A Moeda do Carbono: Um Novo Início Para a Tecnocracia?


Os críticos que acham que o dólar americano será substituído por alguma outra moeda global estão, talvez, pensando pequeno demais.

No horizonte do mundo paira uma nova moeda global que poderá substituir as moedas de cada país e o sistema econômico sobre o qual elas estão baseadas.

A nova moeda, simplesmente chamada Moeda do Carbono, é destinada a suportar um novo sistema econômico revolucionário baseado na energia (produção e consumo), e não em preços. O atual sistema econômico baseado em preços e suas moedas relacionadas, que suportaram o capitalismo, socialismo, fascismo e o comunismo, está sendo encaminhado para o matadouro de modo a abrir caminho para um novo mundo baseado no carbono.

É bastante evidente que o mundo está operando sob um sistema moribundo de economia baseada em preço, conforme evidenciado pelo rápido declínio do papel-moeda. A era da moeda fiduciária (papel-moeda não resgatável, isto é, sem lastro) foi iniciada em 1971, quando o presidente americano Richard Nixon desatrelou o dólar do ouro. Como o dólar transformado em moeda fiduciária era a principal moeda de reserva do mundo, todas as outras moedas eventualmente seguiram o mesmo caminho, deixando-nos hoje com um mar global de papeis que são cada vez mais indesejados, instáveis e inúteis.

O estado econômico mórbido do mundo hoje é um reflexo direto da soma de suas moedas enfermas e moribundas, mas isto poderá mudar em breve.

Forças já estão em operação para posicionar uma nova Moeda do Carbono como a solução final para as propostas globais para a redução da pobreza, controle populacional, controle do meio ambiente, aquecimento global, alocação de energia e uma ampla distribuição da riqueza econômica.

Infelizmente para as pessoas individuais que viverão neste novo sistema, ele também requererá um controle autoritário e centralizado sobre todos os aspectos da vida, desde o berço até a sepultura.

O que é a Moeda do Carbono e como ela funciona? Sucintamente, a Moeda do Carbono estará baseada na alocação periódica de energia disponível à população de todo o mundo. Se não for usada dentro de certo período de tempo, a moeda perderá a validade (como os créditos de minutos mensais em um plano de telefonia celular) para que as mesmas pessoas possam receber uma nova alocação baseada em uma nova cota de produção de energia para o próximo período.

Como a cadeia de suprimento de energia já está dominada pela elite global, definir cotas de produção de energia limitará a quantidade de Moeda de Carbono em circulação a qualquer tempo. As cotas também limitarão naturalmente a produção industrial, a produção de alimentos e a circulação (as viagens) das pessoas.

As moedas locais poderão permanecer por um tempo, mas eventualmente cairão em desuso e serão substituídas pela Moeda do Carbono, de forma muito parecida como o euro substituiu as moedas europeias individuais ao longo de um período de tempo.

O conceito parece muito moderno, não é mesmo? Na verdade, essas ideias surgiram nos anos 1930, quando centenas de milhares de cidadãos dos EUA aderiram a uma nova ideologia política chamada Tecnocracia e acreditaram na promessa que ela fazia de uma vida melhor. Até mesmo a literatura, agora considerada clássica, foi fortemente influenciada pela tecnocracia: o livro 1984, de George Orwell, The Shape of Things to Come, de H. G. Wells, e a ditadura científica de Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.

Este ensaio investiga o renascimento da Tecnocracia e seu potencial para remodelar a Nova Ordem Mundial em algo verdadeiramente "novo" e também inesperado pela vasta maioria dos críticos modernos.
O Pano de Fundo

Filosoficamente, as raízes da Tecnocracia podem ser encontradas na autocracia científica de Henri de Saint-Simon (1760-1825) e no positivismo de Auguste Comte (1798-1857), o pai das Ciências Sociais. O positivismo elevou a ciência e o método científico acima da revelação metafísica. Os tecnocratas aderiram ao positivismo por que acreditavam que o progresso social seria impossível somente por meio da ciência e da tecnologia. [Schunk, Learning Theories: An Educational Perspective, 5th, 315].

O movimento social da Tecnocracia, com seu sistema contábil baseado em energia, pode ser rastreado até os anos 1930, quando um obscuro grupo de engenheiros e cientistas a apresentou como uma solução para a Grande Depressão.

O principal cientista que estava por trás da Tecnocracia foi M. King Hubbert, um jovem geocientista que mais tarde (de 1948-1956) inventou a agora famosa Teoria do Pico do Petróleo, também conhecida como Teoria do Pico de Hubbert. Ele declarou que o consumo superaria a descoberta e produção de novas fontes de energia, o que eventualmente causaria colapsos sociais e econômicos. Muitos seguidores modernos dessa teoria acreditam que a recessão de 2007-2009 foi exacerbada em parte pelos preços recordes do petróleo, o que refletiu a validade da teoria.

Hubbert recebeu toda sua educação superior na Universidade de Chicago, obtendo seu doutorado em 1937; mais tarde, ele lecionou geofísica na Universidade Colúmbia. Ele foi altamente aclamado em toda sua carreira, recebendo muitas honrarias, como o Prêmio por Serviço Público, da Fundação Rockefeller, em 1977.

Em 1933, Hubbert e Howard Scott formaram uma organização chamada Technocray Inc. Tecnocracia é uma palavra derivada das palavras gregas techne, que significa habilidade, ekratos, que significa governo. Assim, é o governo dos engenheiros, cientistas e técnicos habilitados, em vez de governo por autoridades eleitas. Eles se opunham a todas as outras formas de governo, incluindo o comunismo, socialismo e o fascismo, todas as quais funcionam com uma economia baseada em preços.

Como fundadores da organização e do movimento político chamado Technocracy Inc., Hubbert e Scott também foram co-autores de um livro intitulado Technocracy Study Course, publicado em 1934. Esse livro serve como a "Bíblia" da Tecnocracia e é o documento-raiz ao qual a maior parte do pensamento tecnocrático moderno pode ser rastreado.

A Tecnocracia postulava que somente cientistas e engenheiros estavam capacitados para administrarem uma sociedade complexa, baseada na tecnologia. Como a tecnologia, eles argumentavam, mudou a natureza social das sociedades, os métodos anteriores de governo e de economia tinham se tornado obsoletos. Eles desdenhavam dos políticos e dos burocratas, a quem viam como incompetentes. Utilizando o método científico e as técnicas da administração científica, os tecnocratas esperavam eliminar as grandes ineficiências de uma sociedade, desse modo fornecendo mais benefícios para todos os membros da sociedade e, ao mesmo tempo, consumindo menos recursos. A outra parte integral da Tecnocracia era implementar um sistema econômico baseado na alocação de energia, e não em preços. Eles propuseram a substituição do dinheiro tradicional por Créditos de Energia.

O foco preferido deles era o uso eficiente da energia e, provavelmente, este foi primeiro indício do movimento ambiental e ecologicamente sustentável nos EUA. Por exemplo, eles declararam o seguinte em seu livro:
"Embora ela (a Terra) não seja um sistema isolado, as mudanças na configuração dos materiais, como a erosão do solo, a formação das montanhas, a queima do carvão e do petróleo, e a mineração são todos exemplos típicos e característicos de processos irreversíveis, que envolvem em cada caso um aumento da entropia. (Technocracy Study Course, Hubbert & Scott, pág. 49).

A ênfase moderna em reduzir o consumo de combustível que produz carbono e causa o aquecimento global e as emissões de CO2 é, essencialmente, um produto do pensamento tecnocrático primitivo.

Sendo cientistas, Hubbert e Scott tentaram explicar (ou justificar) seus argumentos em termos da física e da Lei da Termodinâmica, que é o estudo da conversão da energia entre o calor e o trabalho mecânico.

A entropia é um conceito dentro da Termodinâmica que representa a quantidade de energia em um sistema que não está mais disponível para realizar trabalho mecânico. Assim, a entropia aumenta à medida que a matéria e a energia no sistema se degradam em direção ao estado final de inerte uniformidade.

Em linguagem do leigo, entropia significa que, uma vez que você usou, aquilo perde a utilidade para fazer algo de bom. Além disso, o estado final da entropia é "inerte uniformidade", em que nada ocorre. Assim, se o homem consumir toda a energia disponível e/ou se destruir a ecologia, essa energia não poderá ser repetida ou renovada outra vez.

O tecnocrata evita a entropia social para conseguir aumentar a eficiência da sociedade por meio da alocação cuidadosa da energia disponível e medindo a saída subsequente de modo a encontrar um estado de equilíbrio. O foco de Hubbert na entropia é evidenciado pelo logotipo daTechnocracy Inc., o bem-conhecido símbolo do Yin/Yang, que representa o equilíbrio.

Para facilitar esse equilíbrio entre o homem e a natureza, a Tecnocracia propôs que os cidadãos recebessem Certificados de Energia de modo a operarem a economia:
"Os Certificados de Energia são emitidos individualmente para todo indivíduo adulto na população... O registo da renda de uma pessoa e a velocidade em que ela realiza seus gastos é mantida pela Sequência de Distribuição, para que seja uma simples, a qualquer tempo, saber o saldo de um determinado cliente... Ao fazer compras de bens e serviços, o indivíduo apresenta os Certificados de Energia corretamente identificados e assinados."
"O significado disto, do ponto de vista do conhecimento do que está acontecendo no sistema social, e do controle social, pode ser melhor apreciado quando se investiga o sistema todo em perspectiva. Primeiro, uma única organização está fortalecendo e operando todo o mecanismo social. A mesma organização não somente produz, mas também distribui todos os bens e serviços."
"Com estas informações sendo continuamente atualizadas em uma sede central, temos um caso exatamente análogo ao painel de controle de uma central de geração de energia elétrica, ou uma ponte de comando de um navio de passageiros..." [Technocracy Study Course, pág. 238-239; tradução nossa].

Duas diferenças fundamentais entre dinheiro baseado em preços e Certificados de Energia são que: a) O dinheiro é genérico para aquele que o possui, enquanto que os certificados são registrados individualmente para cada cidadão e b) O dinheiro persiste, enquanto que os certificados têm data de validade. Esta última faceta reduz grandemente, ou talvez até elimina, a acumulação de riqueza e de propriedade.
Transição

Com o início da Segunda Guerra Mundial, a popularidade da tecnocracia diminuiu, à medida que a prosperidade econômica retornou. Entretanto, a organização e sua filosofia sobreviveram. Hoje, existem dois sítios na Internet que representam a Tecnocracia na América do Norte: Technocracy Inc., localizada em Ferndale, no estado de Washington, está representada em http://www.technocracy.org. Uma organização irmã em Vancouver, na Colúmbia Britânica, é Technocracy Vancouver, e pode ser encontrada em http://www.techocracyvan.ca.

Embora o foco original da Tecnocracia tenha sido exclusivamente na América do Norte, ela agora está crescendo rapidamente na Europa e em outros países industrializados. Por exemplo, a Network of European Technocrats (Rede de Tecnocratas Europeus), foi formada em 2005 como "um movimento social e de pesquisa autônomo que tem como objetivo explorar e desenvolver a teoria e o projeto da tecnocracia." O sítio na Internet afirma que eles têm membros em todo o mundo.

Logicamente, algumas organizações pequenas unidas em uma liga e seus sítios na Internet não podem ter a esperança de criar ou implementar uma política energética global, mas isto não é porque as ideias não estejam vivas e bem de saúde. Uma influência mais provável sobre o pensamento moderno deve-se à Teoria do Pico do Petróleo, de Hubbert, apresentada em 1954. Essa teoria tem aparecido de forma proeminente no movimento ecológico e ambientalista. Na verdade, todo o movimento do aquecimento global está assentado indiretamente sobre a Teoria do Pico do Petróleo. Como a Associação Canadense para o Clube de Roma declarou recentemente: "O pico do petróleo tem um impacto direto sobre a questão de mudança climática." (veja John H. Walsh, "The Impeding Twin Crisis — One Set of Solutions?", pág. 5).
A Proposta Moderna

Por causa da conexão entre o movimento ambientalista, o aquecimento global e o conceito tecnocrático dos Certificados de Energia, poder-se-ia esperar que uma Moeda do Carbono fosse sugerida a partir dessa comunidade particular e, de fato, isto aconteceu.

Em 1995, Judith Hanna escreveu em New Scientist, "Rumo a uma Moeda de Carbono Única": "Minha proposta é definir uma cota global para a queima de combustível fóssil a cada ano e compartilhá-la equitativamente entre todos os indivíduos adultos no mundo."


Em 2004, a prestigiosa Harvard International Review trouxe uma matéria com o título "Uma Nova Moeda" e declarou:
"Para aqueles interessados em retardar o aquecimento global, as ações mais eficazes estão na criação de 'fortes moedas nacionais de carbono... Para os acadêmicos e autoridades responsáveis pela criação de políticas regulatórias, a tarefa fundamental é investigar a história e procurar guias que sejam mais úteis. O aquecimento global é considerado uma questão ambiental, mas suas melhores soluções não são encontradas no cânon da Lei Ambiental. A ubiquidade do carbono na economia mundial exige que o custo seja uma consideração em qualquer regime para limitar as emissões. De fato, a negociação das emissões foi ungida como rainha por que é a mais responsiva ao custo. Como a negociação das emissões para o carbono é mais parecida com a negociação de moedas do que eliminar um poluente, os reguladores devem estar olhando para a negociação e finanças com um olho em como os mercados de carbono devem ser governados. Precisamos rever os desafios da política que surgirão à medida que esse sistema de baixo para cima emergir, incluindo a governança das linhas de junção entre os sistemas de negociação nascentes, regras de responsabilização para as permissões falsificadas e cooperação judicial. [Ênfase adicionada].

A revista concluiu que "após sete anos de enrolação e analogias erradas, o regime internacional para controlar o carbono está seguindo, ainda que experimentalmente, por um caminho produtivo.

Em 2006, o Secretário do Meio Ambiente da Grã-Bretanha, David Miliband declarou claramente em uma conferência:

"Imagine um país em que o carbono se torna a nova moeda. Temos em nossas carteiras cartões de bancos que armazenam dinheiro comum e pontos em carbono. Quando compramos eletricidade, gás e combustível, usamos nossos pontos de carbono, bem como o dinheiro. Para ajudar a reduzir as emissões de carbono, o governo definiria limites na quantidade de carbono que pode ser usada." [Ênfase adicionada].

Em 2007, o New York Times publicou "Quando o Carbono é Moeda", escrito por Hannah Fairfield. Ela declarou incisivamente: "Para construir um mercado de carbono, seus originadores precisam criar uma moeda de créditos de carbono que os participantes possam negociar."

PointCarbon, uma grande consultoria global, está em parceria com o Bank of New York Mellon para avaliar rapidamente os crescentes mercados de carbono. Em 2008, ele publicaram Towards a Common Carbon Currency: Exploring The Prospects For Integrated Global Carbon Markets (Rumo a uma Moeda de Carbono Comum: Explorando as Possibilidades Para Mercados de Carbono Globais e Integrados). Este relatório discute a eficiência ambiental e econômica em um contexto similar conforme visto originalmente com Hubbert em 1933.

Finalmente, em 9 de novembro de 2009, o jornal britânico Telegraph apresentou uma matéria intitulada "Todos na Grã-Bretanha poderão receber uma cota pessoal de créditos de carbono", que dizia:

"... implementar créditos de carbono para cada pessoa será o modo mais eficaz de atingir os alvos de cortar as emissões dos gases do efeito estufa. Isto envolverá a emissão de um número exclusivo para cada pessoa, que ela deverá fornecer ao comprar produtos que contribuem para seu consumo de carbono, como combustível, passagens aéreas e eletricidade. Como acontece com as contas bancárias, um extrato seria enviado mensalmente para ajudar as pessoas a controlarem o que estão usando. Se a "conta de carbono" delas zerar, elas terão de pagar para obter mais créditos." [Ênfase adicionada].

Como você pode ver, dificilmente se pode dizer que estas referências sejam irrelevantes em termos de autoria ou conteúdo. A corrente do pensamento tecnocrático primitivo finalmente chegou ao continente, e as ondas estão agora se quebrando na praia.
O Protótipo do Cartão de Energia da Tecnocracia

Um artigo escrito por Howard Scott na revista Technocracy, em julho de 1937, descreveu um cartão de Distribuição de Energia em grande detalhe. Ele afirmou que usar esse instrumento como um "modo de contabilização é uma parte da mudança proposta da Tecnocracia no curso de como nosso sistema socioeconômico pode ser organizado."

Scott escreveu:
"O certificado será emitido diretamente para o indivíduo. Ele é intransferível e inegociável; portanto, não pode ser roubado, perdido, emprestado ou dado. Ele não é cumulativo; portanto, não pode ser poupado e não rende juros. Ele não precisa ser utilizado, porém perde sua validade após um período designado de tempo."

Isto pode ter parecido como ficção científica em 1937, porém hoje, é totalmente viável. Em 2010, a Techocracy oferece uma ideia atualizada de como poderia ser ser Cartão de Distribuição de Energia. A página deles na Internet diz:




"Agora é possível usar um cartão de plástico similar a um cartão de crédito com um microcircuito eletrônico. Esse microcircuito poderia conter todas as informações necessárias para criar um cartão de distribuição de energia conforme descritos neste livreto. Entretanto, como as mesmas informações seriam fornecidas da forma mais adequada para a tecnologia mais moderna que estiver disponível, o conceito de um 'Cartão de Distribuição de Energia' é o que é explicado aqui."

Se você analisar o cartão acima, observará que ele serve como um cartão de identidade universal e contém um microcircuito eletrônico. Isto reflete a filosofia da Tecnocracia que cada pessoa na sociedade precisa ser meticulosamente monitorada e contabilizada de modo a rastrear o que ela consume em termos de energia e também de que forma contribui para o processo de produção.
Participantes no Mercado de Carbono

O sistema moderno de créditos de carbono foi uma invenção do Protocolo de Kyoto e começou a ganhar força em 2002 com o estabelecimento do primeiro esquema de negociação na economia interna da Grã-Bretanha. Depois de se tornar lei internacional em 2005, a previsão é que os mercados de negociação alcancem 3 trilhões de dólares por volta do ano 2020, ou até antes.

Graciela Chichilnisky, diretora do Consórcio Colúmbia de Gerenciamento de Risco e uma das autoras do texto sobre crédito de carbono do Protocolo de Kyoto, diz que o mercado de carbono "envolve, portanto, dinheiro e negociação — mas é também um modo para um futuro lucrativo e mais verde" (Leia Who Needs a Carbon Market?).

Quem são os "negociadores" que oferecem uma porta aberta para todo esse lucro? Atualmente, liderando a corrida estão bancos internacionais como J. P. Morgan, Chase, Goldman Sachs e Morgan Stanley.

O site de notícias econômicas Bloomberg observou em "Carbon Capitalists", em 4 de dezembro de 2009 que:
"Os bancos estão se preparando para fazer com o carbono aquilo que fizeram antes: criar e vender contratos derivativos que ajudarão as empresas clientes a se protegerem de riscos nos preços no longo prazo. Eles também estão prontos para vender produtos financeiros relacionados com o carbono para investidores de fora."

No J. P. Morgan, a mulher que inventou originalmente os Credit Default Swaps (NT: Um instrumento financeiro contratado para que o comprador de títulos receba proteção de crédito, enquanto que o vendedor garanta a confiabilidade daquele produto. O risco de inadimplência é transferido do possuidor do título para o vendedor.), Blythe Masters, é agora chefe do departamento que negociará os créditos de carbono para o banco.

Considerando a força bruta dos gigantes financeiros globais que estão por trás da negociação dos créditos de carbono, não é maravilha que os analistas estejam agora prevendo que o mercado de carbono em breve se tornará maior do que o mercado de todas as outras commodities.

Conclusão

Onda há fumaça, há fogo. Onde há discussão, há ação.

Se M. King Hubbert e os arquitetos iniciais da Tecnocracia estivessem vivos hoje, estariam muito satisfeitos em ver as sementes de suas ideias sobre a alocação de energia crescerem e frutificarem em uma escala tão grande. Em 1933, não existia tecnologia para permitir a implementação de um sistema de Certificados de Energia. Entretanto, com a tecnologia atual da informática, que avança continuamente, todo o mundo poderá ser facilmente gerenciado por um único supercomputador.

Este artigo teve o objetivo de mostrar que:
1. A Moeda do Carbono não é uma ideia nova, mas tem suas raízes na Tecnocracia. 
2. A Moeda do Carbono cresceu de uma proposta continental para uma proposta global. 
3. A Moeda do Carbono foi discutida consistentemente durante um longo período de tempo. 
4. Os participantes no mercado de carbono incluem muitos líderes globais proeminentes, bancos e centros de estudos e debates. 
5. O contexto dessas discussões tem sido muito consistente. 
6. Os objetivos atuais para implementar a Moeda do Carbono são virtualmente idênticos aos objetivos originais dos Certificados de Energia, da Tecnocracia. 

Logicamente, uma moeda é apenas um meio para se chegar a um fim. Quem controla a moeda também controla a economia e a estrutura política que a acompanha. Deixaremos a investigação sobre como será esse novo sistema para um ensaio futuro.

A tecnocracia e a contabilidade baseada em energia não são questões teóricas ou vãs. Se a elite global quer que a Moeda do Carbono suplante as moedas nacionais, então os sistemas políticos e econômicos de todo o mundo também serão fundamentalmente modificados para sempre.

O que a Tecnocracia não conseguiu alcançar durante a Grande Depressão parece ter finalmente encontrado força para engrenar com a Grande Recessão atual. [Fonte: Augustforecast.com]

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