Uma forma curiosa de matar é a chamada forma "convencional". Matar, sim, mas dizem as convenções, tem de ser feito de uma foram convencional. Nada de armas químicas, tem de ser uma bomba mesmo a sério.
Outra coisa curiosa é que não se pode matar populações civis, como se os soldados não fossem gente.
Perante isto, ao longo dos tempos as formas de matar foram-se alterando. Num dado contexto tudo é permitido, noutro só se pode matar certas pessoas de uma certa forma. Essas alterações têm permitido certas barbáries em detrimento doutras.
Esse contexto ajuda-nos a aceitar o que é permitido ou não, tudo em nome da matança.
Porquê priviligiar "as mulheres e as crianças". Uma morte não deixa de ser uma morte. A morte de um soldado, muitas vezes obrigado a lutar por uma causa que não entende, não deixa de ser uma morte.
A morte de um qualquer ser nunca poderá ser banalizada, porque essa morte representa a morte de um ser único, com toda a sua história, com toda a sua vivência única. Essa morte representa a nossa própria morte.
Falar de mortes "admissíveis" representa a nossa própria morte. Nenhuma morte é admissível, seja criança, mulher ou soldado. Nenhuma morte é convencional.
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