O que têm em comum as profecias de São Malaquias, Nostradamus e do Livro do Apocalipse? Dizem que Bento XVI é o penúltimo Papa da História.
Quando o assunto é tentar prever o final dos tempos, todos os caminhos vão dar, aparentemente, a Roma. Pelo menos a avaliar por uma série de profecias - e de interpretações de profecias - que relacionam o fim do mundo com a contagem dos Papas da Igreja Católica.
A mais popular de todas é a de São Malaquias e, a ser verdade, o fim pode estar próximo: o profeta irlandês do século XII terá tido uma visão dos 112 Papas que assumiriam o comando da Igreja até ao juízo final. Bento XVI, agora Papa emérito, foi o Papa número 111 da Igreja. Assim, o sumo pontífice que sair do próximo conclave será o último antes de o mundo chegar ao fim, tendo em conta a previsão de S. Malaquias. Desde que Bento XVI renunciou, uma outra teoria catastrófica ganhou terreno: Nostradamus terá previsto, nos seus escritos, que o penúltimo Papa da História abandonaria o cargo e caíram rochas e fogo dos céus. Tese que ganhou força com a recente queda de um meteorito na Rússia e o raio que se abateu na cúpula da basílica de São Pedro, horas após o anúncio de Bento XVI. Sobre o próximo Papa, São Malaquias diz que “na suprema desolação do mundo, reinará Pedro, o Romano, o último Papa do Deus verdadeiro”.
Sempre alvo de múltiplas interpretações e de outras tantas teorias, existe ainda o Livro do Apocalipse - que, segundo alguns estudiosos, também aponta para que o fim dos tempos esteja para breve. No capítulo 17 fala-se em oito reis de Roma (reinando o oitavo aquando do fim), mas há quem acredite que se tratam, afinal, de oito Papas. Porquê? Porque o Estado do Vaticano só foi reconhecido enquanto tal em 1929 - passando a ser “reinado” pelos Papas.
E desde 1929 até à actualidade já passaram pela cátedra de São Pedro sete sumo pontífices - Bento XVI foi o sétimo. Assim sendo, o próximo Papa será o derradeiro. E neste ponto as três teorias parecem coincidir.
São Malaquias: Próximo e último Papa será “Pedro, o romano”
lll Conta-se que por volta de 1139, durante uma viagem a Roma, onde foi recebido pelo Papa Inocêncio II, São Malaquias terá tido uma visão dos 112 Papas que assumiriam o comando da Igreja até ao dia do juízo final. Bento XVI, agora Papa emérito, ocupa o 111.º lugar da lista. Contas feitas, o próximo Papa será o último antes de o mundo acabar. Malaquias, diz a lenda, terá visto os 112 papas e escreveu para cada um deles frases em latim. O derradeiro comandante da Igreja é descrito como Petrus Romanus (Pedro, o Romano). E o texto acrescenta o seguinte, a propósito do dia do juízo final: “Na perseguição final à sagrada Igreja Romana reinará Pedro Romano, que alimentará o seu rebanho entre muitas turbulências, sendo então destruída a cidade das sete colinas [Roma], e o formidável juiz julgará o seu povo. Fim.” A estas palavras, o monge de Pádua terá acrescentado, já no século XVI: “Roma criminosa será destruída e o juiz tremendo julgará, triunfante, todos os povos. Fim.” Os seguidores da profecia acreditam, por isso, que o próximo Papa será italiano.
Nostradamus e a profecia dos últimos dois Papas antes do fim do mundo
lll Segundo as profecias de Nostradamus, o último Papa será “relativamente novo” e ficará vários anos à frente do Vaticano. “Será eleito um romano de boa idade/ este será acusado de enfraquecer a Santa Sé e viverá por um longo período/ tomando atitudes polémicas”, terá escrito o alquimista no século XVI.
As profecias de Nostradamus relacionadas com os Papas e o fim dos tempos ganharam maior popularidade nas últimas semanas, desde que Bento XVI renunciou à cátedra de São Pedro. Isto porque o profeta terá também escrito o seguinte: “O homem de Roma deixará o seu posto/a fé humana se cobrirá com um véu/a morte, então, revelará o seu rosto/enviando rochas e fogo do céu/o reino de czar sentirá o primeiro corte/e no mundo todo imperará a morte.” Para muitos, Nostradamus terá adivinhado, nestas quadras, não só a renúncia do Papa [”o homem de Roma deixará o seu posto], mas também a recente queda de um meteorito na Rússia [o reino de czar], bem como o raio que caiu na cúpula da basílica de São Pedro [fogo do céu] horas após o anúncio da renúncia.
O Livro do Apocalipse, o oitavo rei e a destruição de Roma
lll João, discípulo de Jesus, conta que estava na ilha de Patmos quando foi arrebatado em espírito e teve uma visão que relatou no Livro do Apocalipse. O alvo de todas as interpretações, no que se refere aos Papas e ao fim dos tempos, é o capítulo 17. A partir do versículo 9 são referidos oito reis antes do juízo final, sendo que o sétimo “governará só por pouco tempo”. Algumas leituras sugerem que os reis referidos no Apocalipse são, afinal, os Papas da Igreja Católica – isto porque o Estado do Vaticano existe enquanto tal desde a assinatura do Tratado de Latrão, em 1929. Desde esse ano, o Vaticano é soberano, sendo “reinado” pelo Papa. Ora desde 1929, já passaram pela Santa Sé sete Papas (desde Pio XI até Bento XVI, que foi o sétimo). Assim sendo, o próximo Papa será o oitavo e o derradeiro. Algumas interpretações vão mais longe e garantem que o oitavo Papa será a besta, o 666 – “um demónio do abismo”. E a besta governará durante três anos e seis meses. Ainda segundo o Apocalipse, a cidade das sete colinas [Roma] será destruída, previsivelmente por um maremoto.
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