A correlação de forças na economia mundial ficou de pernas para o ar, nos últimos três anos. No início da recessão, em 2008, surgiu o G-20, onde Barak Obama julgou poder partilhar o comando dos assuntos mundiais, com a China num G-2, mas a resposta foi negativa.
Assim, a única superpotência, os Estados Unidos não consegue mais impor a sua vontade e nenhuma outra potência tem vontade de partilhar os riscos de uma nova época.
Assim, a única superpotência, os Estados Unidos não consegue mais impor a sua vontade e nenhuma outra potência tem vontade de partilhar os riscos de uma nova época.
Existe a ideia de vazio geopolítico, que poderá levar o mundo a um G-Zero, onde a volatilidade e os conflitos vão aumentar. Nas últimas cimeiras do G20 apenas foram produzidas frustrações. A China continua a defender que é uma economia em desenvolvimento, com grandes desafios internos e sem vontade para ser vista como superpotência global. Os EUA permanecem a potência mais forte e assim vão continuar nos tempos mais próximos, mas deixou de ter força suficiente para impor grandes mudanças no mundo.
A crise financeira e a recessão global acentuaram os cuidados com o risco, em todos os países. Desta forma, os governos percebem que a sua sobrevivência depende mais da proteção, dos empregos locais e do crescimento local. Este facto começará a alterar a dinâmica da globalização conforme o Ocidente a concebeu.
Vamos assistir ao protecionismo comercial, guerras cambiais e diminuição da importância mundial do dólar como divisa internacional. Novas medidas restritivas e de controlo serão colocadas em prática, que levantarão novas barreiras à velocidade de circulação com que as ideias, a informação, as pessoas, os produtos, os serviços e o dinheiro galgaram fronteiras. Estamos em pleno recuo da globalização, na forma como tem sido pilotada pelo Ocidente.
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