viriam a aceitar essas transformações radicais? O Clube de Roma compreendeu o mecanismo histórico necessário: crises. [5].

Embora essa "nova ordem econômica internacional" proposta tenha se desintegrado devido às lutas nacionais internas entre os países que apoiavam a agenda (entre outros fatores), o princípio da "crise econômica e transformação" nunca desapareceu. Avancemos agora rapidamente para um ano depois da famosa quebra no mercado de ações em 1987.

Em 9 de janeiro de 1988, a revista The Economist publicou uma matéria de capa sobre a proposta de uma moeda internacional chamada Fênix. Como a mítica ave que se levanta das cinzas da destruição, essa moeda internacional emergiria do caos provocado por uma crise. Como a matéria observou, seriam necessários "várias grandes perturbações na taxa de câmbio, mais algumas quebras no mercado de ações e provavelmente um ou dois colapsos para que os políticos aceitem a Fênix e entreguem o controle monetário para uma autoridade mais alta". A revista até mesmo sugeriu uma data para início: 2018. [6].

Procurando colocar freios na má gestão monetária por parte dos governos, um problema que parece ser uma praga em todos os países, o artigo sugeria uma reorganização radical: com a Fênix, a tomada de decisão no nível nacional não existiria mais após o estabelecimento de um Banco Central Mundial:

"Não haveria mais, por exemplo, esta história de uma política monetária nacional. O suprimento da moeda Fênix seria fixado por um novo Banco Central, criado talvez, a partir do Fundo Monetário Internacional. A taxa de inflação mundial — e, portanto, dentro de margens estreitas, cada taxa de inflação nacional — estaria sob sua responsabilidade. Cada país poderia usar a tributação e os gastos públicos para compensar as quedas temporárias na demanda, mas teria de tomar empréstimos em vez de imprimir dinheiro para financiar seu déficit orçamentário. Sem poderem recorrer ao tributo da inflação, os governos e seus credores seriam forçados a julgarem seus planos de tomarem e oferecerem empréstimos de forma mais cuidadosa do que fazem hoje. Isto significa uma grande perda de soberania econômica, mas de qualquer forma, as tendências que tornam a Fênix tão atraente já estão tirando essa soberania." [7].

Mais recentemente, Robert Mundell — o "pai do Euro" — tem viajado por todo o mundo e participado de conferências sobre a criação de uma nova moeda internacional, chamada de DEY, uma combinação do dólar americano, com o euro e o iene. A crise, Mundell já observou, abrirá a porta.

"A reforma monetária internacional normalmente se torna possível somente em resposta a uma necessidade sentida e à ameaça de uma crise global." [8].

Esse ganhador do Prêmio Nobel também apontou seu dedo para o possível evento de gatilho, dizendo que "a crise global teria de envolver o dólar", e que uma moeda mundial seria vista como "uma contingência" para um desastre global do dólar. [9].

Benn Steil, diretor de Economia Internacional no Conselho das Relações Internacionais (o CFR), sugeriu a recriação do sistema financeiro mundial em torno de três moedas-chaves: o dólar americano, o euro e uma nova unidade monetária asiática. Steil implicou que o fator fundamental para esse acontecimento seria uma grande reestruturação envolvendo o dólar americano. [10].

A crise, em relação às moedas regionais e mundial, já foi enfocada em edições anteriores da Forcing Change. (Veja os artigos "Uma Moeda Comum Para um Mundo Unificado" e"Construindo um Novo Futuro Comum"). Mas, ela precisa ser reiterada aqui. Por quê? Porque hoje, sempre que ligamos o rádio ou a televisão, ouvimos mais discussões sobre a situação de emergência em que se encontram as finanças globais. E crise equivale a uma oportunidade.

Além do óbvio, que riquezas serão perdidas e obtidas diariamente durante esta atual calamidade, alguns aspectos do quadro maior precisam ser considerados rapidamente:

Observe os cenários para as moedas regionais e mundial se tornarem cada vez mais aceitáveis. Isto provavelmente será mais evidente nos círculos acadêmicos e estritamente focados nas finanças. Entretanto, você pode ver essas ideias aparecerem em alguns editoriais dos jornais e em outros canais de notícias. Na verdade, já podemos observar que os programas sobre finanças e negócios estão começando a enfocar o bloco monetário que está se formando entre os países da região do Golfo Pérsico.


Sugestões para reconstruir a casa financeira internacional. Na verdade, isto já está acontecendo. Considere o seguinte, extraído de um boletim recente de notícias financeiras Bloomberg:
"O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi disse que os governos poderão fechar os mercados financeiros, pois o congelamento no crédito está derrubando as ações e ameaça provocar uma recessão global."
"Com os títulos dos governos tendo sua pior semana desde os anos 1970s, Berlusconi disse em Nápoles, Itália, que os mercados poderão ser fechados enquanto as autoridades responsáveis pela criação de políticas 'reescrevem as regras das finanças internacionais'."
"As discussões foram reveladas quando os ministros das Finanças e banqueiros centrais dos países do G7 buscavam uma ação conjunta para afastar a crise. Entre as opções: injetar fundos do contribuinte em bancos que sofreram grandes perdas e garantir o empréstimo entre eles e também garantir seus depósitos."
"Não fazer nada não é uma opção neste estágio', disse o presidente do Bundesbank, Axel Weber, aos repórteres em Washington. A ministra francesa das Finanças Christine Lagarde disse que 'uma base coordenada é o único modo de reagirmos diante da situação'."
"Cortes sem precedentes na taxa de juros e os socorros financeiros dados aos bancos não conseguiram acalmar os mercados, colocando as autoridades sob pressão para puxarem mais algumas alavancas de políticas econômicas hoje, ou correrem o risco de exacerbarem a agitação financeira e econômica."
"A gravidade da situação atual está entrando na mente das autoridades', disse Charles Diebel, estrategista em operações de câmbio com moedas europeias no conglomerado financeiro Nomura International PLC, em Londres. 'Chegou a hora de trocar a pia da cozinha, pois lançar tudo nela é que causou o problema e é nessa escala de gravidade que o choque e o tremor romperão o ciclo do medo'." [11].

Mantenha seus olhos na Ásia, especialmente na China e na Índia, bem como na América do Sul e na região do Golfo Pérsico. À medida que a riqueza e o poderio econômico diminuírem nos mercados da América do Norte, outras partes do mundo com populações mais vibrantes crescerão em poder.

Notas Finais:

1. Albert G. Mackey, An Encyclopædia of Freemasonry, Volume 2, (Masonic History Company, 1917), pág. 537.

2. Philip C. Bom, The Coming Century of Commonism: The Beauty and the Beast of Global Governance (Policy Books, 1992), págs. 27-53.

3. Veja Reshaping the International Order: A Report to the Club of Rome (E. P. Dutton, 1976), pág. 4. A crise do petróleo e o papel da OPEP na defesa dos direitos do Terceiro Mundo foram monumentais na definição do cenário para este movimento. Para saber mais sobre esse acontecimento, veja Jean-Jacques Servan-Schreiber, The World Challenge (Simon and Schuster, 1980).4. Idem, págs. 126-134.

5. Idem, pág. 110.

6. Matéria de capa, "Get Ready for the Phoenix", The Economist, 9 de janeiro de 1988.

7. Idem.

8. Robert Mundell, "Uma Década Depois: Novas Responsabilidades da Ásia no Sistema Monetário Internacional", apresentação feita em Seul, Coreia do Sul, 2-3 de maio de 2007.

9. Idem.

10. Benn Steil, "The End of National Currency", Foreign Affairs, edição de maio/junho de 2007.

11. "Berlusconi Says Markets May Be Shut; G-7 Seeks United Remedy", Bloomberg.com, 10 de outubro de 2008.

quinta-feira, maio 30, 2013

Milionária australiana exige esterilizar os que ganhem menos de 77 mil euros ao ano

A multimilionária conservadora australiana Gina Rinehart pediu a esterilização das pessoas que ganhem menos de 77.000 euros ao ano, alegando que a única forma de evitar a pobreza é impedir que as classes baixas se multipliquem.


Num vídeo colocado em sua conta oficial do YouTube, a herdeira de uma mineradora australiana assegurou também que a desigualdade de ingressos se deve a diferenças na inteligência. Segundo Rineharth, a eugenésia, ou seja, a aplicação das leis biológicas da herança para aperfeiçoar a espécie humana, sería a única saída.

“Nossa nação enfrenta a uma grave crise econômica, já que a fortaleza do dólar australiano e a queda de preços das matérias primas lastram nossa capacidade para competir a nível mundial”, explicou. “A única solução lógica a esta crise é o fortalecimento da qualidade de nosso recurso mais valioso: o capital humano”, acrescentou.

“Creio que qualquer casal que ganhe menos de 100.000 dólares (uns 77.000 euros) ao anodevería ser esterilizado à força através de uma vasectomía ou uma ligadura de trompas.Aqueles que ganhem mais de 100.000 dólares ao ano deveriam ser incentivados a ter até 10 ou 12 filhos“, afirmou Rinehart.

Segúndo informa The Daily Currant, Gina Rinehart é a pessoa mais rica da Austrália e uma das mulheres mais ricas do mundo. A maior parte de sua fortuna provêm de uma empresa mineradora que herdou de seu pai e que se converteu num importante exportador de minério de ferro.

A fins do ano passado, Rinehart gravou outro vídeo argumentando que os australianos deveriam aceitar salários mais baixos porque a população na África está disposta a trabalhar por 2 dólares (1,50 euros) ao día.

Rinehart está situada num posto 16 na lista das mulheres mais poderosas do mundo segundo a Forbes, à frente da primeira ministra australiana, Julia Gillard. Sua fortuna se estima em mais de 21 bilhões de dólares, uns 16 bilhões de euros.
Fonte: antena3.com

sábado, abril 13, 2013

O falso deus

O que aconteceu neste mundo? 

A ganância do deus mercado, como diz um escritor do meu mundo, Eduardo Galeano, destruiu tudo.

E as guerras fizeram desaparecer a paz.

E alguns, com o pretexto de a procurar (à paz) continuam guerreando e chegou-se ao absurdo de premiar com o Nobel aquele que dirige a Guerra como se fosse emissário da Paz.


Enquanto isso:

Estão devastando as florestas.

Aumentam o fabrico de armas.

Países que não as fabricavam fazem-no agora.

Foram inventados os Paraísos Fiscais.

Foi criado o FMI, organização criminosa de colarinho branco ao serviço do deus artificial.

Foi criada a NATO e com o seu patrocínio se mata, rouba e destrói como Átila.

As regras da guerra nunca se cumprem.

Às sociedades anonimas permite-se transgredir.

As minas a céu aberto envenenam os rios.

Os agroquímicos contaminam as plantas e os seus frutos.

Os agroquímicos produzem malformações no feto humano.

Os agroquímicos causam o cancro e doenças em seres humanos.

Os agroquímicos causam doenças em animais.

Estão desaparecendo espécies animais.

Desaparecem espécies aquáticas.

Um novo termo "deslocados", designa famílias inteiras a fugir porque lhes expropriaram as terras falsificando títulos de propriedade, que lhes confere o deus inventado.

As hierarquias religiosas, não questionam o valor absoluto do Deus Artificial e deixam-no conviver com o deus dos seus diferentes credos: católico, evangélico, muçulmano ou protestante.

Pequenas indústrias e / ou empresas desaparecem, absorvidas pelo Deus Artificial que sustenta os capitais internacionais globalizados.

Mudaram o nome às prostitutas, que são chamadas "trabalhadoras sexuais", para transformar assim um sector moralmente marginal, dando-lhe uma referência valorativa falsa, mas suficiente para que a parte sórdida do submundo de prostituição se fortaleça, porque move milhões no mercado negro, juntamente com a droga, o jogo nos casinos e a lavagem de capitais ilícitos de milionários.

A televisão transmite programas de estupidificação mental.

Os canais de televisão, a imprensa oral e escrita, distorcem as notícias para o lado de quem oferecer mais.

Vários países mantêm a pena de morte.

A descoberta da América apenas significou, para os europeus, mais colonias para saquear.

A escravatura existe disfarçada (com o nome de trabalho precário) nos chamados países do terceiro mundo e também no chamado primeiro.

Como não acabam com a especulação (que é um falso argumento do falso deus) provocam crises financeiras que forçam os pobres a ser mais pobres, e vários estados que acreditavam ser soberanos, a alienar as suas riquezas naturais e o seu patrimônio cultural.

Bilderberg é um clube de notáveis desnaturalizados, com fortunas fabulosas, que administram com o Deus Artificial.

Alguns membros do Clube Bilderberg são inimputáveis de nascimento, porque acreditam ter uma cor diferente de sangue, que dizem ser azul.

Os considerados de sangue azul herdam os direitos inalienáveis dos seus privilégios e os cidadãos comuns podem ser passíveis de severas medidas, segundo o país, se questionam os do dito sangue azul. Existem também os chamados xeques que governam despoticamente, em países, geralmente ricos em campos de petróleo que lhes permitem levar vidas faustosas em contraste com a pobreza de seus súbditos.

Em alguns países monárquicos podem obter-se os privilégios dos de sangue azul quando o chamado monarca lhes concede um título chamado de nobreza.

Nos países obedientes ao Império onde radica o maior templo do Deus Artificial, aceitaram chamar "falsos positivos" a cidadãos inocentes para quem se inventou um currículo terrorista para os matar e para oferecer aos seus superiores uma quantidade, para justificar a tarefa de encontrar terroristas. Após um massacre chamado "La Macarena", na Colômbia, foi descoberto este sistema sinistro, mas ele é mais comum do que se admite, não só na Colômbia, mas também na América Latina. Como no meu país, a Argentina, onde alguns governadores com mentalidade de senhores feudais, cometem piratarias contra os povos indígenas e assassinatos impunemente. Ou na sua falta, os povos morrem de fome ou de doenças já superadas em outras províncias.

Quando, no Templo de Deus Artificial se alerta para que, em alguns países os cidadãos pobres pretendem viver melhor, porque são governados por ditadores protegidos pelo Império do Norte (ex. Egipto, Tunísia, etc.), cortam-lhes os meios de comunicação e dinheiro (internet, sistemas bancários, etc.) e os militares ou policias matam e castigam-nos nas praças para onde foram, desarmados, reclamar pelos seus direitos.

A propósito do falso deus, transcrevo o pensamento do terceiro presidente dos EUA:
"Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos permanentes prontos para o combate. Se o povo americano alguma vez permitir que bancos privados controlem sua moeda, os bancos e todas as instituições que florescerão em torno dos bancos despojarão o povo de toda a posse, primeiro pela inflação, depois pela recessão, até ao dia em que os seus filhos vão acordar sem casa e sem tecto na terra que seus pais conquistaram". Thomas Jefferson.Se vivesse hoje Thomas Jefferson seria considerado terrorista?

Beatriz Paganini 
Escritora, argentina.
Este texto é uma página do seu romance"Antes e depois de Guernica". 

quinta-feira, agosto 23, 2012

Surgem sociedades alternativas na Grécia devido a crise

Sem perspectivas, em um país afundado na pior crise de sua história recente, jovens da Grécia estão recomeçando a vida em sociedades alternativas baseadas em princípios radicais de sustentabilidade. A comunidade Free and Real (Livre e Real, em tradução literal), a sigla em inglês para Freedom of Resources for Everyone, Respect, Equality, Awareness and Learning (Liberdade de Recursos para Todos, Respeito, Igualdade e Aprendizado - também em tradução literal), foi fundada há dois anos no sopé do monte Telaithrion, na paradisíaca ilha de Evia, por quatro jovens de Atenas. Hoje, ela conta com dez moradores em tempo integral e mais de cem que passam parte do ano no local.

Um dos fundadores do movimento, o webdesigner Apostolos Sianos, afirma que abriu mão do emprego e de comodidades da sociedade moderna.

Os moradores da sociedade alternativa não têm acesso à rede grega de eletricidade, moram em cabanas comunitárias que eles mesmos construíram e comem a comida que produzem no local. O excedente da produção é trocado no vilarejo mais próximo por produtos de que necessitem. “O que outros viram como a crise econômica global, vimos como crise de civilização”, afirmou Sianos.

Para ele, tudo parecia em crise: o sistema de saúde, o meio ambiente, a educação. A semente da ideia foi lançada em um fórum da internet em 2008, mas cresceu até sair do mundo virtual para o real. “Quando tomei a decisão de abandonar a cidade e morar neste pedaço de terra, fiquei um pouco nervoso. Mas agora não consigo me imaginar naquele estilo de vida outra vez.”

Nos últimos meses, com o agravamento da crise grega, o estilo de vida alternativa proposto por Sianos vem atraindo cada vez mais interessados. O esvaziamento das cidades, em um êxodo rumo ao campo, vem sendo registrado em várias regiões. Muitos agora procuram o Free and Real para se aconselhar sobre técnicas de vida sustentáveis e de agricultura orgânica. “A crise financeira grega está dando uma enorme oportunidade às pessoas para verem que o sistema em que vivem não está funcionando, então podem começar a procurar alternativas”, afirmou Sianos.

Andonis Karantinakis é uma dessas pessoas. Morador da quarta maior cidade da Grécia, Heraklion, ele se considera um “trabalhador inseguro”. Desde que se formou em turismo, trabalhou em bares, restaurantes, lojas, segurança de aeroporto e até como ajudante arqueológico. Sempre temporariamente e nunca com garantias formais. Em 2010, Sklavenitis e outros amigos desempregados formaram a primeira Associação dos Desempregados, com o objetivo de lutar por melhores condições de emprego e apoio psicológico àqueles que sofrem com o desemprego. [...]

sexta-feira, maio 25, 2012

Papa diz que a crise europeia nasceu da rejeição a Deus

O papa Bento 16 (na caricatura) disse que a atual crise econômica da Europa “nasceu da rejeição de pessoas a Deus, que é quem garante a nossa felicidade”. Afirmou que “Deus se tornou para muitos o grande desconhecido e Jesus é apenas um grande personagem no passado”. 

Em um discurso hoje (24) pela manhã aos bispos italianos, ele lamentou que Deus tenha sido “excluído do horizonte de muitas pessoas” e que, quando há necessidade de uma discussão de questões importantes, a religião seja colocada no “reino subjetivo", sendo reduzida "a um fato privado e íntimo, à margem a consciência pública”. 

“A crise que a Europa está ligada a essa negligência, a essa rejeição de abertura para o transcendente.” 

Não foi a primeira vez que o papa associou a crise econômica ao forte avanço do secularismo em países europeus. Essa pregação tem sido reproduzida com insistência pela hierarquia católica. Recentemente, dom Lluís Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona (Espanha), por exemplo, afirmou que “a negação de Deus esconde uma profunda desumanização do indivíduo e da sociedade”. 

A Espanha é um dos países mais abalados pela crise, com taxa de desemprego acima de 20%. Lá, setores da esquerda têm criticado fortemente a Igreja Católica por não colaborar para resolver a recessão porque resiste à proposta de que passe a pagar impostos sobre as propriedades de suas atividades empresariais. 
[Com informação da EWTN Notícias.]

sexta-feira, abril 27, 2012

A Quebra da Grande Potência Mundial

Na vida financeira de toda sociedade construída com base em uma política monetária falha, existe um ponto em que o fio fino da fé econômica, o fio que amarra todo o sistema falho junto, o fio que se tornou tangível graças às esperanças (e, algumas vezes, ignorância) do populacho, finalmente se arrebenta. Desde a Antiga Roma, a República de Weimar, a Argentina, ou os EUA dos dias atuais, nenhuma sociedade alimentada por dívidas insustentáveis e por inflação da moeda fiduciária pode se evadir do "Ceifeiro da Morte Fiscal" por muito tempo. Os EUA sozinhos sobreviveram desde o início dos anos 1970 (após o presidente Nixon remover os últimos vestígios do padrão ouro) com base em nada mais do que práticas de crédito questionáveis e otimismo sem fundamento, porém há um limite para o poder da fantasia. Este é um fato que a maioria dos analistas financeiros na grande mídia e parte do público se recusam a compreender. A mera crença na natureza duradoura do mercado não é suficiente; os fundamentos também precisam suportar essa crença. 

Hoje, enfrentamos uma atmosfera em que os fundamentos estão ferozmente em oposição à percepção da economia que é promovida para o público, e são momentos na história como este que apresentam uma clara espoleta para o colapso total. O desastre financeiro já é ruim o suficiente quando é parcialmente previsto. Quando as massas são pegas totalmente ignorantes, despreparadas e no meio de convicções mal-orientadas, isso leva ao pior tipo de tragédia: a tragédia irônica e do tipo Shakesperiano. Evitar esse tipo de tragédia é um dos principais objetivos do Movimento da Liberdade. Podemos não ser capazes de impedir o desenvolvimento da crise atual, mas podemos criar uma conscientização e, com isto, reduzir o choque cultural e também o impacto. 

Os economistas da corrente dominante falaram sobre o "invencível" surgimento do globalismo e o rolo compressor financeiro dos EUA, que não poderia ser parado, durante anos, enquanto homens mais inteligentes e sensatos tentaram advertir o público dos perigos. O colapso inicial dos derivativos em 2007/2008 deveria ter deixado todos esses patéticos animadores de torcida que trabalham para o sistema envergonhados, para não dizer fora do mercado de trabalho. Três anos mais tarde, surpreendentemente, pedem e esperam que continuemos a olhar para esses tristes e inúteis indivíduos e acompanhemos suas previsões sobre a estabilidade do mercado, que sempre se revelaram absolutamente incorretas, e para seus conselhos sobre poupança e investimentos, que eles não estão qualificados para dar. 

Suponho que não deveríamos nos surpreender pela permanência prolongada desses papagaios e marionetes na grande mídia. Eles podem não ser úteis para o cidadão mediano, mas ainda são muito úteis para os banqueiros internacionais e para as companhias globalistas que pagam seus salários. Eles servem para nos distrair e confundir. Eles nos confortam quando deveriam nos acautelar, e contradizem quando deveriam advertir. Nossa casa financeira está pegando fogo do piso até o teto, e eles nos garantem que o brilho laranja e o calor que estamos sentindo são apenas a alvorada de um novo e lindo dia. Eles nos recomendam olhar para o futuro, pois o retorno à normalidade está para acontecer em breve. Eles nunca se atreveriam a ponderar os fatores frios e rígidos do presente, ou toda a farsa se tornaria evidente. Estejam eles cientes ou não, as mentiras que esses comentaristas da mídia perpetuam armam o cenário para uma agitação ainda maior, em detrimento da maioria e para o benefício de apenas alguns poucos. 
Neste artigo, como fizemos em muitos outros, examinaremos essas mentiras, bem como as verdades que elas procuram esconder. A verdade mais importante de todas é que não somente não estamos no meio de uma recuperação, mas que a fase final do colapso econômico está prestes a começar... 


Distrações, meias verdades e mentiras descaradas

"Não teremos mais quebras no nosso tempo." [John Maynard Keynes, em 1927]. "Não vejo nada na situação presente que seja ameaçador ou que garanta o pessimismo... Tenho plena confiança que haverá um retorno da atividade na primavera, e que durante este próximo ano o país fará um progresso contínuo." [Andrew W. Mellon, Secretário do Tesouro dos EUA, em 31 de dezembro de 1929]. "1930 será um ano esplêndido para o emprego." [Departamento do Trabalho dos EUA, Previsão Para o Próximo Ano, dezembro de 1929]. 
"Embora a quebra tenha ocorrido somente seis meses atrás, estou convencido que o pior já passou — e com a continuidade da unidade dos esforços, rapidamente teremos a recuperação. Não houve nenhuma quebra significativa no setor bancário ou na indústria. Este perigo, também, já ficou para trás." [Herbert Hoover, presidente dos EUA, 1 de maio de 1930]. 

A maioria de nós ainda não tinha nascido naquele tempo e não testemunhou a Grande Depressão, mas as citações anteriores devem soar estranhamente familiares. Os comentaristas e membros do governo da nossa era fatídica proferem o mesmo tipo de bobagem quase todo dia e precisamos começar a imaginar se eles estão TENTANDO superar as afirmações ridículas de seus antecessores em uma tentativa de ganhar o prêmio de quem tem a maior cara de pau. Hoje, não somente estamos ouvindo dizer que existem inúmeros indícios de uma recuperação, mas se esses indícios falharem, será somente porque não "acreditamos" o suficiente na existência deles! 

É este tipo de idiotice que nos levou à situação em que estamos agora, e é a mesma idiotice que deixará milhões de pessoas em uma maior ruína financeira em um futuro próximo. A ideia absurda que a prosperidade é dirigida meramente pelo otimismo cego precisa ser rejeitada, se quisermos realmente reconstruir. A transparência, a verdade pura e inalterada, precisa estar presente em todo aspecto do governo e das finanças para que uma sociedade seja bem-sucedida. Não podemos mais continuar em um sistema construído sobre a premissa que a população precisa ser mantida no escuro "para seu próprio bem". 

A essência do argumento da recuperação está em uma retórica não substanciada, em estatísticas distorcidas e na superpromoção de novos itens que, na realidade, são indicadores econômicos muito fracos. A reforma do sistema financeiro em Wall Street está sendo anunciada como uma correção que resolverá tudo, porém a linguagem da legislação faz muito pouco, ou nada, para controlar as práticas de venda de derivativos tóxicos que fomentaram a bolha habitacional, e também não toma medidas contra a causa-raiz da crise das hipotecas: o banco central privado chamado Sistema da Reserva Federal, que artificialmente reduziu as taxas de juros e as normas para empréstimos durante os anos 1990s, sabendo muito bem que isso provocaria o acúmulo de títulos de dívida podres na economia. Os bancos internacionais não foram punidos de verdade por suas práticas de manipulação do mercado e da sua contabilidade, e tampouco serão. Os recentes e risíveis acordos judiciais da seguradora AIG e do banco Goldman Sachs provam que os banqueiros não serão responsabilizados, somente penalizados com multas que são pouco mais do que troco para essas corporações globais monstruosamente grandes: 
Isto significa que as condições que dispararam o colapso inicial não foram corrigidas de forma alguma. Absolutamente nada mudou desde 2007. A população foi apenas temporariamente blindada dos efeitos e particularidades da corrupção financeira contínua. Por exemplo, foi revelado que a própria SEC (NT: Securities and Exchange Commission, órgão que corresponde no Brasil à Comissão de Valores Mobiliários) sabia, pelo menos desde abril, que o Citigroup ocultava patrimônio e dívidas em sua contabilidade, contando os Acordos de Recompra como vendas reais. Para aqueles que não estão familiarizados com essa prestidigitação, este é o mesmo truque contábil que levou à queda do banco Lehman Brothers: 
O Citigroup afirma, é claro, que esses Acordos de Recompra são apenas uma pequena parte de sua operação e não afetarão sua capacidade para operar. O problema é que, como o Lehman Brothers e o Citigroup, é provável que a maior parte dos bancos globais use procedimentos contábeis irregulares para ocultar a verdadeira medida de seus capitais alavancados. Certamente não é do melhor interesse deles revelar toda a verdade, então por que esperar que eles façam isso? Devido ao dilema contínuo de dívidas ocultas e não reportadas pelos bancos, é somente uma questão de tempo para que testemunhemos outra implosão do crédito, seguida por mais socorros financeiros financiados pelos contribuintes, e ainda mais estresse sobre a estabilidade do dólar. 

Embora as promessas vazias de reforma e as práticas contábeis ocultas dos bancos tenham mantido os mercados maleáveis por enquanto, é realmente o exagero dos gastos dos consumidores e dos ganhos do varejo, junto com os relatórios manipulados sobre o desemprego do Departamento do Trabalho, que mantiveram a roda da falsa recuperação girando por mais de um ano. Qualquer lucro ou aumento da produção por parte de qualquer companhia tem sido usado para alardear que o mercado está se aquecendo, mesmo que, na maioria dos casos, essas empresas tenham aumentado seus lucros por meio da redução da mão de obra e do aumento da produtividade, forçando os funcionários restantes a trabalharem mais e pelo mesmo salário. Essas companhias não expandiram os lucros porque o consumidor americano está novamente gastando com avidez, como é sugerido toda vez que um novo informe trimestral de lucros é anunciado. Após um ano de má representação dos fatos, finalmente a verdade está começando a aparecer. 

As ações das empresas do varejo estão começando a cair, à medida que essas empresas experimentam vendas e lucros decrescentes, o que significa que a estratégia de corte dos custos concluiu seu curso e os varejistas ainda estão perdendo dinheiro: 
O nível do emprego no setor de serviços permanece estagnado. A conversa estimulante que surgiu no início deste ano de uma ressurgência nas contratações agora se desvaneceu: 
Conclusão: a taxa REAL de desemprego de aproximadamente 20% se tornou perpétua e alguns economistas estão até sugerindo que a aceitemos com uma norma. O público está agora começando a entender que a criação saudável de empregos é um objetivo muito distante, um objetivo que o governo sozinho não tem capacidade de alcançar, com ou sem os socorros financeiros. 

No cenário internacional, as notícias da Europa silenciaram-se abruptamente. Após meses de ruidosas reportagens sobre a crise da dívida soberana da Grécia e da implosão do euro, subitamente começaram a dizer que a situação se estabilizou. Mas como? Quais medidas foram tomadas e como elas afetam o equilíbrio da economia da União Europeia? O fato é que medida alguma foi tomada e nenhum ajuste efetivo foi feito. A grande mídia apenas emudeceu e parou de noticiar a situação e, para muitas pessoas, aquilo que está longe da vista, está longe das preocupações. 

A Grécia ainda está exatamente onde estava seis meses atrás, e a relação dívida/PIB dos países-membro da UE continua a subir. A mera menção que a classificação de crédito Aaa da Espanha estava sendo revista para uma possível degradação sacudiu o mercado acionário no início de julho. A revisão somente será concluída dentro de três meses, porém a reação do mercado mostra que algumas das maiores firmas de investimento estão perfeitamente cientes das debilidades da Espanha, e da possibilidade que ela se torne a próxima em uma longa sequência de implosões no mesmo estilo que houve na Grécia: Em março, a agência Fitch reduziu a classificação de crédito para Portugal, e agora a Moody fez o mesmo: 
O FMI e a UE suspenderam uma revisão do programa de financiamento para a Hungria enquanto o país está no meio de um colapso financeiro. Isso significa que a Hungria não terá mais acesso ao pacote de empréstimo de 25 bilhões de dólares que foi disponibilizado pelo FMI para que o país atravessasse a crise. Francamente, acho que todos os países estariam muito melhores se não recorressem ao dinheiro do FMI, mas muitos cidadãos húngaros devem pensar de forma diferente. A suspensão do pacote de empréstimo praticamente garante um calote nacional: 

A maioria dos países europeus está na mesma situação que a Grécia, mas em graus variados. A Grécia foi apenas a primeira a cair. O peso combinado das dívidas soberanas em todos os países da UE está agora ameaçando a própria estrutura do Banco Central Europeu. O banco está agora enfrentando taxas de juros mais altas, o que significa custos maiores de financiamento, o que eles não podem suportar sem inflacionar o euro: 

A que isto está levando? A uma situação sobre a qual advertimos há vários anos: o calote de diversos países-membro da UE, ou o colapso inflacionário do euro. Em cada caso, a UE eventualmente será forçada a se voltar para a única opção disponível: o FMI e medidas de austeridade totais. Mas isto, é claro, era o plano desde o princípio... 
Acabamos de abordar os problemas gerais na economia mundial que têm sido obscurecidos pela mídia do sistema de modo a perpetuar um falso senso de segurança nas massas. Entretanto, estes são simplesmente os problemas em andamento que alguns podem desprezar como sendo problemas que poderiam prosseguir durante anos sem causar danos imediatos. Entretanto, outros eventos recentes agora mostram que a probabilidade de uma fase final no colapso da economia poderá começar antes do fim deste ano. 


Os sinais da fase final do colapso

É difícil escrever sobre os indicadores econômicos do colapso por muitas razões, mas a questão principal é a da relatividade. A maior parte das pessoas que estão vivas hoje nunca sofreu durante o tempo de uma depressão prolongada e poucos já testemunharam o colapso total das finanças e da infraestrutura de um país. Portanto, muitas pessoas neste país não têm um ponto de referência para comparar e fazer um contraste com os eventos do novo milênio. A triste realidade é que quando uma sociedade desfruta de um período de afluência, as pessoas se tornam condicionadas a pensar que a prosperidade seja um direito que elas sempre terão. Elas se tornam instáveis ou indispostas a interpretar os sinais de advertência de um colapso, até que o evento esteja já próximo de seu fim e elas tenham perdido tudo. Acredito que os sinais listados abaixo sejam verdadeiramente a gota d'água, o alarme final antes que o sistema financeiro global saia totalmente do controle. É impossível dizer exatamente quando esse colapso secundário maior ocorrerá; entretanto, quando estudamos os desastres econômicos do passado, essas mesmas espoletas tendem a aparecer precedendo a rápida deterioração financeira.

BOLHA IMOBILIÁRIA SECUNDÁRIA: Se você acha que já viu uma catástrofe no mercado imobiliário até aqui, apenas espere mais seis meses. Agora que o crédito em impostos, oferecido pelo governo, para os compradores de imóveis terminou, estamos começando a ver como o mercado imobiliário realmente estava sendo movimentado pelos dólares do contribuinte. A rentabilidade das letras hipotecárias afundou para o nível mais baixo já registrado, enquanto que as vendas de novas letras caíram, tudo em antecipação para outra rodada maciça de inadimplência nas hipotecas: 

As vendas de novas moradias afundaram para o nível mais baixo já registrado nos EUA: Além disso, praticamente um terço das vendas de casas no primeiro trimestre de 2010 foi de imóveis recuperados de mutuários inadimplentes, e com o preço reduzido ao máximo: 

As retomadas de imóveis por atraso no pagamento das hipotecas estão a caminho de alcançar um milhão, ou mais, por volta do fim de 2010, e as ações judiciais para retomada aumentaram em 38%, à medida que os bancos processam o grande número acumulado de casos de inadimplência. Isto está ocorrendo apesar dos esforços por parte dos bancos de reduzir os números de retomadas, facilitando as condições das hipotecas e tentando revender imediatamente os imóveis: 

Isto não é nada em comparação com o pesadelo que está ocorrendo no mercado dos imóveis comerciais. As transações desses imóveis caíram em 90%: Entretanto, a maioria dos analistas tende a subestimar os índices de ocupação de espaços para as lojas de varejo. O número de imóveis comerciais vagos atingiu o nível mais alto em dez anos: 

No passado, os proprietários de imóveis comerciais usufruíram de crédito adicional e extensões de empréstimo dos bancos porque os financistas esperavam que, apoiando o mercado comercial durante o declínio, eles conseguiriam recuperar os lucros uma vez que a incerteza econômica terminasse e as empresas começassem a ganhar dinheiro novamente. Mas o que acontece quando o declínio não termina? Os bancos somente vão estender os empréstimos por mais algum tempo, mas eventualmente puxarão o cabo da tomada, mesmo dos clientes comerciais. Parece que o tempo chegou para a bolha dos imóveis comerciais finalmente estourar. 

Por que estes problemas recentes no mercado imobiliário são indicadores de uma fase final do colapso no curto prazo? A questão é a instabilidade prolongada. A recessão/depressão que enfrentamos hoje deve ter dado seus primeiros sinais em algum momento no início dos anos 1990s, mas a criação de taxas de juros baixas por parte da Reserva Federal durante aquela década criou uma expansão no valor dos imóveis. Qualquer pessoa conseguia comprar uma casa, independente se podia ou não arcar com o preço, e qualquer pessoa com um imóvel podia então usá-lo como garantia para obter enormes linhas de crédito. Essa nova bolha artificial de dívida prolongou o colapso por cerca de quinze anos. Agora, entretanto, essa fonte de crédito se secou completamente. Não há oficialmente nada que tenha sobrado para suportar a economia geral (exceto, é claro, a inflação da moeda fiduciária). Os efeitos dessa falta de capital nacional deverão se tornar muito visíveis por volta do fim deste ano. 

VISIBILIDADE DO DESEMPREGO: Não foi surpresa para este pesquisador que o mercado de trabalho tenha começado a ruir novamente em junho e julho, mas foi para alguns analistas. Já mostramos em outros artigos anteriores como o Departamento de Trabalho oculta o verdadeiro nível de desemprego do público, e não vou bater novamente nesse cavalo morto. Basta dizer que o desemprego real, considerando a medida U6, está em torno de 20%. A extensão do desemprego atingiu níveis inacreditáveis nos EUA. Muitos milhões de trabalhadores permaneceram desempregados por 6 a 12 meses. Em resposta, o governo federal estendeu os benefícios para os trabalhadores desempregados durante o ano passado. Embora isto tenha sido retratado como uma ação necessária para garantir a sobrevivência dos cidadãos desempregados, trata-se menos de "compaixão" por parte do governo e mais de obscurecer os efeitos do desemprego até que eles estejam prontos para deixar o berço cair. Este tempo chegou. 

Até este mês de julho, o Congresso não renovou as extensões dos benefícios, e parece que não planeja fazer isso novamente. Barack Obama (e seus controladores) tentaram transformar esta questão em outro argumento falso do paradigma esquerda/direita, afirmando que os Republicanos é que devem ser responsabilizados por essa perda dos benefícios do desemprego. Esta é uma distração da questão real em vista. A verdade é que TODO o governo é responsável pela interrupção dos benefícios devido aos déficits insanos e não resolvidos em que AMBOS os partidos incorreram ao longo dos últimos anos. Estender os benefícios novamente acrescentaria bilhões de dólares, talvez até trilhões, à já insustentável dívida pública e isto não pode ser continuado indefinidamente. 

Os benefícios de desemprego ocultam as cicatrizes visíveis da perda nacional dos empregos. Agora que milhões de pessoas estão exauridas financeiramente, espere ver essas cicatrizes em toda sua feiúra terrível. Espere ver o número de sem-teto aumentar. Espere ver a criminalidade disparar. Espere ver o número de suicídios crescer. Espere ver todos os problemas que antes estavam ocultos se tornarem agora visíveis na rua em que você mora. Espere ver as coisas se deteriorarem a partir da situação relativamente boa e civilizada que temos hoje. Espere ver as coisas ficarem realmente feias. 

A IMPLOSÃO DA DÍVIDA MUNICIPAL: Como temos advertido nos dois últimos anos, as letras financeiras dos governos municipais estão em uma situação delicada. As cidades e alguns estados estão prontos para implodir e estão prontos para implodir agora. Veremos os calotes municipais aumentarem para níveis recordes no próximo ano. UND

O Demônio está atacando o Mundo

A Palavra de Deus adverte a respeito de um tempo em que forças espirituais tenebrosas virão contra o mundo e tomarão o controle da humanidad...