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domingo, janeiro 18, 2015

Fabricando a Terceira Guerra Mundial

Autor: Adrian Salbuchi

No mundo de hoje, cada vez mais interdependente e interativo, cada ação tem uma infinidade de causas, significados, objetivos e reações, muitos dos quais são visíveis, porém outros são invisíveis; alguns são admitidos e declarados abertamente, porém outros ninguém se atreve a confessar.

Ao tentar compreender os muitos conflitos complexos que estão ocorrendo no mundo e o ritmo frenético em que eles acontecem, seria errado abordá-los de forma isolada. Somente uma visão "holística" é que nos dá uma imagem de onde estamos e, mais importante ainda, para aonde estamos sendo arrastados.

A geopolítica do século 21 não pode ser compreendida aplicando-se uma mentalidade de silo. A guerra civil na Síria, a "Primavera Árabe", a destruição da Líbia e do Iraque, a China que cresce cada vez mais, o Japão que se encontra paralisado, a crise na zona do euro, o "escudo de mísseis" que os americanos querem construir na Polônia, o programa nuclear do Irã, a vindoura "Primavera Latino-Americana", etc. Se for abordado sem cuidado, o quadro que visualizamos é o de caos profundo. Mas, com a aplicação do modelo correto de interpretação, começamos a ver como as coisas estão inter-relacionadas, como reagem e se movem em obediência a forças extremamente poderosas e dinâmicas — conquanto em grande parte invisíveis — que de forma silenciosa dirigem o mundo atual.

Não Leia (Apenas) os Jornais

É bom estar informado; entretanto, é inútil se você não consegue formatar as informações em modelos inteligíveis e apropriados. O excesso de informações deixará seu cérebro sobrecarregado. Assim, é uma boa decisão evitar todas as manchetes estridentes, as notícias de última hora, os alarmes de terror e os âncoras de notícias da grande mídia. Isto é como olhar para um quadro impressionista de Claude Monet: se você ficar perto demais, somente verá um amontoado de pequenos pontos coloridos, mas, quando dá alguns passos para trás, então a beleza da pintura se revela diante de seus olhos.

Com toda a sobrecarga de informações hoje, precisamos juntar os pontos corretamente, apesar da insistência da grande mídia que os conectemos de forma incorreta.

A maioria de nós já percebeu que nosso planeta é "um mundo em guerra"; não em guerra contra algum outro planeta (isto tornaria as coisas fáceis de entender). Ao revés, somos uma civilização que está em luta consigo mesma e contra si mesma.

Lendo a imprensa global, precisamos pensar que esta é uma guerra entre nações soberanas, mas é mais complicado do que isto. Essa guerra mundial está sendo travada por uma Elite Global muito poderosa, ilegítima, autoritária, porém numericamente minúscula, que está inserida no interior das estruturas de poder públicas e privadas de todos os países do mundo, notavelmente nos EUA.

Ao contrário de um tumor cancerígeno maligno, não podemos remover essa elite imediatamente; podemos somente esperar enfraquecê-la e deter seu crescimento antes que entre em processo de metástase, matando todo o corpo político da humanidade. O mundo precisa agora é de uma forma sutil de "quimioterapia política virtual" para remover e destruir esse tumor maligno que o governa.

Uma manifestação-chave dessa doença social e política é a extrema desigualdade que existe nos EUA, onde 1% da população detém 35% da riqueza nacional, enquanto que os 90% da camada inferior precisam se virar com apenas 25% da riqueza. Para piorar as coisas, a vasta maioria dos congressistas, senadores e dos principais ocupantes dos cargos no Poder Executivo se enquadra na categoria dos "1% mais ricos".

Compreender as intenções ocultas, os planos de longo prazo, as ambições hegemônicas e os planos inconfessáveis necessários para alcançá-los é particularmente importante para os cidadãos dos EUA, Grã-Bretanha, Europa e Austrália. Afinal, são os líderes desses países que formalmente ordenam que suas forças armadas saqueiem e destruam os países-alvos.

Quando os eleitores na Argentina, na Colômbia, na Nigéria ou na Malásia escolhem líderes ruins, eles próprios são as únicas vítimas de suas más escolhas eleitorais. Mas, quando os eleitores americanos, britânicos ou franceses tolamente colocam pessoas erradas no poder em seus países, então centenas de milhões em todo o mundo sofrem com as bombas lançadas por aviões-robôs, interferências e mudanças forçadas de regime.

O Relatório da Montanha de Ferro

Um velho livro do fim dos anos 60, intitulado Report from Iron Mountain on the Possibility and Desirability of Peace foi supostamente escrito pelo Instituto Hudson, um centro de estudos e debates que investigou cenários para o futuro, por solicitação do então Secretário de Defesa, Robert S. McNamara. Muitos dizem que o livro é uma invenção. Mas, ele reflete extraordinariamente as realidades dos últimos 50 anos.

O livro inclui a afirmação que ele foi escrito por um Grupo de Estudos Especiais formado por 15 homens, cujas identidades deveriam permanecer secretas e que ele não era destinado para o público. Ele conclui que a guerra, ou uma substituta crível para a guerra, é necessária para que os governos possam se manter no poder.

O Relatório da Montanha de Ferro diz que "as guerras não são 'causadas' pelos conflitos de interesses internacionais. A sequência lógica apropriada frequentemente torna mais exato dizer que as sociedades guerreiras requerem — e assim produzem — esses conflitos. A capacidade de uma nação de fazer guerra expressa o maior poder social que ela pode exercer; a guerra ativa ou contemplada, é uma questão de vida e morte na mais alta escala sujeita ao controle social."

O relatório explica então que "a produção de armas de destruição maciça sempre esteve associada com o 'refugo' econômico'." O Relatório da Montanha de Ferro enfatiza que a guerra é um instrumento importante, pois cria demanda econômica artificial, uma demanda que não tem quaisquer questões políticas: "a guerra, e somente a guerra, soluciona o problema do inventário".

Sem qualquer surpresa, o Relatório da Montanha de Ferro conclui que a paz mundial não é desejável e nem está de acordo com os melhores interesses da sociedade, pois a guerra não somente tem funções econômicas importantes, mas também exerce papéis sociais e culturais fundamentais.


"A possibilidade permanente de guerra é o fundamento para o governo estável; ela fornece a base para a aceitação geral da autoridade política... A guerra é virtualmente um sinônimo de nacionalidade. A eliminação da guerra implica na inevitável eliminação da soberania nacional e do Estado-nação tradicional. Assim, a guerra tem sido o principal instrumento evolucionário para manter um equilíbrio satisfatório entre a grande população humana e os suprimentos disponíveis para sua sobrevivência. Ela existe somente na espécie humana."

Assim, de modo a garantir sua própria sobrevivência por meio de sua fixação dentro das estruturas de poder nos EUA, Grã-Bretanha e Europa, os Mestres do Poder Global necessitam da guerra, da ameaça e dos rumores de guerra, exatamente como um peixe necessita de água, os tigres necessitam de presas mais fracas e os cachorros necessitam de árvores... e todos por razões similares!

Mas, os EUA, a Grã-Bretanha e seus aliados não podem ter apenas qualquer inimigo. Eles precisam de um inimigo crível, perigoso, "atemorizador": primeiro esse inimigo foi a Alemanha, depois o Japão, a União Soviética, a "Ameaça Comunista" global; hoje, é o "terrorismo do fundamentalismo islâmico" e, cada vez, a China e a Rússia estão entrando no centro da tela do radar geopolítico dos Mestres do Poder Global.

O Caso Russo

Em tempos recentes, a Rússia tem exercido variadamente os papéis de Amortecedor, Freio e (agora, espera-se) Muro contra as agressões das potências ocidentais.

Quando a Rússia atua como um Amortecedor, o mundo sente-se frustrado quando casos como a Sérvia, o Iraque, o Afeganistão, o Paquistão, a Líbia e a Palestina aparecem. Em todos esses casos, a Rússia pareceu confrontar os EUA/Grã-Bretanha/União Europeia/Israel em palavras, mas certamente não em ações. As potências ocidentais sempre fizeram o que quiseram, até mesmo na ONU.

Entretanto, em tempos recentes, a Rússia está agindo cada vez mais como um Freio às ambições hegemônicas do Ocidente, notavelmente na Síria e no Irã. Em novembro de 2011 e em fevereiro de 2012, a Rússia vetou duas Resoluções na ONU, patrocinadas pelos EUA/Grã-Bretanha/França contra a Síria que, se aprovadas, teriam tido o mesmo efeito devastador que a Resolução 1973 teve no ano passado sobre a Líbia. Além disso, a Rússia se recusou a apoiar os pseudorelatórios da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear. A Rússia também despachou forças militares dissuasivas para contrabalançar a militarização da OTAN no Golfo Pérsico e no Mediterrâneo.

Aqui, começamos a nos perguntar se uma luta com troca real de tiros poderá realmente ocorrer. Isto teve o efeito de forçar os EUA, a Grã-Bretanha, França e Israel a deixarem de executar suas ameaças de ataques unilaterais contra o Irã e a Síria. O aspecto negativo é que isto está forçando os EUA e seus aliados a recorrerem às táticas dissimuladas e criminosas, envolvendo a criação de insurreição e guerra civil — como a "Primavera Árabe" (veja abaixo).

A questão fundamental é o que precisa acontecer — que absurdos precisam as potências ocidentais cometer — para que a Rússia comece a agir como um Muro sólido, dizendo às potências ocidentais em termos bem claros: "— É até aqui que permitirei que vocês vão; não vou tolerar nada mais!"

Se e quando a Rússia finalmente fizer isso, irão as potências ocidentais recuar em suas ações militares, ou irão terraplenar seu caminho até o Muro russo? Esta é a questão fundamental, porque contém a resposta se o futuro verá ou não o início da Terceira Guerra Mundial. O mais importante com relação ao processo de tomada de decisão do Ocidente, é que tudo o que dizemos sobre a Rússia também é válido para a China, que os Mestres do Poder Global veem como seu verdadeiro inimigo no longo prazo, por causa de seu imenso crescimento econômico, político, demográfico e militar, além do crescente controle geopolítico chinês sobre os oceanos Pacífico e Índico.

O Caso Chinês

Os EUA e a Grã-Bretanha, com seus grandes poderios naval e aéreo, compreendem bem que a China tem muito mais opções de controlar os principais oceanos do que a Rússia, que tem seu território basicamente bloqueado pelo gelo. Acrescente a isto o fato que a China detém mais de 2 trilhões de dólares em títulos da dívida do Tesouro dos EUA, mais um trilhão em euros e então começamos a compreender que a China possui uma válvula financeira que ela pode abrir subitamente, produzindo o colapso da hegemonia do dólar.

Precisamos parar de pensar apenas em termos econômicos e financeiros, como a maioria faz no Ocidente, concluindo que a China nunca inundaria os mercados internacionais com um ou dois trilhões de dólares em títulos do Tesouro dos EUA, pois isso destruiria o valor desses títulos e, em um efeito bumerangue, teria um impacto negativo sobre a própria China, cujas reservas em dólar também evaporariam.

Todavia, a China — o Império de Dez Mil Anos — tem um diferente processo mental. A China aguarda o momento certo, enquanto joga xadrez com o adolescente Império Americano. A China pode até mesmo decidir jogar uma carta geopolítica — não econômico-financeira — sacrificando todas suas reservas em dólar apenas para paralisar o gigantesco privilégio monetário dos EUA, que permite a este país financiar sua gigantesca máquina militar. Fará a China os primeiros disparos no cenário financeiro global?

Em 2010, o WikiLeaks reportou que no ano anterior, o primeiro-ministro australiano Kevin Rudd discutiu com a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, sobre como lidar com a China, e ambos expressaram seus temores com o rápido aumento das reservas em títulos da dívida emitidos pelo Tesouro dos EUA, levando Hillary a perguntar: "— Como você trata de forma dura seu banqueiro?" Ambos concordaram que as potências ocidentais deveriam tentar "integrar a China na comunidade internacional e, ao mesmo tempo, se preparar para usar a força se tudo o mais der errado".

O Pentágono sabe muito bem que o inimigo de longo prazo, após 2020, é a China. A publicação US News & World Report cita Aaron L. Friedberg — um ex-assessor do ex-presidente Dick Cheney, membro do PNAC (Projeto do Novo Século Americano) e do CFR (Conselho das Relações Internacionais), e professor da Universidade de Princeton — que disse que os EUA não deveriam poupar esforços para "manter o dragão chinês em sua caverna" — porque "a força dissuade a agressão" e advertindo que "isto custará dinheiro".

Ter a China em mente ajuda a compreender melhor os lances dos EUA em outros lugares distantes, como preparativos diretos e indiretos feitos no caminho até a China. Por exemplo, considere o Oriente Médio, onde o posicionamento geoestratégico e o controle sobre as reservas de petróleo pelos EUA também atuam como uma ponta de lança para a Rússia, e têm o propósito de bloquear os recursos petrolíferos destinados para a China — notavelmente do Irã.

O WikiLeaks também expôs o primeiro-ministro australiano, que disse a Hillary Clinton que a China estava "paranoica com relação a Taiwan e ao Tibete", acrescentando que "o Ocidente deveria promover uma comunidade na Ásia-Pacífico visando atenuar a influência chinesa". Mais um exemplo dos padrões dúplices do Ocidente e uma má interpretação, pois ao contrário dos EUA e da Europa, a China não tem ambições de hegemonia global. Ao contrário, a China quer continuar a ser o poder dominante na Ásia e no Pacífico, repelindo o colonialismo, a intrusão e a interferência tradicionais das potências ocidentais.

O cenário do pior pesadelo para o Ocidente — conforme observado por Samuel Huntington em sua teoria dos "Choques das Civilizações" nos anos 1990s — é se a China alcançar dois objetivos geopolíticos fundamentais com os quais está progredindo lenta, porém seguramente: (1) Firmar vínculos maiores de cooperação e acordos com a Rússia e com a Índia no continente asiático; (2) negociar uma maior cooperação e superar a desconfiança do passado nas relações com o Japão. Se o Japão e a China concordarem em uma estratégia geopolítica comum, como a França e a Alemanha fizeram após à Segunda Guerra Mundial (o que levou à criação da União Europeia), então toda a locomotiva que é a região da Ásia-Pacífico, com dois terços da população mundial, estaria livre da interferência e do controle ocidentais. Imagine um casamento entre a tecnologia de ponta do Japão com os recursos e mão-de-obra da China!

Cinco Tipos de Guerras

Quando o Relatório da Montanha de Ferro foi escrito nos anos 1960s, seus autores chegaram a discutir se substitutos poderiam ser desenvolvidos para a guerra mas — infelizmente — concluíram que a guerra teria de ser mantida, e até aprimorada em sua eficácia. Entretanto, a guerra poderia assumir características mais sutis. As recomendações do Relatório incluíram:
  • 1. Um gigantesco programa de pesquisa espacial, cujo objetivo fosse em grande parte impossível de alcançar (um imenso investimento que requereria um orçamento capaz de alimentar a economia). 
  • 2. Inventar um novo inimigo não humano: a ameaça potencial de uma civilização extraterrestre.
  • 3. Criar uma nova ameaça para a humanidade: por exemplo, a poluição. 
  • 4. Implementar novos modos de limitar o crescimento demográfico: acrescentar substâncias químicas nos alimentos e na água. 
  • 5. Criar inimigos alternativos fictícios. 
Quase meio século mais tarde, algumas dessas recomendações foram realizadas (por exemplo, um programa espacial com objetivos civis e militares), outros estão em andamento ou em fase de elaboração (pontos 3 e 4 e, se a máquina de Operações Psicológicas da indústria do cinema em Hollywood é uma indicação, o número 2 sem dúvida está em curso); mas o item 5 é um ponto-chave real: "Criar inimigos alternativos fictícios" — vimos vários desses nos anos recentes, como o Iraque, Afeganistão, Sérvia, Líbia, Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, o terrorismo islâmico e, mais recentemente, o Irã e a Síria.

O tremendo desafio que está diante da humanidade é que os EUA estão cada vez mais recorrendo à guerra dissimulada, clandestina e tecnológica, em vez de invasões diretas, pois as imagens do Vietnã, do Iraque e do Afeganistão causam repercussões negativas quando são exibidas nos telejornais à noite...

Assim, existem basicamente cinco tipos de guerras que estão sendo usadas pelos Mestres do Poder Global por meio de seus procuradores EUA/Grã-Bretanha/OTAN, cada uma caracterizada por Guerra Psicológica e complexidade estratégica/logística:

Invasão Militar — Claramente visível, muito territorial e usando força militar massacrante, além de poderio econômico. Como a Doutrina Colin Powell dos anos 1990s recomenda, "Os EUA somente devem lutar contra inimigos externos quando o poder militar norte-americano for tão superior que a vitória seja garantida." Pode alguém imaginar uma doutrina mais cruel a ser seguida por uma grande potência? Operadores militares realizam covardes bombardeios no outro lado do mundo, usando um joystick e um monitor de computador a partir de uma instalação militar protegida.

Golpe Militar — Identificar elementos dissidentes e desleais dentro das forças armadas do país-alvo, incitando-os a derrubar as autoridades legais e apoiando-os com armas, dinheiro, cobertura "positiva" na mídia local e global, e suporte diplomático. Um método favorito usado contra a América Latina nos anos 1950s, 1960s e 1970s, e ainda usado aqui e ali, como por exemplo no Egito.

Golpe Financeiro — Consiste em primeiro levar o país a uma situação de atoleiro com sua "dívida soberana" impagável junto aos poderosos bancos internacionais. Em seguida, quando o país-alvo não conseguir mais honrar o pagamento dos juros da dívida, os "banquêsteres" enviam suas sanguessugas do FMI e do Banco Mundial, apoiados pela mídia global e pelas agências de classificação de risco. Eles produzem programas de austeridade econômica e social e um colapso financeiro e monetário, que provocam agitações sociais generalizadas, desse modo justificando as mudanças de regime. Em toda a América Latina eles aperfeiçoaram o "Modelo da Dívida Soberana" que agora está sendo usado contra a Grécia, Espanha, Itália, Irlanda e — em breve — contra a Grã-Bretanha e os EUA.

Golpe Social — Consiste em financiar ativistas políticos para provocarem mudança controlada do regime no país-alvo. Aqui, as embaixadas locais dos EUA/Grã-Bretanha/Israel apoiam todos os tipos de grupos dissidentes, dando-lhes amplo financiamento e cobertura na mídia, mais a logística para provocar constantes agitações nas ruas, que terminam se unindo em torno de algum partido político ou movimento simpático aos EUA. Nos anos 1980s, eles usaram os chamados "Movimentos dos Direitos Humanos" na América Latina, dos quais as Madres da Plaza de Mayo, na Argentina, foram um caso bem-conhecido.

Guerra Civil Fabricada — Consiste em financiar, armar e apoiar grupos de "oposição" militarizados contra o governo vigente de um país-alvo. Normalmente, um "Movimento de Libertação Nacional", ou algum tipo de "Conselho" é criado, como na Líbia, Egito, Síria e em outros lugares, em torno do qual, outros grupos militantes, valentões e máfias locais podem gravitar. Aqui, fachadas da CIA americana, do MI6 britânico e do Mossad israelense exercem um papel-chave e, nos casos da Líbia e da Síria, criações da CIA, como a Al-Qaeda, também exercem um papel fundamental como "combatentes da liberdade". No Oriente Médio, eles chamaram isto de "Primavera Árabe", apresentando-a para a opinião pública global como uma luta espontânea, genuína e legítima das populações locais pela liberdade contra regimes alegadamente repressivos e autoritários.

Assim, conflitos locais prontos para explodir são utilizados contra regimes que estão no poder há muito tempo (como no Egito e na Líbia) e para explorar as divisões religiosas (xiitas contra sunitas). Não é surpresa saber que Bassma Kodmani, "membro do poder executivo e chefe das Relações Exteriores" no Conselho Nacional Sírio, participou da Conferência Bilderberg em junho deste ano, na Virgínia, EUA.

Nos últimos meses, tenho advertido sobre o aparecimento de uma "Primavera Latino-Americana", que se aproveita dos graves problemas sociais e políticos em toda a América Latina e que refletem o imenso abismo que existe entre os muitos ricos e os muito pobres. Normalmente, os ricos são muito alinhados com os EUA e os pobres têm líderes que ingenuamente apontam para a "exploração das multinacionais" como se elas fossem as únicas culpadas, deixando de considerar os fatores políticos e sociais realmente fundamentais.

Os sinais dessa vindoura "Primavera Latino-Americana" podem ser vistos no golpe recente orquestrado pela Monsanto no Paraguai, a fraude eleitoral com a compra de votos no México, e a crescente militarização americana na Colômbia e em outros países na região.

Frequentemente, esses tipos de guerra iniciam em um nível inferior — digamos, um golpe social — e então crescem e se transformam em um modo de insurreição de guerra civil total, se isso servir para os objetivos dos Mestres do Poder Global. A Líbia, a Síria e o Egito são exemplos disso.

O Que, Por Que, Quando e Onde

O que, então exatamente tudo isto significa? Basicamente, podemos ver que esse caos criado pelos Mestres do Poder Global, embora caótico em nível local em países e regiões específicos, realmente aponta para "uma nova ordem internacional" em uma escala global.

A parte do "caos" é utilizada para destruir países inteiros, especialmente aqueles que conseguiram até aqui preservar sua soberania nacional de uma forma ou de outra. Esta é uma característica-chave compartilhada por todos os "países delinquentes" atacados — Líbia, Iraque, Sérvia — antes de eles terem sido invadidos. O mesmo se aplica para os alvos atuais, como Síria, Irã, Cuba, Venezuela, Coreia do Norte e Equador. Quanto mais os Estados soberanos puderem ser enfraquecidos, melhor para os globalistas, que, afinal, querem basicamente arrastar todos os países para um único Estado global no estilo comunista, sob o total controle deles.

Todas essas "primaveras" árabes e latinas, invasões, zonas de exclusão aérea, sanções, toda essa retórica de "países delinquentes", são exercícios de limpeza de terreno destinados a posicionar as potências ocidentais e seus aliados para o assalto final contra a Ásia, o que significa guerra contra a Rússia e a China.

Logicamente, essa guerra será uma enorme contradição da Doutrina Powell. A China e a Rússia são muito poderosas, de modo que mexer com elas implica em grandes riscos. Se — O Altíssimo nos livre! — houver uma guerra entre China ou Rússia e o Ocidente que arraste outras potências como Índia, Paquistão e Brasil, espera-se que não ocorra tão cedo. Entretanto, isto é o que está previsto para depois de 2020. As preliminares estão sendo jogadas agora em diferentes pontos sensíveis do mundo.

Por que tudo isto está sendo feito? Talvez a excessiva expansão imperial e o dólar superinflacionado, que salvou os Banqueiros Que Detêm o Poder do Dinheiro (não fale isto alto demais!), tenham colocado as Elites Ocidentais em um beco sem saída, de forma irreversível e insustentável.

É como no jogo de xadrez: o que você faz quando os lances possíveis na posição não o livram do xeque-mate do adversário? Bem, basicamente você tem duas opções: (1) admite a derrota ou (2) derruba o tabuleiro no chão e... vai procurar sua arma.

domingo, julho 27, 2014

Os Rothschilds dominam Israel

Dominam e dirigem sua política de genocídio.



Os Rothschilds possuem 80% de Israel, de acordo com Simon Schama. Eles construíram a Suprema Corte israelense. Eles são donos Reuters e a Associated Press (AP), as duas maiores agências de mídia do mundo.

Eles têm uma participação controladora na companhia petrolífera Royal Dutch, o Banco da Inglaterra e o LBMA (London Bullion Market Association). Eles alimentam as guerras, instalam presidentes, destronam reis e nações falidas, tal é o seu poder.

Os Rothschilds normalmente operam nos bastidores. No caso de Israel, os Rothschilds engenharam a 1ª guerra mundial e esperaram até 1917, quando a Grã-Bretanha estava em apuros. Os Rothschilds, em seguida, prometeram ao governo britânico que eles poderiam fazer os EUA entrarem na Primeira Guerra Mundial (ao lado da Grã-Bretanha) e, assim, garantir a vitória da Grã-Bretanha contra a Alemanha e aliados. No entanto, eles queriam algo em troca: a Palestina. Assim, a Declaração de Balfour foi criada, que é uma carta oficial do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo britânico James Balfour ao Barão Rothschild. Ele afirma que: "O governo de Sua Majestade vê com favorecimento o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu, e vai usar seus melhores esforços para facilitar a realização deste objetivo."

Há um grande problema com isso. A Palestina nunca foi da Grã-Bretanha para dar de presente. Ela pertence por direito aos povos árabes e palestinos que vivem lá. Os Rothschild sionistas judeus vieram, tomaram o poder e à força evacuaram e mataram milhões de palestinos que viviam ali. Eles ainda estão cometendo genocídio até hoje. A criação do estado sionista de Israel foi maciçamente injusto por direito desde o início. Algo concebido em iniquidade gera conflito. Não é exagero dizer que a fundação de Israel em si pode ser o precursor para a Terceira Guerra Mundial.

A Israel sionista controla os governos dos EUA, da Grã-Bretanha, Canadá, França e muito mais - e os Rothschilds controlam Israel.

domingo, novembro 24, 2013

A Indústria da Morte Está Crescendo

A Indústria da Morte Está Crescendo e se Transformando em um Flagelo Global

Homicídios, guerras, genocídios, abortos, infanticídios, eutanásia de adultos, suicídios assistidos, são todos formas de "mortes produzidas" direto do poço do abismo. "Todos os que me odeiam amam a morte." (Provérbios 8:36b). À medida que o mundo se afasta cada vez mais de Yaohu, o amor pela morte em muitas manifestações se torna cada vez mais aparente.

Definição de Morte Produzida: Quaisquer ações ou padrões de ações que direta ou indiretamente trazem, ou apressam a morte de uma pessoa, ou grupo de pessoas. A morte produzida inclui ações que vão da morte explícita, aberta, ou direta de outra pessoa, a muito escondidas e matar de forma indireta, que pode levar um longo tempo para realizar e pode ser muito difícil de rastrear; e pode incluir participação ativa ou silenciosa, em um conluio imperceptível." (Dr. Wolf Wolfensberger, em seu livro The New Genocide of Handicapped And Afflicted People)

A "indústria da morte" é agora um flagelo global. A Europa já avançou mais nesta estrada que os EUA, porém nos últimos dez anos houve uma rápida redução da distância de separação. Examinaremos o abismo moral em que um grande número dos profissionais da área médica caíram, o que torna o próximo Holocausto inevitável, e tão próximo que podemos ver seus contornos no horizonte, com o aparecimento do Anticristo. Veja o seguinte: para o Anticristo aparecer, dezenas de milhões precisarão morrer como sacrifícios humanos involuntários ao vindouro Homem do Pecado.

A gravura colorida abaixo é uma representação das muitas forças que trabalham em conjunto para produzir o Reinado do Anticristo — a Nova Ordem Mundial — e demonstra a importância dos sacrifícios cruentos para os Illuminati. Eles acreditam que o Cristo Maçônico deles só poderá aparecer quando sangue humano suficiente for derramado.


"Eu, Feiticeiro", a Organização da Nova Ordem Mundial.


Doc Marquis, em seu livro Secrets of the Illuminati, desenhou este Grande Selo da Nova Ordem Mundial, retratando as várias influências e organizações que estão ativamente envolvidas no ímpeto para a implantação da N. O. M. Tenha em mente que esse selo não é oficial; ele é simplesmente uma ilustração criada para retratar a natureza ocultista desse novo sistema.

Separe um tempo para ler uma explicação completa dos símbolos mostrados na gravura nos artigos curtosSeminario2, Selo1, Selo2, pois muitas de suas questões serão respondidas. Aqui, iremos nos concentrar apenas no sangue que precisa ser derramado como sacrifício humano de forma a permitir o aparecimento do Anticristo.

Das letras "I T C", de "Witch" (que significa "feiticeiro"), fluem linhas vermelhas de sangue, retratando o sangue humano que já fluiu e que ainda está planejado para fluir, de forma a permitir que esse sistema seja estabelecido e o Anticristo produzido. Observe que o sangue flui sobre e em torno dos "Illuminati". Todos os três fluxos de sangue são derramados sobre o altar satânico e caem do selo para o mundo. Os cristãos não devem se surpreender, pois muitas profecias bíblicas falam a respeito das terríveis perseguições e matanças durante o tempo da Grande Tribulação.

Observe o hexagrama sobre o qual o altar satânico está colocado. Como o hexagrama está envolto por um círculo, ele se torna um Alçapão Pega-Demônios, que agora sabemos que é o mais poderoso instrumento possível para conjurar um demônio para que ele seja forçado a fazer aquilo que o feiticeiro quer. Assim, temos Satanás representado na parte superior de todo o Plano da Nova Ordem Mundial (o Olho Que Tudo Vê) e na parte central (o Alçapão Pega-Demônios).

O Altar Satânico é altamente significativo. Sacrifício humano é requerido sobre esse altar, como são as abominações contra Yaohu de todos os tipos imagináveis. Marquis escolheu enfatizar esse ponto mostrando sangue humano derramado sobre o altar e mostrando a Cruz Invertida do Anticristo em uma de suas laterais. A importância dos Estados Unidos da América nesse plano insidioso é claramente representada pelos Dois Selos da Condenação. (Nota: A história do papel dos EUA nesse plano satânico para fazer aparecer o Cristo Maçônico é contada na série de DVDs intitulada Secret Mysteries of America's Beginnings, que pode ser adquirida na loja virtual da Cutting Edge. Sua compreensão será aprofundada com a verdade contida nesses DVDs, que receberam prêmios de excelência.

Quando você compreender a razão por que somente os EUA estão listados nesse diagrama organizacional da N. O. M., ficará pasmado. Você compreenderá por que Yaohu precisará julgar de forma extremamente severa esta nação, que foi cristã no passado.

Continue a leitura e prepare-se para obter uma compreensão chocante, à medida que nos aprofundarmos na incrível "indústria da morte" que está agora ocorrendo diariamente em todo o mundo.


Morticínio Mundial

Plano da Elite Global: "Tomar o controle do mundo... para reduzir... o mundo a um nível seguro por meio de um processo de escravidão e genocídio benevolentes... A única alternativa que restou à elite governante mundial foi aumentar a taxa de mortalidade... O Dr. Aurélio Peccei, do Clube de Roma... advogou que uma praga seja introduzida e que tenha o mesmo efeito que a Peste Negra na história." (Bill Cooper, em Behold a Pale Horse, págs. 49, 167; leia a resenha).

"Aumentar a taxa de mortalidade" é o toque da trombeta dos Illuminati! De fato, esses líderes olham para a morte — a sua morte, leitor — como sendo benéfica e necessária. Veja:

"Esse tipo de mudança está vindo rapidamente e é considerada por alguns como morte — terrível e a ser evitada, se possível. Ela é realmente morte, mas é benevolente e necessária... Para o progresso da alma do indivíduo e da alma da humanidade, a morte é inevitável, boa e necessária." (The Externalization of the Hierarchy, págs. 114-115).

Ambas essas citações prometem que a morte que afetará as massas humanas será do tipo "benevolente"!

Agora, vamos analisar matérias de notícias recentes que provam que os Illuminati estão perpetrando esse plano terrível de "aumentar a taxa de mortalidade".

  • "Como reportei, a HPAD (Healthcare Professionals for Change, ou Profissionais da Saúde a Favor da Transformação) foi organizada em 2010 para promover a legalização do suicídio assistido. Eles estão cada vez mais ativos e agora têm 520 membros (um número que representa 0,25% dos estimados 200.000 médicos que existem no país)... Os membros da HPAD foram quase certamente responsáveis por nove ações de eutanásia praticamente idênticas que foram apresentadas no encontro anual dos representantes da Associação Médica Britânica neste mês..."
  • "Este lance é parte de uma campanha maior que Dignidade na Morte (DID, de Dignity in Dying) está realizando ao longo do próximo mês, que levará a um lóbi endossado por celebridades no Parlamento, em 4 de julho. A HPAD foi criada sob os auspícios da DID e apresenta o logotipo desta última de forma proeminente em sua página na Internet.... O fundador do Foro Médico Secular, Michael Irwin, um clínico geral aposentado e Ex-Diretor Médico das Nações Unidas, foi também anteriormente chefe da Sociedade Eutanásia Voluntária (agora 'Dignidade na Morte') e é atualmente líder do controverso grupo pró-eutanásia Society for Old Age Rational Suicide (SOARS)."
  • "A SOARS usa os mesmos argumentos que a DID, porém tem uma agenda mais radical, acreditando que o suicídio assistido deva estar disponível para todos os idosos, sejam elas doentes terminais ou não."

Você entendeu a última frase? "... acreditando que o suicídio assistido deva estar disponível para todos os idosos, sejam eles doentes terminais ou não."

Esta é a posição a partir da qual o genocídio maciço inicia de verdade. Uma vez que um país estabeleça que os idosos que não estão doentes possam ser colocados para morrer, o governo rapidamente pode se intrometer no cenário e se tornar a autoridade que toma essa decisão de vida ou morte para os idosos saudáveis. O regime nazista rapidamente substituiu o indivíduo, ou um membro da família, que tomava essa decisão de morte, depois que a Alemanha definiu que os idosos saudáveis tinham o "direito de morrer"! 

Acredito que o termo era "vivendo vidas indignas de serem vividas"!

O quão perigosos esses médicos britânicos podem ser, uma vez que representam uma minúscula proporção dos médicos no país?
"Esses médicos constituem uma minúscula minoria dos médicos da Grã-Bretanha, mas estão determinados, são articulados e bem organizados. Eles rejeitaram o princípio sacramentado no Juramento de Hipócrates, na Declaração de Genebra e no Código Internacional de Ética Médica, que os médicos não devem matar seus pacientes."

Resumo da Notícia: "Promoção da 'morte com dignidade' em Massachusetts ganha nova força", amednews.com (American Medical News), 16 de julho de 2012.
"Aqueles que estão por trás do esforço de tornar Massachusetts o terceiro estado a aprovar uma lei que permita o suicídio assistido por um médico conseguiram assinaturas suficientes para colocar a questão em votação em novembro... Para ter o direito de receber a assistência para morrer, um paciente precisará ser residente em Massachusetts e avaliado por um médico como tendo menos de seis meses de vida. Depois de fazer uma solicitação oral e escrita, o paciente que procura a morte assistida por um médico terá de reiterar o requerimento 15 dias mais tarde, de acordo com o texto na proposta."
"O requerimento escrito precisará ser assinado por duas testemunhas, pelo menos uma das quais não deverá ser parente do paciente, não ter participação financeira nos bens do paciente e não possuir ou ser funcionário de uma clínica de saúde onde o paciente está sendo tratado. Após a requisição final, a prescrição não será dispensada por 48 horas. O médico que assiste o paciente precisaria encaminhá-lo para outro médico para confirmar o diagnóstico terminal e determinar que o paciente é mentalmente competente e está escolhendo livremente a morte apressada por um médico."

Neste ponto, o paciente está controlando sua própria morte. Parece que esta política protegerá qualquer pessoa de morrer quando ela não quer morrer. Mas, o perigo real está nas mudanças graduais que poderão ser feitas na política, até que o ponto seja atingido em que o paciente não será consultado e todos os funcionários que tomam a decisão da morte trabalhem para o governo. Este processo ocorreu exatamente assim na Alemanha, onde a eutanásia de adultos foi estabelecida originalmente nos mesmos termos que esta proposta de "Morte com Dignidade".

Entretanto, depois que Adolf Hitler tornou-se ditador, ele mudou radicalmente os procedimentos, tomando o controle do destino de uma pessoa de suas mãos e colocando-o nas mãos das autoridades e representantes do governo nazista. O termo operativo era "vida indigna de ser vivida". Cunhado originalmente para ser aplicado às pessoas que eram doentes terminais e cada vez mais incapazes de cuidar de si mesmas, o termo foi súbita e amplamente aplicado para matar qualquer um a quem o Estado Nazista quisesse matar. Não somente os judeus foram mortos com base nisso, mas as vítimas eram mortas simplesmente porque suas características faciais eram interpretadas por alguém como de aspecto distintamente judaico!Esta ladeira é muito escorregadia e os EUA estão descendo por ela, rumo ao abismo.


Este próximo artigo, uma coluna de opinião, compreende o perigo final representado pelo suicídio assistido por um médico.

Resumo da Notícia: "Cuidado com a ladeira escorregadia do 'suicídio assistido por um médico'", Herald News, 16 de julho de 2012.
"Uma das questões na urna de votação em novembro será a legalização do suicídio assistido, isto é, 'Morte com Dignidade', ou mais precisamente conhecido como suicídio prescrito por um médico. Não há dignidade no suicídio. Ele é uma tragédia terrível. Se essa iniciativa for aprovada, ela mudará nossa abordagem em relação aos doentes e moribundos neste estado de uma posição de compaixão e cuidado para uma posição de incentivar a autodestruição."

De fato, as pessoas saudáveis começarão a exigir que os doentes terminais simplesmente aceitem a necessidade de morrer e de liberar o caminho! Mas, quando pessoas saudáveis podem ser escolhidas como mortes necessárias para o bem coletivo, alcançamos o ponto do holocausto geral na Alemanha Nazista, um holocausto que assassinou cerca de 20 milhões de pessoas.
"Suicídio prescrito pelo médico é abandono de paciente. Um médico não precisará estar presente quando o paciente ingerir as drogas letais."
"Sancionar a finalização da vida humana é degradante. Se uma iniciativa de suicídio prescrito pelo médico se transformar em lei, os que não têm voz, os marginalizados em nossa sociedade, os pobres, os frágeis, os idosos, os doentes mentais, os deficientes físicos, os doentes terminais e os doentes crônicos serão os primeiros a sentirem a pressão para morrerem. Criar uma lei para o suicídio prescrito pelo médico é uma ameaça a cada um de nós e precisamos nos manter sempre vigilantes para garantir que esse tipo de lei não seja aprovada no nosso estado."

Esta última declaração é simplesmente chocante, pois os médicos sempre subscreveram ao Juramento de Hipócrates, que, em sua versão clássica, proíbe que um paciente seja morto, por qualquer razão. Vamos analisar esse juramento clássico:
"Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte."

Se os antigos gregos compreendiam a natureza genocida do suicídio assistido por um médico", então por que o homem moderno está tão determinado a obter o poder de matar, em vez de curar? O argumento de permitir que os médicos ajudem as pessoas a morrer deriva de um ponto de vista autocentrado e iníquo; os proponente pró-morte argumentam que querem estar "no controle" de suas próprias mortes. Entretanto, a Bíblia diz que os cristãos devem permitir que Yaohu tenha o controle total sobre nossas vidas e nossa morte; de fato, toda a nossa vida, após nossa salvação, deve estar centrada em Yaohu e no que Ele quer para nossa vida. Esta deve ser nossa atitude ao nos aproximarmos da morte; nossa morte deve ser colocada nas mãos de Yaohu.

Estes artigos são chocantes em suas implicações morais para as atitudes desta nação em relação à santidade da vida humana. Tradicionalmente, o povo americano sempre aderiu ao ponto de vista cristão, o padrão que diz que toda vida humana é dada por Yaohu e somente Ele pode finalizá-la. O povo americano nunca aceitou o ponto de vista que alguém mais, independente do quão "sincera" possa ser, possa decidir quando e como uma pessoa tenha sua vida finalizada. Assim, esta informação representa uma tremenda mudança nas atitudes morais de uma proporção significativa dos enfermeiros norte-americanos.

Acreditamos que neste fim dos tempos, um espírito demoníaco esteja percorrendo o globo, com o objetivo de colocar o Cristo maçônico na cena internacional e implementar sua visão de erradicar dois terços da humanidade. Adolf Hitler foi um tipo do Anticristo, controlado por um espírito demoníaco que percorreu a Alemanha de 1890-1945, produzindo o Holocausto Nazista em que cerca de 20 milhões de "pessoas depreciadas" foram sistematicamente assassinadas.

Entretanto, ainda há mais, muito mais do que esse foco moral, por mais importante que ele possa ser. Vejo duas questões muito importantes da Nova Ordem Mundial em operação:

1. As atitudes dos enfermeiros individuais são muito similares às atitudes dos enfermeiros alemães de 1920-1935, atitudes que permitiram a Adolf Hitler iniciar o Holocausto.

2. Esta matéria de notícias ilustra o quão eficaz tem sido o Plano das Seis Etapas da Mudança de Atitudes, neste caso, em modificar a tradicional visão do povo americano em relação à eutanásia de adultos.

Vamos agora examinar o Ponto 1 acima. "As atitudes dos enfermeiros individuais são muito similares às atitudes dos enfermeiros alemães de 1920-1935, atitudes que permitiram a Adolf Hitler iniciar o Holocausto." Já demonstrei repetidamente em outros artigos que os EUA estão liderando o mundo no caminho para a Nova Ordem Mundial, um sistema totalitário de governo, de economia e de religião, exatamente como o sistema que Hitler estabeleceu de 1933-1938. Como isto é verdade, é muito significativo que uma expressiva proporção dos enfermeiros e médicos deste país tenham chegado ao mesmo ponto de vista moral em relação aos seus pacientes que os enfermeiros e médicos alemães tinham antes de Hitler chegar ao poder (1920 a 1933).

Usaremos citações de um livro intitulado Nazi Doctors: Medical Killings and the Psychology of Genocide, de Robert Jay Lifton, publicado em 1986.

O Dr. Lifton fez uma chocante descoberta quando investigou o Holocausto: A campanha maciça de assassinatos, que durou sete anos e erradicou 18 milhões de pessoas, incluindo seis milhões de judeus, foi dirigida, desde o início até o fim, por médicos alemães. (pág. 4) Antes dessa descoberta, o Dr. Lifton considerava a participação da comunidade médica alemã limitada somente às infames "experiências" médicas, que receberam muita publicidade. Mas, o Dr. Lifton fez outra descoberta: Sem a participação dos médicos e enfermeiros no Holocausto, Hitler nunca teria conseguido matar tanto quanto matou!

Como isso foi possível? Como pôde a Alemanha de Martinho Lutero, o reformador cristão, tornar-se a Alemanha de Adolf Hitler, o louco? Eram os enfermeiros e médicos que serviram Hitler loucos também, ou demoníacos? A resposta do Dr. Lifton, após entrevistar muitos deles foi: "Não, eles não eram demoníacos" (pág. 5). O fator mais preocupante para o Dr. Lifton, era que eles eram pessoas bem comuns. O Dr. Lifton concluiu: "... pessoas comuns podem cometer atos demoníacos." (pág. 5) O Dr. Lifton mais tarde descreveu essa terrível situação de outro modo: "Repetidamente, neste estudo, descrevo homens banais realizando atos demoníacos... Meu objetivo neste estudo é descobrir as condições psicológicas que contribuem para o mal." (pág. 12).

O Dr. Lifton descobriu que a crônica desta terrível história começou muitos anos antes de Hitler chegar ao poder em 1933. Em 1883, Sir Francis Galton, autor de Hereditary Genius (1869), cunhou o termo "Eugenia" para denotar o princípio de aprimorar um grupo biológico com base no valor hereditário ostensivo..." (pág. 24). Em todo o mundo ocidental, muitos médicos discutiram os prós e os contras relativos da Eugenia. Muitas pessoas foram esterilizadas de acordo com a Eugenia. Mas, o Dr. Lifton observa: "somente na Alemanha Nazista a esterilização foi uma precursora do assassinato em massa... a versão alemã da Eugenia tinha uma característica entonação de excesso romântico, como na declaração anterior de Lenz (1917)... que 'a raça era o critério do valor', e 'o Estado não existe para garantir que o indivíduo receba seus direitos, mas somente para servir ao Estado'. Lenz compreendia que sua defesa era a do 'socialismo orgânico' e temia que, sem um projeto radical de Eugenia, 'nossa raça nórdica estará condenada à extinção'." (pág. 24).

Mas, por mais terrível que fosse a esterilização, ela era apenas a ponta do iceberg. O precursor realmente efetivo para o Holocausto foi a ênfase na Alemanha sobre a eutanásia humana, um movimento que pode ser rastreado à "última década do século 19" (pág. 46). Um teórico em 'ética' alemão, Adolf Jost, fez um chamado para a morte médica direta em 1895, em um livro intitulado "O Direito à Morte" (Ibidem). Jost argumentava que o controle sobre a morte de um indivíduo precisava no fim das contas pertencer ao... Estado... Jost apontava para o direito do Estado de matar"... Ele argumentava que "os direitos à morte são a chave para o bem estar da vida. O Estado precisa ser o dono da morte — precisa matar — de modo a manter o organismo social vivo e saudável." (Ibidem).

No entanto, a obra fundamental que singularmente empurrou a Alemanha para o Holocausto de Hitler foi publicada em 1920, intitulada "A Permissão de Destruir Vida Indigna de Ser Vivida". Os autores alemães "enfatizaram o objetivo terapêutico desse conceito: destruir vida indigna de ser vivida é 'puramente um tratamento terapêutico e uma obra terapêutica.'" (Ibidem).

Lembre-se desta frase: "um tratamento terapêutico e uma obra terapêutica." Em todos os casos de Eutanásia de Adultos, "tratar torna-se matar" e "matar fornece a cura" na mente da equipe médica!

Esses autores alemães exploraram a responsabilidade legal dos médicos na "assistência à morte" e a "morte do participante que dava seu consentimento"... Eles advogavam um processo jurídico cuidadosamente controlado, com aplicações para matar avaliadas por uma junta de três pessoas (um clínico geral, um psiquiatra e um advogado). Um paciente que tinha dado seu consentimento para ser morto teria o direito de suspender esse consentimento a qualquer momento, mas havia também uma ênfase na proteção jurídica dos médicos envolvidos no processo da morte... Hoche... insistia que essa política de matar era compassiva e coerente com a ética médica..." (pág. 47). A Alemanha, de acordo com essa obra política de 1920, estava na ladeira escorregadia que levaria à morte em massa, uma ladeira que terminou na terrível brutalidade do Holocausto, duas décadas mais tarde.

Esse trabalho científico provocou um enorme debate dentro da comunidade médica alemã. A visão da maioria estava horrorizada com a tese desse trabalho radical, e muitos argumentaram contra ele vigorosamente. O Dr. Lifton relata que "durante os anos anteriores à ascensão dos nazistas ao poder, essa tese de modo algum era uma visão majoritária na Medicina e na Psiquiatria na Alemanha." (pág. 48).

Portanto, quando Hitler assumiu o poder em 1933, uma minoria de médicos e enfermeiros alemães tinha essa visão radical da eutanásia humana. No entanto, Hitler conseguiu galvanizar essa minoria em ação para transformar toda a nação na máquina de matar que iria sistematicamente eliminar seis milhões de judeus e doze milhões de outros "indesejáveis". Uma vez que Hitler assumiu o poder em 1933, encontrou uma minoria significativa de médicos e enfermeiras que matavam seus pacientes, com a permissão do próprio paciente, ou secretamente, deixando de aplicar a tecnologia médica, isto é, aplicando uma dosagem errada da medicação.

Hitler então lançou os recursos e a autoridade do governo federal para apoiar essa política da eutanásia que estava em andamento. A máquina de propaganda do Estado começou a preparar o povo alemão para concordar que o governo tinha a "responsabilidade" de tomar as decisões de vida e morte para seus cidadãos. Vários filmes foram produzidos para apoiar poderosamente essa tese. Um desses filmes, que provou ser extremamente poderoso, foi "Eu Acuso". Esse filme retratava "um médico que aplicou uma injeção letal em sua mulher, que sofria de uma doença incurável, em resposta ao pedido dela que ele fizesse isso para aliviar suas terríveis dores e sofrimentos." (pág. 49) O médico foi preso por homicídio e levado a julgamento. Um membro simpático do júri disse enfaticamente que "a precondição mais importante é que a paciente queira aquilo". (Ibidem).

Mas, a mensagem real do filme, uma mensagem proferida de forma bem clara e alta era que "uma exceção a esse 'princípio voluntário deveria ser feito para os doentes mentais, em que o 'Estado deveria assumir a responsabilidade'." (Ibidem) Muitos médicos alemães, entrevistados pelo Dr. Lifton anos após o fim da guerra, mencionaram o impacto que esse filme teve em suas mentes."

Essa frase dita no filme, que "uma exceção ao princípio voluntário deveria ser feita para os doentes mentais, em que o 'Estado precisaria assumir a responsabilidade'" abriu a porta da proibição total contra a anteriormente repugnante prática da eutanásia humana. Uma vez que essa porta foi aberta só um pouquinho, a máquina de propaganda nazista pôde forçá-la diariamente um pouco mais, até escancará-la de vez, até que a matança começou a ser perpetrada abertamente, com milhões de pessoas participando ou concordando. Hitler utilizou espertamente um plano bem elaborado que muda gradativamente as atitudes ou valores das pessoas sobre um assunto qualquer, neste caso, a eutanásia humana, sem que as pessoas percebessem que estavam sendo manipuladas para fazerem a mudança. Portanto, quando a pessoa muda para nova atitude ou valor, uma posição que ela antes detestava, não percebe que foi manipulada. Essa nova posição parece muito normal e a pessoa acha que adotou a nova atitude ou valor por sua própria decisão. 

O Plano das Seis Etapas Para a Mudança do Comportamento, como o chamamos, pode ser visto em uso em muitas situações na sociedade atual.Eis como o Plano das Seis Etapas Para a Mudança do Comportamento funciona:

Etapa 1: Alguma prática tão ofensiva que nem poderia ser discutida em público é advogada por um especialista RESPEITÁVEL em um foro RESPEITADO.

Etapa 2: A princípio o público fica chocado, depois indignado.

Etapa 3: No entanto, o SIMPLES FATO de tal assunto ser debatido publicamente torna-se o TEMA do debate.

Etapa 4: No processo, a repetição contínua do assunto chocante que está em discussão gradualmente vai anulando seu efeito.

Etapa 5: As pessoas não ficam mais chocadas com o assunto.

Etapa 6: Não mais indignadas, as pessoas começam a argumentar suas posições para moderar os extremos; ou, aceitam a premissa, buscando agora os meios para ALCANÇÁ-LA.

Vamos examinar como esse Plano das Seis Etapas funcionou na Alemanha, para preparar uma minoria significativa do povo alemão para aceitar a eutanásia humana.

Etapa 1: Alguma prática tão ofensiva que nem poderia ser discutida em público é advogada por um especialista RESPEITÁVEL em um foro RESPEITADO.

a. Em 1895, um especialista em ética médica, Adolf Jost, advogou a eutanásia humana, em seu livro O Direito à Morte. Jost era um "especialista" respeitável em seu livro era um "foro" respeitado.

b. Em 1920, dois "famosos catedráticos alemães" (pág. 46), Karl Binding e Alfred Hoche lançaram sua obra A Permissão Para Destruir Vida Indigna de Ser Vivida. Os dois famosos catedráticos eram os "especialistas" RESPEITÁVEIS e a tese deles era o "foro" RESPEITADO.

Etapa 2: A princípio, o público fica chocado, depois indignado. A maioria dos profissionais médicos alemães rápida e firmemente escreveu contra essa terrível e trágica ideia.

Etapa 3: No entanto, o SIMPLES FATO de tal assunto ser debatido publicamente tornou-se o TEMA do debate. Invisivelmente, o foco do debate foi deslocado dos méritos da eutanásia humana para o conceito que, finalmente, a sociedade estava colocando esse assunto para ser debatido abertamente. Um debate feroz ocorreu em seguida!

Etapa 4: No processo, a repetição contínua do assunto chocante que está em discussão gradualmente vai anulando seu efeito. De forma gradual e invisível, muitas pessoas começaram a ser levadas para o centro mortal, para longe de sua "firme" posição original contrária à eutanásia.

Agora, as mentes dessas pessoas estavam preparadas para o golpe mortal na psiquê alemã.

Etapa 5: As pessoas não estão mais chocadas pelo assunto. Uma vez que uma pessoa não esteja mais chocada por um assunto que anteriormente era considerado tabu, ela se permite ver mais desse assunto com maior frequência. Muitas pessoas que olham para um assunto que era considerado tabu verificam que se sentem atraídas por ele. Um número muito grande dessas pessoas começa a se tornar "mais aberta" com relação ao assunto.O cenário está agora armado para que a porta final da armadilha seja liberada.

Etapa 6: Não mais indignadas, as pessoas começam a argumentar suas posições para moderar os extremos; ou, aceitam a premissa, buscando agora os meios para ALCANÇÁ-LA. Um indivíduo "brilhante" entra no debate público e pede que os dois lados contemporizem em suas posições. Eles advogam a aceitação do assunto que anteriormente era tabu, o que satisfaz a posição da "Reforma Radical"; entretanto, é proposto inicialmente que essa aceitação fique sob diretrizes muito rígidas, uma proposta "modesta" que até mesmo os proponentes mais radicais contra o tabu dificilmente podem argumentar contra. Assim, ocorre uma contemporização, permitindo que a porta seja aberta só um pouquinho, permitindo que o assunto anteriormente tabu seja praticado sob severas restrições. Os proponentes de permitir que o tabu seja praticado abertamente fazem objeções enérgicas em público, mas celebram sua vitória privadamente. Os proponentes da manutenção do tabu "congratulam-se" por terem conseguido evitar uma tragédia muito maior, sem perceber que a contemporização é simplesmente uma derrota adiada.

Na Alemanha, a eutanásia humana inicial foi permitida juridicamente somente em circunstâncias muito restritas e somente com a permissão do paciente que "queria morrer". Para garantir que nenhuma ação ilegal pudesse ser tomada, uma junta de profissionais deveria analisar cada caso. Mas, em apenas alguns poucos anos, essa porta foi sendo escancarada aos poucos, até que Hitler pôde matar abertamente qualquer pessoa por qualquer razão.

Ah, sim, o governo alemão mudou as leis, para que um médico que praticasse a eutanásia estivesse agindo de forma juridicamente legal e não precisasse se preocupar com a possibilidade de ser processado pela família da vítima.

Esta situação mostra quão longe na estrada alemã para o Holocausto os médicos e enfermeiros americanos já chegaram. Sim, eles representam somente uma pequena fração do número total de médicos e enfermeiros nos EUA, mas os médicos e enfermeiros alemães que praticavam a eutanásia humana eram somente uma fração do total! Um líder político determinado que quer forçar mudanças totais precisa somente que uma proporção minoritária significativa da população concorde com sua posição. Ele pode forçar essas mudanças com base nessa minoria, sabendo que, com a autoridade do governo subitamente colocada para apoiar a minoria, a maioria será forçada a obedecer.

O quanto dessa matança está ocorrendo na sociedade ocidental hoje? Vamos examinar as estatísticas:

"Um médico importante na Grã-Bretanha advertiu que os hospitais do Sistema Nacional de Saúde estão usando o atendimento de fim da vida, 'caminhos para a morte', para ajudar os pacientes idosos a morrer, porque eles são difíceis de cuidar e ocupam leitos valiosos; 'um equivalente da eutanásia'. Os 'caminhos para a morte', em média levam um paciente à morte em 33 horas. O Sistema Nacional da Saúde é o sistema de saúde financiado pelo governo britânico."

Gostemos ou não, o sistema de saúde ObamaCare, que acaba de ser aprovado nos EUA é muito parecido com o Sistema Nacional de Saúde que existe na Grã-Bretanha e esse artigo referido nos diz que esse sistema mata um paciente em 33 horas. Uma vez que se tornar operacional, o ObamaCare provavelmente superará esse número sombrio.
"O jornal britânico Daily Mail reportou que o professor Pullicino 'afirmou que havia frequentemente uma falta de clara evidência para iniciar o Liverpool Care Pathway (LCP), um método de cuidar de pacientes com doença terminal'. Sob o LCP, os médicos podem suspender o tratamento, a alimentação e a água enquanto os pacientes estiverem fortemente sedados... o LCP se tornou um 'caminho assistido para a morte, em vez de uma forma de tratamento.' O jornal reportou que o professor Pullicino acredita que o LCP esteja sendo usado como 'um equivalente da eutanásia'. 130.000 pacientes morrem por ano no LCP."

Muitos médicos procuram uma razão para colocar um paciente no "caminho assistido para a morte" e muitos fazem isso embora o paciente ainda tenha condições de se recuperar. A informação que o Sistema Público de Saúde mata 130 mil pacientes por ano é chocante. Entretanto, é provável que muitos mais pacientes estejam sendo caladamente colocados para morrer nos EUA do que possamos imaginar. Os EUA já superam a Alemanha do período anterior ao nazismo nos números de pessoal da área médica que são simpáticos à eutanásia humana? Vejamos um especialista que conhece claramente a situação atual nos EUA:



O professor Wolf Wolfensberg é diretor da Divisão de Educação Especial e Reabilitação, na Universidade Syracuse. Ele escreveu um livro intituladoThe New Genocide of Handicapped and Afflicted People, em 1987. Ele adverte que, com base nos modelos históricos das sociedades (como a Alemanha, de Hitler) que mais tarde foram descobertas como praticantes da morte produzida em larga escala, ele acredita que as instituições médicas americanas já estão praticando a morte produzida.

Wolfensberger define "morte produzida" como "quaisquer ações ou padrões de ações que direta ou indiretamente trazem, ou apressam a morte de uma pessoa, ou grupo de pessoas. A morte produzida inclui ações que vão da morte explícita, clara, ou direta de outra pessoa, a muito escondidas e matar de forma indireta, o que pode levar um longo tempo para realizar e pode ser muito difícil de rastrear; e pode incluir participação ativa ou silenciosa, em um conluio imperceptível." (págs. 1).

Acredito que o artigo de jornal acima encaixa-se perfeitamente na definição anterior do professor Wolfensberger da "morte produzida". Lembre-se, os EUA estão conduzindo o mundo para a Nova Ordem Mundial, um sistema precisamente idêntico à Alemanha satânica, fascista e ditatorial de Adolf Hitler. Se formos entrar nesse sistema, então precisamos estar desenvolvendo as mesmas características pessoais concernentes à baixa visão ética de Hitler das vidas das pessoas que a Alemanha exibiu de 1920 a 1945, conforme detalhado no livro Nazi Doctors, do Dr. Lifton.

O professor Wolfensberger relaciona as mudanças nos valores pessoais que são necessários para uma população chegar ao ponto em que sancionará, ou participará na matança em massa. (págs. 25-26). Ao ler sobre essas mudanças de valores, você verá que os EUA passaram por todas elas, desde aproximadamente 1965!! A hora já está muito avançada!!

Etapa 1 — "Um afastamento do mundo do espírito e dos sistemas de crença metafísicos, rejeição das crenças em qualquer mundo espiritual e, portanto, rejeição da crença em qualquer divindade, e/ou em qualquer vontade ou lei divina que seja externa aos seres humanos."

Etapa 2 — "Em grande parte em consequência da Etapa 1, a rejeição das fés judaica e cristã e, portanto, de suas moralidades, o que inclui um temor pelo mistério da vida e respeito pela sua sacralidade." Nota: A América combinou as Etapas 1 e 2, rejeitando seus fundamentos cristãos, substituindo-os por valores autocentrados interessados somente na satisfação das necessidades e dos prazeres físicos.

Etapa 3 — "Uma crescente preocupação com o universo material, com objetos materiais e, especialmente, com os processos tecnológicos materiais. A indústria da propaganda claramente nos levou até o fim dessa estrada; estamos totalmente preocupados com as coisas e com os novos brinquedos tecnológicos.

Etapa 4 — "Uma crença de proporções religiosas em uma entidade mítica chamada 'progresso', que é vista como um produto humano que consiste em grande parte de desenvolvimentos científicos e técnicos que suportam a industrialização, que por sua vez é vista como produtora subsequente de um aumento da riqueza material, das posses, do conforto, da conveniência, da saúde, do bem-estar social, da felicidade, etc. A Alemanha manteve a entidade mítica Pureza Racial dos Nórdicos Arianos. Os aderentes da Nova Era crêem em um ariano espiritual, "avançado" em todas as coisas espirituais; os americanos simplesmente matam hoje para aliviar a mãe (aborto) e/ou aquele que cuida (eutanásia) de inconvenientes.

Etapa 5 — "A rejeição de uma metafísica resulta em uma idolatria muito lógica do ser humano e uma exaltação do indivíduo humano como a medida final e o medidor de todas as coisas." Pense na publicidade na última década, como essa crescente idolatria do corpo humano perfeito, da manutenção desse corpo perfeito, e da promoção da saúde como o ideal máximo das idades de 0 a 100 anos!! Pare e pense em todos os produtos que são anunciados hoje e que promovem esse ideal físico. Estamos idolatrando o corpo humano, exatamente como os propagandistas de Hitler idealizaram o homem ariano perfeito!

Etapa 6 — "Idolatria do intelecto humano, do poder da vontade, e de seus produtos." [Referencie nosso artigo N1185, "Historiador Secular Investiga as Raízes do Nazismo e Descobre Similaridades com a Nova Era". Você perceberá imediatamente o quanto a religião de Nova Era enfatiza esses valores.].Etapa 7 — "Irrestritos individualismo e egoísmo...".


Etapa 8 — "Uma atitude de ter direito a qualquer coisa que quiser..." ("Tenho o direito de controlar meu próprio corpo.").

Etapa 9 — "Uma crença de proporções quase religiosas que a aflição, o sofrimento e as privações são maus e que podem, precisam e serão eliminados, por meio dos esforços humanos."

Etapa 10 — "Combinado com a atitude de se considerar com direitos, isso leva a uma crença que uma pessoa tem o direito à libertação da aflição e do sofrimento — e, na verdade, até das privações e da inconveniência." Não somente vemos essa atitude no argumento atual sobre a eutanásia, mas também vemos muito dessa atitude nas pessoas que comem no cocho dos programas de Bem-Estar Social do governo.

Etapa 11 — "Esses desenvolvimentos também implicam uma entrega para aquilo que se pode chamar de hedonismo, isto é, a entrega aos prazeres sensoriais, aspirações exageradas e sem inibições por conforto... Na forma extrema, isso pode levar a excessos sexuais irrestritos, pornografia, glutonaria, entrega às drogas, etc." Pode alguém descrever a situação atual na América melhor do que isto? Lembre-se, estamos discutindo essas coisas em conexão com as características que uma nação exibe ao seguir esse tipo de mortes produzidas do tipo nazista! Nossa sociedade se encaixa perfeitamente nessa descrição!

Etapa 12 — Todos esses valores e atitudes descritos acima resultam em uma característica pessoal que o professor Wolfensberger chama de "externalismo", definido como uma pessoa "tão deficiente em identidade pessoal interna, força, e substância mental e emocional que depende excessivamente — talvez precise depender — de suportes externos constantes de uma natureza física, emocional, social e cognitiva para poder funcionar. Esses suportes podem tomar a forma de ter constantemente rádio e televisão ligados, até chegar a dormir com eles ligados, e não poder desenvolver uma conversação a não ser que exista o barulho dessas ou de outras fontes. Outra forma de externalismo é o medo de estar só, e excessiva ou até total dependência da opinião dos pares ou de gurus... Essas pessoas, portanto, deixam-se impressionar, podem ser programadas com facilidade, seguem modas, são instáveis emocionalmente, e caem presas de movimentos e de seitas..." Novamente, o professor Wolfensberger acerta na mosca com a atual sociedade americana, uma sociedade que está caminhando em direção à morte produzida!

O professor Wolfensberger continua: "O externalismo e o sensualismo facilmente se alimentam um ao outro em um círculo vicioso, como quando levam à dependência às drogas (seja café, nicotina, álcool, maconha, cocaína, heroína...) que também atendem ao desejo intenso por excitação sensorial e que é um substituto de baixo nível e falso para as ricas e nobres experiências espirituais, intelectuais, emocionais e mentais das quais os seres humanos são capazes. Mais uma vez, Wolfensberger descreve nossa sociedade perfeitamente; uma sociedade que tem esses valores caminha para a morte produzida em uma larga escala.

Etapa 13 — "A busca irrestrita de satisfação e autogratificação imediata também leva a uma histórica mentalidade de 'aqui e agora' que diz: 'Vou buscar o que quero agora, independente dos efeitos no longo prazo, ou independente de quem seja ferido.'" O ideal satanista sempre foi: "Faça aquilo que você quiser, isto será toda a lei."

Etapa 14 — Neste ponto no desenvolvimento de uma sociedade que precede à morte produzida, certos indivíduos apresentam-se para incentivar a "morte produzida de forma voluntária". Certamente, qualquer pessoa que defenda o suicídio com a assistência de um médico enquadra-se nessa categoria. Da mesma forma, os indivíduos eleitos ou indicados que tentam legalizar formas de morte produzida são poderosamente responsáveis por essa sociedade entrar na última etapa na maciça morte produzida pelo poder público. Finalmente, o Dr. Wolfensberger destaca os autores que publicaram livros campeões de vendagem sobre como cometer suicídio. Esse é um tremendo sinal que uma sociedade está atualmente envolvida em morte produzida de forma velada e está prestes a iniciar a morte produzida de forma pública.

Pessoas Depreciadas em Qualquer Sociedade

Nesse tipo de sociedade, certos indivíduos são "depreciados" na mentalidade nacional conjunta. Qualquer grupo "depreciado" fica, então, sob o risco real de ser visado para a eliminação. Quais são alguns desses grupos "depreciados"?
  • Os deficientes mentais, físicos, ou emocionais.
  • Criminosos, especialmente os que apresentam desvios de comportamento.
  • Os muito idosos, especialmente aqueles que não podem mais pagar pelo custo de manutenção de suas vidas.
  • Os muito jovens, especialmente aqueles dos grupos "depreciados". O aborto e o infanticídio eram praticados regularmente na Alemanha nazista.
  • Os destituídos — os moradores de rua.
  • Pessoas abandonadas e não amparadas por alguma instituição.
  • Pessoas com doenças severas e crônicas.
  • Doentes em estado terminal.
  • Qualquer um que tenha mais de uma das características acima, em combinação (págs. 33-34).
  • Pessoas que não se enquadram no ideal nacional em termos de raça ou religião.

Os judeus na Alemanha nazista certamente se enquadravam nesta última categoria. Hoje, com a Nova Era, os judeus são substituídos por qualquer um que não possa aceitar as reivindicações do Cristo. Os líderes na Nova Ordem Mundial já escolheram os cristãos, os judeus e os muçulmanos, nenhum dos quais pode aceitar a religião politeísta do Cristo da Nova Era.

O professor Wolfensberger então descreve os muitos modos em que a morte de pessoas depreciadas poderia ser disfarçada por alguém na comunidade médica. Os muitos modos se resumem ao uso impróprio da tecnologia médica de tal forma a causar a morte, uma morte que poderia ser atribuída a alguma outra coisa. (págs. 35-49).

Em seguida, ele solta a bomba atômica sobre essa questão e diz que nos EUA hoje, "Em hospitais (até mesmo aqueles administrados por instituições religiosas), retardados mentais... pessoas com outras deficiências, e idosos comumente deixam de receber suportes de vida relativamente elementares, como antibióticos, ressuscitação básica, procedimentos médicos simples, ou até mesmo alimentação e água... Em muitos locais nos EUA, é perigoso internar em um típico Hospital Geral uma pessoa moderadamente retardada que tenha mais de sessenta anos... Frequentemente, o único modo de garantir a segurança dessas pessoas é colocar alguém da família de guarda ao lado do leito hospitalar 24 horas por dia..." (págs. 60-63).

Se você não está se sentindo tonto e pasmado com essas revelações, considere o que o professor Wolfensberger estima que os seguintes números de pessoas estão sendo mortas todos os anos com das seguintes formas de mortes produzidas:
  • Drogas psicoativas — Aplicadas aos retardados, aos doentes mentais, aos idosos, às pessoas de mau comportamento ou às que exigem muitos cuidados em várias situações, matando facilmente mais de 100 mil pessoas por ano. (págs. 70).
  • Negar tratamentos básicos e simples e suportes para a vida às pessoas idosas, aos que têm deficiências moderadas, aos doentes terminais [lembre-se que 15% dos enfermeiros no nosso artigo que admitem que matam apenas "fingindo que prestam os cuidados?] ou presos, estão matando mais 100 mil pessoas todos os anos.
Quando se acrescenta o número de pessoas mortas em abortos e no infanticídio, o Dr. Wolfensberger estima que o número total de pessoas depreciadas que está sendo morta a cada quatro anos nos EUA hoje é maior que o número de judeus mortos na Alemanha nazista de 1941-1945!! (págs. 70-71).

Antes de você automaticamente rejeitar essas afirmações, considere com atenção os seguintes fatos:

Os EUA da Nova Ordem Mundial estão levando o mundo para dentro de um sistema que é exatamente igual ao nazismo de Adolf Hitler. Religiosamente, o nazismo e o Movimento de Nova Era compartilham mais de 40 crenças comuns, incluindo os ensinos sobre o arianismo e "raças-raízes".

A Nova Era ensina a mesma Doutrina Secreta que Hitler ensinou, uma doutrina espiritual que propõe a eliminação das raças "inferiores".

O professor Wolfensberger descreve qualquer sociedade que está caminhando para uma mudança de valores que resultará na morte produzida. Ao fazer isso, ele descreve a sociedade americana contemporânea perfeitamente.


A Base Ocultista Para o Morticínio

A doutrina da Nova Era ensina que o planeta Terra está superpovoado e que a população deve ser reduzida a um terço do que é atualmente. (Amigos da Terra, presidente David Browder, Progress as if Survival Mattered, 1981, págs. 68-70). Embora eles nunca apresentem o Plano para reduzir a população dos atuais 6 bilhões para somente 2 bilhões, os escritos deles ensinam que o Cristo "purificará" a Terra. (Ruth Montgomery, Herald of a New Age, págs. 232-271). Como você acha que eles obterão essa redução em um período de tempo tão curto?

A profecia bíblica prevê que o tempo do Anticristo resultará em guerras e em perseguições de dimensões sem precedentes. Se você somar todas as pessoas que serão mortas com as pragas e julgamentos no livro do Apocalipse, o total chega a dois terços da população mundial!

No entanto, as profecias bíblicas dizem que as pessoas estarão vivendo de forma absolutamente normal até que todos os desastres caiam com força total sobre elas. [Confira 1 Tessalonicenses 5:1-3; Daniel 12:10b, "nenhum dos ímpios entenderá..."; Lucas 17:28-30].

Não se deixe enganar. O fim dos tempos está muito próximo. Vemos o aparecimento de um sistema de governo globalizado que espelha com precisão a profecia bíblica e seu o nome é Nova Ordem Mundial, o nazismo renascido com todos os seus horrores. Nossos valores e atitudes estão sendo mudados de forma sutil, gradual e invisível, até o ponto em que um número suficiente de pessoas na sociedade apoie os objetivos de morticínio da Nova Ordem Mundial. Além disso, como indica o artigo de jornal citado no início deste artigo, um morticínio significativo já está ocorrendo. O reinado do Anticristo está vindo muito em breve.

terça-feira, agosto 27, 2013

Choque de Civilizações: A Tese

Uma crítica à tese do Choque de Civilizações

Em 1993, procurando fornecer um “paradigma para o exame da política mundial que tenha significado para os estudiosos e seja de utilidade para os formuladores de política”, Samuel P. Huntington publica, na revista Foreign Affairs, o provocativo ensaio The Clash of Civilizations? Como o tema gera uma série de debates, o ensaio transforma-se, em 1996, no livro O Choque das Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial.

Este professor de Harvard propõe que, no mundo pós-Guerra Fria, “as distinções mais importantes entre os povos não são ideológicas, políticas ou econômicas. Elas são culturais” . Partindo do pressuposto de que os valores das sociedades contemporâneas refletem a herança deixada pelas civilizações, Huntington conclui que estas diferenças culturais levarão as nações a conflitos étnico-religiosos.

Queremos mostrar que pensar em civilizações como entidades monolíticas e fechadas compromete o modelo do choque de civilizações e o inutiliza para explicar as movimentações geopolíticas mais importantes da atualidade. Sem ignorarmos a importância dos fatores culturais para a formação de identidades, rejeitamos o determinismo de um enfoque que ignora as complexas relações inter e intra-civilizacionais em um mundo transformado pelas tecnologias da computação e comunicação e pela reestruturação capitalista que gerou a globalização.

Também gostaríamos de alertar para o perigo de uma “lente paradigmática” que tenta moldar, utilizando-se de uma “simplificação necessária” das complexidades da realidade social, o pensamento sobre a política mundial. Tal pretensão, caracterizada como ideologia, pode levar a uma visão totalitária do mundo. Cremos ainda que há um racismo implícito nas duas contraposições principais feitas por Huntington: o Ocidente versus o resto e o mundo islâmico versus as sociedades não-mulçumanas.

Da contenção ao choque

Ao término da II Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética conquistaram posições hegemônicas nas regiões antes disputadas pelas nações européias. O esgotamento (econômico, militar, social e até mesmo moral) de Inglaterra, França e Alemanha abre espaço para que os dois grandes vencedores alterem o equilíbrio das forças mundiais: do quadro multipolar onde diversos Estados-nação travam suas batalhas geopolíticas passa-se para a bipolaridade, para um mundo dominado por duas super-potências. 

Os Estados Unidos adotam ações de contenção das forças comunistas como modelo para sua política externa, um paradigma desenvolvido pela primeira vez por George Kennan em 1947, em um ensaio para a Foreign Affairs. A política de contenção dura até a falência da União Soviética.

Há então um primeiro momento de euforia entre os “vencedores” da Guerra Fria: Francis Fukuyama declara que a Humanidade atingiu seu estágio final de evolução ideológica com a “universalização da democracia liberal ocidental como forma de governo humano”. Outras idéias surgem. Huntington cita (e refuta, como faz com o mundo harmônico de Fukuyama) os paradigmas “Dois Mundos: Nós e Eles” (o planeta dividido em pobres e ricos); “184 Estados, mais ou Menos” (que defende que o relacionamento entre os Estados é anárquico); e o “Puro caos” (quadro em que o Estado-nação perde sua soberania e o mundo mergulha em conflitos tribais, étnicos e religiosos sem uma regra precisa para explicá-los). 

O desafio é definir um modelo geopolítico quando não existe “um centro territorial de poder, nem se baseia em fronteiras ou barreiras fixas”, quando “ (...) a soberania toma nova forma, composta de uma série de organismos nacionais e supranacionais, unidos por uma lógica ou regra única”. O poder em um mundo globalizado e transformado pela tecnologia da informação está diluído em um novo espaço de fluxos, levando a economia a um novo embate com a política. Temos uma realidade na qual as formas conhecidas de soberania e os “países são disciplinados por uma multidão eletrônica de investidores que controlam o acesso ao capital numa economia globalizada”.

Samuel P. Huntington
No entanto, mesmo considerando que a globalização nos leve à decadência total do Estado-nação e que a humanidade se relacione de uma maneira totalmente nova ao fim do processo, isso é algo ainda distante, se é que possível. Ou, como diz Nye, “a geoeconomia não substitui a geopolítica, por mais vagos que sejam os limites que as separam neste início de século”.

Isto fica claro quando lembramos que enquanto o avanço dos fluxos de capital nas redes financeiro internacionais homogeneíza o discurso tecnocrático sem considerar as peculiaridades de cada Estado-nação, os Estados Unidos passam a ocupar de maneira unipolar o vácuo político e militar deixado pela falência soviética. Relacionando a importância da economia norte-americana para o espaço de fluxos com o exercício pleno do poder inerente a uma superpotência sem adversários à altura, temos que o Ocidente é a “única civilização que tem interesses substanciais em todas as outras civilizações ou regiões e tem a capacidade de afetar a política, a economia e a segurança de todas as outras civilizações ou regiões”.

É quase natural a pretensão ocidental de tornar-se uma civilização universal. De querer controlar esta multipolaridade dos fluxos financeiro e informacional para combiná-la com a unipolaridade dos poderes militar, político, econômico e cultural tradicionais. Uma unimultipolaridade que mantenha o poder ocidental neste novo mundo fragmentado e no qual as identidades criadas em torno de ideologias políticas européias (como o comunismo e o capitalismo) não mais respondem aos anseios das comunidades humanas e são substituídas, segundo a teoria do choque de civilizações, por valores “indígenas”, por características étnicas e religiosas de cada tribo.

Mas Huntington chega também à conclusão de que o Ocidente está em declínio. As “mudanças graduais, inexoráveis e fundamentais também estão ocorrendo nos equilíbrios de poder entre as civilizações e o poder do ocidente em relação ao das outras civilizações” irá declinar. E ele lista as mudanças que irão acabar com o a predominância do poder ocidental: o desenvolvimento dos povos não-ocidentais (que estão ficando mais saudáveis, mais urbanizados e mais instruídos), a redistribuição do produto econômico mundial (decorrente da globalização e da disseminação das novas tecnologias) e o aumento dos efetivos militares das outras civilizações.

Para manter o poder norte-americano nesta nova sociedade em rede, a “lente paradigmática” de Huntington abandona a perspectiva marxista da luta de classes (o que não surpreende em um autor norte-americano da escola realista), preferindo guiar-se pela ótica weberiana (ou, ao menos, o que é entendido como tal pelo autor) na qual a cultura é o determinante. Assim, amplia o conceito de Estado-Nação para civilizações, delimitando as relações culturalmente e defendendo a identidade ocidental da multiculturalidade, dos valores pertencentes a outros agrupamentos raciais e étnicos. Desta maneira, pretende estabelecer um centro de poder em torno do conceito de cultura, mais subjetivo e fluido do que a fronteira territorial, adotando tradicionais conceitos geopolíticos para um mundo em que as redes informacionais limitam as ações e o poder do Estado-nação.

Isso leva Huntington a condenar a crença na universalidade da cultural ocidental, presente e determinante no processo de globalização das sociedades, denunciando-a como uma nova forma de imperialismo que pode levar o poder ocidental à exaustão. Resumindo: os “Estados Unidos não podem nem dominar o mundo nem escapar dele”. Um outro intelectual, que procura entender os novos desafios dos Estados Unidos defendendo justamente esta universalização dos valores e da cultura norte-americana, concorda com o dilema: “o paradoxo do poder americano (...) é que ele é grandioso demais para ser desafiado por qualquer outro Estado, mas não o bastante para resolver problemas como o terrorismo global e a proliferação de armas nucleares”.

Mas é na defesa dos valores que Huntington chama de ocidentais que ele encontra o caminho para a afirmação do poder norte-americano. Ou seja, em um mundo onde o tribalismo ocasiona os choques civilizacionais ao longo das linhas de fratura , dá-se uma solução tribal . Assim, não é de se estranhar que tenha sido uma ação tribal, calcada na oposição “Nós e os Outros” como formadora de identidade, a disseminar a tese do choque de civilizações. A idéia de que a civilização mulçumana estava em confronto com a ocidental ganhou amplo espaço na mídia após os atentados terroristas contras as torres gêmeas do World Trade Center.

Tamanho alvoroço levou até mesmo o próprio Huntington a contestar esta interpretação, dizendo tratar-se não de um conflito entre civilizações, mas de um ataque de um grupo contra toda a Humanidade. No entanto, o enfoque cultural/religioso tem um campo fértil em um mundo em busca de identidade e é refletido e disseminado nos discursos políticos, na cobertura jornalística e nos estudos acadêmicos.

Nós e os Outros, ou o Ocidente contra o mundo

Huntington define civilização como “o mais alto agrupamento cultural de pessoas e o mais amplo nível de identidade cultural que as pessoas têm aquém daquilo que distingue os seres humanos das demais espécies”. Usando tal conceito, distingue como principais: a sínica ou confuciana (China e comunidades chinesas do sudoeste asiático, além de Vietnã e as duas Coréias), japonesa, hindu, islâmica, ortodoxa, ocidental, latino-americana (é separada da civilização ocidental devido à incorporação de valores das civilizações indígenas e por sua cultura católica que não sofreu o efeitos da Reforma protestante) e africana (que Huntington hesita em considerar uma civilização própria ou dividi-la em islâmica – ao norte – e uma cultura européia fragmentada). Vemos que a característica principal que Huntington usa para definir as civilizações é a religião, sendo que das “cinco principais religiões, quatro – cristianismo, islamismo, hinduísmo e confuncionismo – estão associadas com civilizações principais”, ficando de fora apenas o budismo por causa de sua extrema fragmentação.

Said ironiza tal simplificação dizendo que Huntington não tem “tempo a perder com a dinâmica e a pluralidade internas de cada civilização, nem com o fato de que a disputa principal, na maioria das culturas modernas, diz respeito à definição ou interpretação de cada cultura”. Já Ali lembra que o mundo islâmico não é monolítico há mais de mil anos e que as “diferenças sociais e culturais entre mulçumanos senegaleses, indonésios, árabes e sul-asiáticos são muito maiores do que as semelhanças que eles têm com membros não-mulçumanos da mesma nacionalidade”.

Outros autores também refutam a simplificação do conceito civilizacional, já que os mulçumanos podem ser radicais ou moderados, tradicionais ou modernos, conservadores ou liberais, linha-duras ou revisionistas. E enumeram diversos fatores que distinguem as diversas nações islâmicas: “tradições históricas próprias e legados coloniais, divisões étnicas, diferentes níveis de desenvolvimento econômico e estágios do papel e do poder das religiões fundamentalistas”. Da mesma maneira, pensar que podemos reconhecer uma cultura isolada como Ocidente Cristão é simplificar demais, é esquecer os “contrastes entre a Europa mediterrânea católica e a Escandinávia protestante, assim como os aspectos sociais e denominações religiosas de cada país”.

Huntington diz que seu modelo é uma “simplificação necessária” das complexidades da realidade social e deixa bem claro a sua posição (o que não invalida as críticas acima). Ignora conscientemente as crises internas das oito civilizações por ele delimitadas para concentrar-se nas diferenças que considera profundas entre os valores centrais destas sociedades e que explicariam os diferentes estágios de desenvolvimento político e econômico dos Estados-nação.

Apesar de advertir que os alinhamentos políticos e econômicos nem sempre irão coincidir com os culturais, Huntington sustenta que a riqueza econômica e a política democrática do Ocidente são resultados muito mais de sua herança cristã do que de outras determinantes históricas. Do mesmo modo, os regimes autoritários e os fracassos econômicos dos países mulçumanos decorrem dos valores subjacentes à sua cultura islâmica, não importando o quanto possa ter influenciado a ação colonial dos países ocidentais ou a dinâmica da inserção destas economias nas redes de fluxo global.

Esquecendo-se assim dos “vínculos (...) próximos entre civilizações aparentemente em conflito”, Huntington passa a estruturar a dinâmica dos contatos inter-civilizacionais. Para ele, o relacionamento dos países com as civilizações no mundo pós-Guerra Fria se dá como Estados-membros (países plenamente identificados culturalmente com uma civilização), Estados-núcleos (estados mais poderosos e culturalmente mais importantes), países isolados (que carecem de aspectos culturais comuns com outras sociedades), países fendidos (no qual existem grandes grupos pertencentes a civilizações distintas) e países divididos (possuem uma única cultura predominante, mas que muda para uma outra civilização).

Na teoria do choque das civilizações, as duas superpotências da Guerra Fria são substituídas pelos Estados-núcleos como pólos de atração. E Huntington vai além, concordando com a teoria realista das relações internacionais que “prediz que os Estados-núcleos das civilizações não-ocidentais devem se congregar para contrabalançar o poder dominante do Ocidente”. 

Assim, parece correta a tese do choque de civilizações quando colocamos, por exemplo, o ódio fundamentalista contra os EUA em um quadro de formação de identidades reativas: se uma civilização pretende afirmar universalmente seus valores precisará enfrentar novas entidades formadas a partir da busca de valores comuns de etnia, língua, território, história e religião. Mas é preciso olhar com atenção a dinâmica de formação destas novas entidades.

Para Castells, identidade de resistência é a "criada por atores que se encontram em posições/condições desvalorizadas e/ou estigmatizadas pela lógica da dominação, construindo, assim, trincheiras de resistência e sobrevivência com base em princípios diferentes dos que permeiam as instituições da sociedade, ou mesmo opostos a estes últimos". Difere da identidade de projeto, que é "quando os atores sociais (...) constroem uma nova identidade capaz de redefinir sua posição na sociedade e, ao fazê-lo, de buscar a transformação de toda a estrutura social", e da identidade legitimadora, “introduzida pelas instituições dominantes da sociedade no intuito de expandir e racionalizar sua dominação em relação aos atores sociais”.

Os conflitos entre comunidades diferentes não contrapõem apenas sociedades de diferentes civilizações, mas também (ou principalmente) comunidades de uma mesma civilização que compartilham alguns valores e discordam profundamente em outros. Segundo Vidal, “o governo [dos EUA] deveria pôr uma coisa em sua cabeça: que é odiado não só pelos estrangeiros cujos países destruíamos, mas também por americanos cujas vidas foram destruídas (...) Temos milhões de cidadãos americanos ressentidos, que não gostam da maneira como o país está sendo conduzido”.

Existe ainda uma reação de comunidades diferentes ao mesmo processo de globalização, comunidades que têm em comum apenas o fato de estarem reagindo ao mesmo processo de domínio, pertençam os dominadores a mesma civilização dos dominados ou não. Esta reação pode tanto ser um atentado suicida praticado por árabes, como a explosão das torres do WTC, quanto um ataque terrorista de fundamentalistas cristãos norte-americanos, como o atentado em Oklahoma City em 1995. 

Pensando as civilizações monoliticamente, Huntington coloca os valores centrais do Ocidente em conflito com valores culturais de em outras sociedades levando as nações a conflitos étnico-religiosos. Não há espaço para distensões internas.

Os valores ocidentais, ideologia e o fantasma de Gobineau

Características culturais podem facilitar a adoção de determinados conceitos políticos ou colocar alguns países em posição de vantagem em determinada dinâmica econômica. Castells, por exemplo, diz que a tradicional estrutura em rede das corporações asiáticas foi um fator importante para o espantoso crescimento econômicos dessas economias na fase da reestruturação capitalista.

Mas isso não significa que a aceitação de novos valores esteja excluída a priori em determinada civilização ou que estas sejam blocos monolíticos livres de transformações. Muito menos que democracia, individualismo, separação da autoridade espiritual e temporal, pluralismo social e império da lei sejam conceitos aceitos apenas pela civilização ocidental.

Um estudo recente compara crenças e valores das populações mulçumanas e não-mulçumanas em 75 sociedades diferentes. É encontrado um abismo entre o Islã e o Ocidente quando o tema é a liberação sexual e o grau de igualdade entre homens e mulheres. Mas o “Ocidente e as sociedades islâmicas em geral concordam em três dos quatro indicadores de valores políticos”.

Tal concordância entre valores políticos não desautoriza completamente a tese de que estamos vivendo em uma era onde serão predominantes os choque de civilizações. Invertendo o ângulo de observação (e reformulando vários conceitos e desenvolvimentos), pode-se afirmar, como o faz Bernard Lewis – cujo Raízes da Fúria Mulçumana, de 1990, já explica as relações políticas entre os países ocidentais e islâmicos como um choque milenar de civilizações – que o conflito acontece justamente pela semelhança: “são apenas duas as civilizações que podem se dizer universais, e são a civilização cristã e a islâmica. Que se assemelham porque não são geradas por uma etnia mas com base em uma religião e porque reivindicam uma universalidade e uma exclusividade. O conflito entre a civilização cristã e a civilização islâmica não nasce de suas diferenças, mas de suas semelhanças. Quando existem duas religiões semelhantes, historicamente contemporâneas e geograficamente adjacentes que reivindicam a mesma coisa, o conflito é inevitável”. 

Sejam os conflitos marcados pelas semelhanças, sejam pelos antagonismos, a idéia de um choque civilizacional continua sendo uma adesão racional à contraposição “Nós e os Outros” estabelecida de maneira passional pela religião. E Eco nos lembra que “todas as guerras de religião que ensangüentam o mundo através dos séculos são geradas de adesões passionais a contraposições simplistas, como Nós e os Outros, bons e maus, brancos e negros”. Neste contexto, qual o significado da sistematização de preconceitos tão profundos? Podemos traçar um paralelo com a transformação do racismo popular para o racismo ideológico na Europa imperialista?

Para Said, Huntington é um “ideólogo – alguém que quer transformar "civilizações" e "identidades" em algo que elas não são”. Mas a palavra ideologia tem uma gama de significados diferentes. Bobbio, por exemplo, chama de significado fraco da ideologia o “sistema de crenças políticas, um conjunto de idéias e de valores respeitantes à ordem pública e tendo como função orientar os comportamentos políticos coletivos”. Já Arendt diz que “(...) a ideologia difere da simples opinião na medida em que se pretende detentora da chave da história, e em que julga poder apresentar a solução dos “enigmas do universo” e dominar o conhecimento íntimo das leias universais “ocultas”, que supostamente regem a natureza e o homem”. 

A teoria do choque de civilizações tem a pretensão de orientar comportamentos políticos, de fornecer um paradigma para o exame da política mundial. Supera o “status” de opinião ao rejeitar outros elementos da realidade histórica, entre eles a própria ideologia.

E faz isso traduzindo a realidade em um conflito, reduzindo a realidade a uma dicotomia. Lembremos que “poucas ideologias granjearam suficiente proeminência para sobreviver à dura concorrência da persuasão racional. Somente duas sobressaíram-se e praticamente derrotaram todas as outras: a ideologia que interpreta a história como uma luta econômica de classes, e a que interpreta a história como uma luta natural entre raças”.

Huntington argumenta que civilização e raça são coisas diferentes e “povos da mesma raça podem estar profundamente divididos e povos de raças diferentes podem estar unidos pela civilização”. A distinção não se dá por aspectos raciais (como formato da cabeça ou cor da pele), mas culturais (religião, estruturas sociais). Mas esta diferença é suficiente para que a tolerância não seja subjugada por tendências totalitárias?

O conde Arthur Gobineau escreve seu Essai sur l´inégalité para procurar a força singular que regeria as civilizações em sua ascensão e seu declínio. Huntington quer fornecer “uma lenta significativa e útil através da qual se possa examinar os acontecimentos internacionais”.

Gobineau acreditava que a decadência da França no século XIX (e, por tabela, da civilização ocidental) era conseqüência da degenerência da raça, “e de que esta, ao conduzir ao declínio, é causada pela mistura de sangue”. Huntington escreve que a decadência dos Estados Unidos (e conseqüentemente da civilização ocidental) virá se houver um repúdio do “Credo” e se os multiculturalistas “promoverem outras identidades e agrupamentos raciais, étnicos e de outras culturas subnacionais”. 

Ao alertar para os perigos da diversidade e clamar pela unidade em torno das raízes européias da cultura norte-americana, Huntington nos faz lembrar a doutrina racista alemã, usada como arma de unidade interna, “vindo a transformar-se, depois, em arma para a guerra entre as nações”. Este é um resultado possível (se não provável) quando se esquece que “o parâmetro de tolerância da diversidade é certamente um dos pontos mais fortes e menos discutíveis, e nós julgamos madura a nossa sociedade porque sabemos tolerar a diversidade”.

Ao terminar O Choque das Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial, Huntington parece dar-se conta disso. Escreve que “o futuro da paz e o futuro da Civilização dependem da compreensão e da cooperação entre os líderes políticos, espirituais e intelectuais das principais civilizações do mundo”. A esperança é que seja esta a mensagem e não a simplificação danosa da contraposição cultural que permaneça. Infelizmente, não podemos esquecer que “a política é conduzida e apresentada no estilo elitista das visões de inteligência: desinformação, informações falsas, exagero da força e da capacidade do inimigo (...) Tudo é exageradamente simplificado ou reduzido a uma preocupante incompreensibilidade. A mensagem é simples: não há alternativa”.

Quando o choque não explica o mundo

A tese do choque civilizacional exige que admitamos a priori que a defesa dos interesses norte-americanos em países estrangeiros é uma atitude que geralmente coincide com a divulgação de valores como a democracia liberal ou império das leis. Mas como é possível falar em reação a valores culturais quando se sabe que desde 1947 os EUA lançaram “(...) mais de 250 ataques militares contra outros países, sem provocação anterior”? Quais valores culturais estão em jogo quando há o massacre de populações civis como estratégia de guerra?

O fundamentalismo islâmico

A lógica de Huntington não explica a guerra internacional contra o terrorismo iniciada como resposta aos ataques de 11 de setembro. Pela teoria do choque de civilizações, o Ocidente marcharia unido contra o Islã fundamentalista. Mas, após um ano depois dos atentados ao World Trade Center, a solidariedade européia aos EUA já era bem menor, “na medida em que as imagens das torres gêmeas desabando foram se apagando da memória coletiva”. Começa a se falar “muito menos dos EUA como vítimas e muito mais como agressores – em especial sobre George W. Bush”.

O choque de civilizações ignora que as diferenças entre o Ocidente e as nações islâmicas também refletem as visões de seus governos e elites. Dizer que “a revitalização das religiões não-ocidentais é a mais forte manifestação de antiocidentalismo (...), uma rejeição do ocidente e da cultura secular, relativista e degenerada, associada com o ocidente”, não parece suficiente para explicar porque jovens instruídos tornam-se terroristas suicidas. Para Friedman:
Esses incontíveis são jovens rapazes cheios de raiva, pois são educados com uma visão do islã como sendo a mais perfeita forma de monoteísmo, mas olham ao redor em seus países e vêem pobreza, ignorância e repressão generalizadas. E são humilhados por elas, humilhados pelo contraste com o Ocidente e pelo sentimento que isso lhes provoca, e essa humilhação – esta miséria de dignidade – direciona-os para a vingança suicida. A questão da dignidade é uma força poderosa nas relações humanas.

O próprio Huntington, um ano após publicar O Choque das Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial, abandona sua visão cultural-religiosa para dizer que “a ascensão do fundamentalismo religioso é produto, em primeiro lugar, dos processos de modernização social e econômica que estão ocorrendo no mundo. Esse fator gerou movimentos fundamentalistas em praticamente todas as religiões mais importantes do mundo”. Ele hoje refuta a interpretação da guerra contra o terrorismo como um conflito civilizacional.

As causas do fundamentalismo radical islâmico são mais bem explicitadas quando olhamos para as disparidades profundas entre pobres e ricos dentro das sociedades, além das perversas iniqüidades do poder político nos regimes do oriente Médio. Segundo Ali, “a ascensão da religião é explicada parcialmente pela falta de qualquer outra alternativa ao regime universal do neoliberalismo”. 

O petróleo do Iraque

Árabes sunitas, incluindo Saddam Hussein e muitos iraquianos da oposição mantida pelos americanos, não somam mais do que 16% da população iraquiana; eles dominam o Iraque central assim como o sul de Bagdá. Os curdos étnicos, que também são mulçumanos sunitas, estão concentrados nas montanhas do norte. Mas cerca de dois terços dos iraquianos são mulçumanos xiitas, e eles habitam os bairros miseráveis de Bagdá assim como o sul do Iraque. Diferentemente dos curdos e outros na zona de exclusão aérea ao norte, que recebem uma grande parte das vendas de petróleo administradas pelo programa das Nações Unidas de petróleo por comida, os iraquianos na vasta zona sudoeste têm sofrido privações em uma década de sanções. Saddam Hussein, naturalmente, está inteiramente disposto a deixá-los sofrer.

Imaginar civilizações em conflitos não ajuda a entender a estrutura social iraquiana. Quais valores estão em conflito: os ocidentais contra os islâmicos ou os sunitas contra os xiitas e contra os curdos? Qual conflito melhor explica o que acontece com a população iraquiana? Conflitos de valores também deveriam provocar reações anti-ocidentais nas ruas de Bagdá:

A primeira e mais chamativa experiência para os visitantes dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, os dois países que lideram a campanha para o Iraque permitir inspeções livres de armas ou enfrentar um ataque militar, é que os iraquianos permanecem extraordinariamente amistosos. (Há poucas exceções, principalmente entre autoridades do governo e oficiais do exército, os que se sentem mais ameaçados).

Além disso, por que não acreditar que xiitas, curdos sunitas estariam propensos a festejar da mesma maneira que os habitantes de Kandahar ou Cabul a queda de um regime sanguinário? A resposta fica mais clara se procuramos entender a guerra contra o Iraque não como um confronto com os valores ocidentais, mas como um jogo geopolítico e econômico.

Se os Estados Unidos tiverem acesso pleno às reservas iraquianas, isso pode significar o fim do domínio da Arábia Saudita no mercado internacional de petróleo e até mesmo o fim da OPEP. É uma conta arriscada e de valores altíssimos: “a guerra deve mobilizar mais de 100 mil soldados e custará de US$ 100 bilhões a US$ 200 bilhões (...) Depois, será preciso manter 50 mil soldados no país, a um custo da ordem de US$ 18 bilhões por ano, talvez por décadas. Em troca [Bush] poderá deter também por décadas o controle da produção e do preço do petróleo no mundo”. Deve-se incluir aí também os massivos investimentos que o Iraque precisará das indústrias ocidentais para reestruturar a sua produção petrolífera e a nova amizade de Bush com Putin, uma importante mudança na geopolítica energética. Para completar, a diferença do tratamento dado à Coréia do Norte nos levar a duvidar que a única preocupação do governo norte-americano seja a questão das armas nucleares.

A Bósnia e outros conflitos

Temos então que o ataque terrorista de 11 de setembro não deve ser visto com as lentes do choque civilizacional – conseqüentemente, excluímos também a possibilidade deste modelo explicar a guerra no Afeganistão. E é igualmente complicado encaixar a guerra dos Estados Unidos contra o Iraque na categoria do conflito de civilizações. Ou seja, os dois maiores conflitos da última década (que mais receberam a atenção da mídia) não podem ser explicados pelo modelo de Huntignton.

Nos últimos 15 anos, apenas um outro conflito ocupou tanto a mídia e os intelectuais: a guerra da Bósnia. Aqui parece que a teoria funciona como um relógio, tanto que é citada por Huntignton para exemplificar como as diferenças culturais conduzem ao conflito. Afinal, católicos (ocidentais), ortodoxos (eslavos) e mulçumanos enfrentaram-se em um genocídio étnico medonho. Para Huntington, o “ponto crucial é que as potências estrangeiras que apoiaram os participantes nos combates o fizeram segundo critérios estritamente ligados à civilização, excetuando os EUA e seu interesse em promover uma Bósnia multiétnica, dominada pelos muçulmanos”. Mas os únicos apoios que poderiam ser chamado de civilizacionais são o russo à Sérvia e o alemão à Croácia. França e Inglaterra apoiaram a Sérvia ortodoxa: é muita exceção para ignoramos outros interesses em jogo.

O quadro geopolítico mundial fica mais claro se pensarmos que “uma grande parte dos conflitos inter-culturais hoje são resultados de uma humilhação cultural”. Assim, temos que motivos outros que não apenas os culturais ligam as engrenagens dos preconceitos e estes geram o ódio racial ou civilizacional. A diferença de valores culturais não é sempre um motivo forte o suficiente para deflagrar um conflito. O movimento indígena mexicano em Chiapas, um exemplo já clássico das lutas sociais na era da informação digital, não é uma luta contra valores ocidentais, mas contra um longo processo de marginalização. Tratar esta ou outras culturas como inferiores (como fez o primeiro ministro italiano em relação ao Islã) ou como perigosos para os nossos valores não servirá para explicar conflitos de nossos tempos – apenas acirrará este ódio.


Conclusão

Simplificar as questões geopolíticas focando as principais causas de conflito nas diferenças culturais das “sete ou oito” principais civilizações modernas não fornece a resposta esperada para entendermos a nossa complexa realidade, na qual as sociedades interagem globalmente através das redes informacionais.

O aspecto cultural continua importante, como sempre o foi. Talvez em uma época em que sociedades, nações e indivíduos buscam desesperadamente suas identidades, importe até mais do que em outros momentos da história humana. Mas isso não implica a sua centralidade e o desprezo aos aspectos econômicos, territoriais, humanos (nem sempre confessáveis) e ideológicos. Isso não apenas impede uma melhor compreensão como, como visto, pode nos trazer de volta fantasmas que imaginávamos extintos.

No início da década de 90 prometia-se um novo mundo de riquezas e prosperidade, uma humanidade finalmente unida em busca do desenvolvimento econômico e da prosperidade resultante dos avanços da ciência e da tecnologia. O modelo neoliberal, a “ideologia política de maior sucesso na história”, é hoje muito contestado e o fundamentalismo religioso “parece estar forte e influente como fonte de identidade”. Mas o resultado não é um choque civilizacional. Antes de falarmos em conflitos de valores, é preciso lembrar, como faz Eco, que “a guerra se transformou em algo tão complexo que não costuma mais chegar ao fim com uma situação de paz”. Além disso, “se, no passado, a guerra em outras partes garantia a paz no centro do império, hoje é exatamente ali que o inimigo golpeia mais facilmente”.

Neste mundo instável, é preciso ainda mais cautela ao falar em contraposições de valores, em estabelecer dicotomias simplistas. Para que o choque não seja o catalisador que foram as idéias de Gobineau para o racismo como ideologia imperialista e como arma política nazista.

Foi utilizando o racismo de forma ideológica que Hitler implantou a sua visão de Estado na Alemanha. Utilizando-se de um discurso anti-ocidental, a direita religiosa islâmica quer controlar as intuições políticas do mundo mulçumano. E ao atacar o multiculturalismo norte-americano, Huntington procura defender a cultura ocidental da miscigenação inter-civilizacional de modo a unir a população ocidental no “Credo” norte-americano. Assim, o que temos não é um choque de civilizações, mas um choque de maldades.

Reduzir a complexidade do mundo a dicotomias simplificadoras é esquecer que “o reconhecimento do pluralismo cultural requer o desenvolvimento de uma democracia avançada”, que a “democracia é também um método para o diálogo e o consenso entre grupos com interesses diversos”. Perder a capacidade de trabalhar com parâmetros diversos e contraditórios, “uma das coisas mais louváveis da cultura ocidental”, é deixar a porta aberta para a prática da violência totalitária.

A preocupação de Huntington é com a decadência do Ocidente e com a manutenção do poder norte-americano em um mundo globalizado e informacional. O irônico é ele usar justamente os conceitos de democracia e liberdade como armas, sem se importar com as conseqüências que a disseminação de sua tese traz para a democracia e a liberdade. Assim, antes de absorverem automaticamente idéias como a do choque de civilizações, políticos e mídia deveriam entender os seu significado: no jogo imperialista e totalitário, não há vitória a longo prazo.

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